Como deve saber, os últimos dias têm sido de pânico nos grandes centros urbanos Portugueses, tudo graças às recentes greves no mundo dos comboios, metros e autocarros.
Uma greve que para muito boa gente, não passa de um aproveitamento das datas, porque, claro está, começou a uma sexta-feira, e terminou a uma segunda-feira, com as empresas de transporte a providenciarem apenas os serviços mínimos, ou seja, cerca de 25% do total de travessias originalmente planeadas.
Isto acabou por irritar os muitos Portugueses que dependem das redes de transporte público, porque, como deve imaginar, aconteceu numa das quadras mais importantes do ano (Natal), numa altura em que as pessoas precisam de voltar para casa, para juntos dos seus.
Dito tudo isto, em Portugal, a greve consiste quase sempre numa redução dos serviços, com a grande maioria da força trabalhadora a “faltar” ao emprego. O que claro está, traz sempre à baila a famosa greve Japonesa, em que os empregados de várias empresas de transportes públicos, apareceram, continuaram a trabalhar, mas não cobraram bilhete a nenhum dos utilizadores do serviço. Isto é possível em Portugal?
Comboios e Autocarros: Greve das borlas? É ilegal!
Portanto, a verdade é que não é possível fazer uma greve deste tipo em Portugal, é ilegal. Contudo, curiosamente, isto já aconteceu no nosso pequeno pais à beira mar plantado. Foi há mais de 50 anos, e foi denominada de Greve da Mala.
Muito resumidamente, entre os dias 1 e 3 de Julho de 1968, os autocarros e elétricos da Carris de Lisboa circularam, mas não houve cobrança de bilhetes. Porquê ‘Greve da Mala’? Bem, nesses dias, os cobradores deixaram a mala nas estações, mala essa que servia quase como de caixa registadora.
Curiosamente, o impacto da greve foi incrível, porque teve uma adesão extraordinária da população. Afinal, ao se aperceberem que não existia cobrança de bilhete, todos os veículos iam cheios, em forma de protesto/festa. Contudo, na altura, o regime respondeu à greve com o envio de polícia de choque, e cães. Mas, em vez de violência, as duas partes chegaram a acordo.
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