Há alguns dias atrás, comentámos uma situação muito interessante no mundo dos smartphones. Afinal de contas, enquanto a Samsung e Apple removeram os carregadores da caixa dos seus smartphones, e parecem não ter grande vontade de apostar em tecnologias de carregamento rápido… As suas rivais Chinesas estão a dar tudo o que têm neste campo! (Link)
Afinal de contas, estejamos a falar da Huawei, da Xiaomi, ou da Oppo, irá sempre encontrar um carregador com uma potência de carregamento incrível, na caixa do seu novo smartphone.
Entretanto, dito tudo isto, nos dias que correm, a Xiaomi lidera neste campo, com a sua tecnologia de 120W. Contudo, pode ser sol de pouca dura, visto que ao que tudo indica, a Oppo já está a preparar para lançar o seu primeiro smartphone com suporte à tecnologia de 150W, com os olhos já postos num outro carregador de 240W já em desenvolvimento.
Assim, nesse mesmo artigo de há alguns dias atrás, questionámos os leitores, do porquê de a Samsung e Apple continuarem a dominar o mercado, quando parecem não apostar minimamente no mundo dos carregadores. Pois bem… É que o carregamento rápido… É um pequeno conto do vigário.
Carregamento rápido é inútil? Ou está mal explicado?
Portanto, dizer que o carregamento rápido é inútil, é um claro exagero da nossa parte. O carregamento rápido é hoje em dia uma ferramenta extremamente importante para qualquer ‘power user’.
No entanto, nos tempos que correm, temos um “jogo de números”, que na verdade… Não corresponde à realidade daquilo que as equipas de marketing das empresas querem fazer passar.
Afinal de contas, na MWC 2022, o que não faltou foi menções a novas tecnologias de carregamento rápido. No entanto, apenas se olha para os números dos Watts, e esquece-se de tudo o resto. É algo bastante curioso, visto que no mundo da tecnologia, existe sempre esta corrida pelos números mais altos! Isto, mesmo que o efeito final não seja nada do outro mundo, ou pelo menos muito diferente daquilo que já tínhamos nas prateleiras.
Afinal, no caso do carregamento rápido, não são apenas os Watts do carregador que contam.
Dependendo do sistema de carregamento de cada fabricante, que por sua vez pode estar limitado pela temperatura do carregador, do smartphone, ou de ambos ao mesmo tempo. A potência de carregamento pode nunca chegar ao número ‘prometido’. Por exemplo, pode acontecer o carregador estar a debitar 100W na parede, mas apenas 70W estarem a chegar ao smartphone.
Além disto, a velocidade máxima de carregamento prometida pela fabricante, não vai ser atingida SEMPRE.
Por exemplo, se tiver mais de 70% de bateria, o seu smartphone capaz de suportar um carregamento de 120W, não vai carregar a essa velocidade. Ou seja, estes picos de carregamento são mantidos durante cerca de 3~4 minutos, e quase sempre quando a bateria está mais perto de estar vazia. Para ter noção, o Galaxy S22 Ultra, com capacidade de carregamento rápido de 45W, apenas aguenta esta potência durante cerca de 1 minuto.
No caso dos novos smartphone da Oppo, com suporte a carregamentos de 240W, a potência poderá sim ser atingida, mas apenas durante alguns segundos.
Prefere carregamentos super rápidos, ou uma bateria saudável?
As fabricantes adoram falar das suas tecnologias de carregamento. Mas, normalmente, nunca falam das desvantagens destas inovações técnicas.
É que caso não saiba, uma tecnologia de carregamento super rápido, vai sempre trazer correntes super altas, e claro, um aquecimento pouco saudável para a bateria, e até para o próprio smartphone.
É exatamente por isto que algumas fabricantes como a Oppo e a Xiaomi já começaram a garantir pelo menos 80% da capacidade da bateria, após 800 ciclos de carga. (Aliás, no caso da Oppo, com o Find X5 Pro, já temos a garantia de pelo menos 1600 ciclos de carregamento.)
Além de tudo isto, caso não saiba, para ter grandes velocidades de carregamento, é preciso cortar na capacidade da bateria. Ou seja, para conseguirem alcançar velocidades incríveis de carregamento, as fabricante são obrigadas a optar por células de bateria mais pequenas. É na verdade, um jogo de cintura muito interessante e complicado para as fabricantes.
Ou seja, se as fabricantes de smartphones quiserem manter as suas tecnologias de carregamento, ao mesmo tempo que apostam numa bateria de maior capacidade, vão ter de ocupar mais espaço do aparelho com a célula.
O que hoje em dia, nem sempre é possível, tal é o número de componentes dentro de um aparelho topo de gama.
Outro problema pouco aparente desta corrida ao carregamento rápido, é a falta de suporte e retro compatibilidade entre smartphones, e outros aparelhos.
Afinal, num mundo perfeito, poderia utilizar um qualquer carregador de 100, 120, ou 240W. Com um qualquer aparelho compatível com um cabo USB-C. Contudo, nem sempre isto acontece, apesar de alguns esforços na adoção de padrões como o USB-PD.
Conclusão
Em suma, não se deixe levar pelas promessas das fabricantes, e analise o que realmente está a acontecer no campo dos smartphones. O carregamento rápido é útil, e tem o seu espaço no mercado. Mas não é de todo o mais importante… Especialmente quando algumas fabricantes estão a remover este componente essencial da caixa dos seus aparelhos.
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Prefere carregamento rápido, ou uma bateria de grandes dimensões? Talvez um equilíbrio entre as duas coisas? Partilhe connosco a sua opinião nos comentários em baixo.
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