Caso não saiba, o limite de 120 KM/h nas autoestradas Portuguesas foi definido no distante ano de 1976. Um valor definido tendo como base a segurança dos automóveis, bem como as reservas de combustível do nosso pais, na altura. Curiosamente, foi um limite definido após uma crise gigantesca, de escassez, no mundo dos combustíveis fósseis.
O que levanta uma questão… Qual é a razão para este limite se manter? Quando os automóveis evoluíram tanto nos últimos 40 anos. Vamos tentar perceber?
Combustíveis: O limite nas autoestradas é 120 KM/h desde 1976. Porquê?
Portanto, é inegável que os carros comercializados hoje em dia, são significativamente mais seguros que os carros comercializados há uma década atrás. Algo que podemos dizer 3 ou 4x, até chegar ao distante ano de 1976, altura em que o atual limite máximo foi definido em Portugal.
Curiosamente, por falar em limites de velocidade, há muitos anos atrás, já foi possível circular a 60 km/h em localidades! Isto, depois de uma atualização ao código da estrada em 1954. E pasme-se, fora das localidades, podia andar à velocidade que bem lhe apetecesse, isto se o seu carro fosse capaz, claro.
Eventualmente, com o aumento da popularidade dos veículos motorizados em Portugal, em 1973, foi imposto o primeiro limite de velocidade fora das localidades, de 80 km/h, com as autoestradas a subirem este valor para os 100 km/h.
Entretanto, finalmente, em 1976, os números subiram para os valores atuais, 90 km/h fora das localidades e 120 km/h nas autoestradas.
Ou seja, há 45 anos que os limites de velocidade, em Portugal, são exatamente os mesmos!
Sendo inegável que apesar de 90 km/h ser um valor responsável em Estradas Nacionais, em 2021, 120 km/h nas autoestradas já não faz grande sentido. Especialmente, porque em Portugal, temos algumas das melhores, e mais seguras, autoestradas da Europa.
Então… Porque razão não sobe o limite? Nem que seja para 130 km/h?
Caso não saiba, 130 km/h, é a velocidade que 16 dos países da União Europeia têm como máximo nas suas autoestradas, isto à exceção da Alemanha que tem alguns troços sem velocidade, e da Polónia, que permite 140 km/h.
Pois bem, o limite máximo de velocidade tem de respeitar uma série de normas, como são por exemplo:
- Ambiente da Via
- Tipo de Piso
- Curvas
- Inclinação
- Largura da faixa
Tendo tudo isto em conta, é estabelecido um limite máximo, para que o condutor possa circular em segurança. Contudo, a história não fica por aqui. Porque temos de ter em conta o ambiente.
Ou seja, um aumento de 10 km/h, pode implicar um ligeiro aumento nas emissões poluentes (e cada país tem uma meta de emissões para cumprir). O que muito provavelmente iria meter os ambientalistas em estado de loucura.
No entanto, hoje em dia, os carros são muito mais eficientes, tanto nas emissões, como nos consumos, o que poderia anular esse eventualidade. Aliás, estamos neste momento a viver uma era, no mundo motorizado, em que temos cada vez mais elétricos e híbridos nas estradas, por isso, este argumento começa a perder importância.
O que nos leva à razão provavelmente mais importante no meio de todo este texto. Maior velocidade = maiores consumos! O que por sua vez, poderá levar a uma maior importação de petróleo! Mas é isto negativo para o governo Português? Não!
Como deve saber, visto que é o assunto do momento, Portugal tem uma camada de impostos muito significativa na venda de qualquer combustível fóssil.
Por isso, um ligeiro aumento no consumo geral, iria ser imediatamente compensado pelo consumidor (condutor), via impostos.
Segurança primeiro! Mas os limites atuais não fazem sentido tendo em conta o mercado automóvel
É óbvio que preservar a vida nas estradas é importante. Mas num mundo em que temos travagem automática, Lane Assist, etc etc etc… Deveria existir uma atualização dos valores.
É que se os Alemães conseguem percorrer a sua Autobahn a 240 km/h, não me parece ‘parvo’ termos Portugueses a percorrer a A1 a 130 km/h.
Mas ao que tudo indica, a tendência é baixar dos 120 km/h para 100km/h? Sabia? Vamos explorar este assunto noutro artigo.
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