Quando se fala da produção de chips de última geração, a boca foge sempre para a TSMC. Porém, sem a maquinaria da ASML, a TSMC não era ninguém neste mercado. Aliás, a ASML tem um autêntico domínio dentro do mundo da litografia graças à sua tecnologia EUV.
Máquinas que não podem ser exportadas para a China, devido às muitas sanções que continuam em vigor.
Pois… A China já começou a dar a volta ao problema.
China avançou (muito) no desenvolvimento de chips… e agora?
Portanto, ao que tudo indica, a China está a dar passos largos para quebrar o monopólio da ASML na litografia EUV (Extreme Ultraviolet). Afinal, o mais recente sistema de litografia chinesa, que já está em testes nas instalações da Huawei em Dongguan, utiliza uma abordagem inovadora baseada em plasma de descarga induzida por laser (LDP).
Uma tecnologia que pode representar um grande avanço na produção de semicondutores, com a produção em fase de testes prevista para o terceiro trimestre de 2025 e a produção em massa para 2026.
Como funciona o sistema chinês?
O novo sistema gera radiação EUV de 13,5 nm ao vaporizar estanho entre eletrodos, transformando-o em plasma através de descargas de alta tensão. As colisões entre eletrões e iões produzem o comprimento de onda necessário para a fabricação de chips avançados.
Esta abordagem LDP apresenta várias vantagens face ao método LPP (plasma gerado por laser) da ASML:
- Arquitetura mais simples.
- Menor espaço físico necessário.
- Maior eficiência energética.
- Menores custos de produção.
Isto é muito curioso, porque a ASML passou décadas a aperfeiçoar os seus sistemas baseados em LPP, que utilizam lasers de alta energia e complexos controladores eletrónicos FPGA em tempo real. Claro que isto não vai obviamente resultar em uma ultrapassagem da China. Mas… Mete a região muito mais perto daquilo que é a produção em massa de chips realmente poderosos e eficientes.
Huawei e SMIC a liderar a revolução
A Huawei e a SMIC já estão a trabalhar juntas para integrar estes novos scanners nas suas fábricas. Embora a criação de um ecossistema completo de produção de semicondutores leve anos, a China pode estar prestes a viver o seu “momento DeepSeek”. Ou seja, está prestes a apresentar um avanço inesperado, capaz de mudar drasticamente o cenário da indústria.
Ou seja, a correr bem, a China pode mudar o equilíbrio de poder na indústria de semicondutores nos próximos anos. O que seria inegavelmente muito interessante, porque apesar de existir sempre alguma resistência à China, a realidade é que o mundo dos semicondutores precisa de concorrência. Os preços estão fora de controlo!