Carregamentos: Carros Elétricos em Portugal vão perder 1 problema!

Se porventura segue muito a “Leak”, já deve ter percebido que não sou de todo o maior fã da rede de carregadores pública para carros elétricos em Portugal. É complicada, é cara, é muito pouco transparente, e a manutenção é também ela francamente má.

Mas, ao que tudo indica, Portugal está finalmente a ficar muito perto de ter uma rede de carregadores um pouco mais interessante. O primeiro passo passa por dizer adeus à Mobi.E.

Carregamentos: Carros Elétricos em Portugal vão perder 1 problema!

Portanto, como deve saber, as críticas à rede de carregadores não são de agora, é uma discussão que já se arrasta à vários anos. Uma rede que tem um problema muito grave desde que foi implemetada… Todos os carregadores têm de ser integrados na rede Mobi.E.

Algo que até poderia ser visto como um ponto positivo, porque seria possível encontrar todos os carregadores em uma única rede. Mas, as desvantagens ultrapassam, e muito, as vantagens que tal coisa poderia trazer para cima da mesa. Aliás, basta olhar lá para fora, para outras regiões Europeias, para perceber que em Portugal reina a complicação. Lá fora temos sistemas muito mais abertos, e por isso mesmo, muito mais eficientes.

Dito tudo isto, foi finalmente aprovado um Projeto de Resolução (n.º 403/XVI (PSD)) que por sua vez recomenda ao Governo Português a implementação de um novo quadro legislativo para potenciar o crescimento da rede de postos de carregamento de veículos eléctricos e a aproximação ao modelo comunitário.

Mais concretamente, as recomendações são estas:

  • Aumento da rede através da abertura e simplificação do modelo de negócio,
  • Definição de regras iguais de licenciamento municipal para instalação de postos:
    • Câmaras municipais devem publicar o espaço público disponível para instalação
    • Definir prazos obrigatórios de resposta dos Municípios à concessão de modo a facilitar e acelerar o desenvolvimento de soluções;
  • Adotar medidas que facilitem a comercialização como a integração vertical CEMES (comercializadores de eletricidade para a mobilidade elétrica) em OPCs (operadores de pontos de carregamento), sem a obrigatoriedade de ligar à rede da EGME (Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica, atualmente a Mobi.e).
    • O OPC deve poder comprar energia ao produtor e vender energia para carregamento;
  • Melhorar a experiência de pagamento e promover a transparência:
    • quando utilizador decide carregar o carro deve poder visualizar o custo de carregamento por KW e por tempo;
    • deve poder escolher método de pagamento: cartão de fidelização do produtor ou posto, mobi.e, cartão de débito ou crédito;
  • Homogeneizar as regras de acesso aos espaços de carregamento e as suas obrigações com base na sua finalidade e não apenas na sua localização: postos com operação comercial devem ter as mesmas regras;
  • Potenciar a escolha aos OPC do modelo em que pretendem operar, ou seja, a não obrigação de operar pela EGME;
  • Assegurar a transição contínua e suave da rede portuguesa para uma experiência homogénea similar a todas as redes de carregamento na Europa.

Conclusão

Se tudo isto for em frente, deixa de existir obrigatoriedade de ter todos os postos ligados à rede Mobi.e. O que por sua vez abre as portas a outras redes como a da Tesla ou a do Continente.

Além disso, vai finalmente ser possível ter uma ideia clara do preço de cada posto, e como tal, de cada carregamento. Aliás, vai ser possível utilizar cartões multibanco, relógios ou smartphones, para fazer carregamentos além dos já muito conhecidos cartões de fidelização ou apps.

Em suma, é o início de algo muito bom, e de facto muito importante para a revolução elétrica em Portugal.

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!
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