Já passou pouco mais de um ano desde que a BMW decidiu cobrar uma taxa de subscrição para ativar a função de bancos aquecidos em alguns dos seus veículos. Embora este novo sistema nunca tenha chegado aos EUA, foi implementado em vários mercados. São exemplo disso, o Reino Unido, a Alemanha, a África do Sul, a Nova Zelândia e a Coreia do Sul. Em muitos destes países, as pessoas recebiam um ecrã de pagamento. Isto quando tentavam utilizar a funcionalidade de aquecer os bancos do BMW. Essencialmente a função estava escondida atrás de um bloqueio de software. Escusado será dizer que as coisas não correram bem!
BMW: já não tem de pagar para aquecer os bancos
Depois de enfrentar uma enorme reação negativa de vários quadrantes na sequência desta decisão, parece que o fabricante de automóveis alemão travou esta política a nível mundial. De acordo com uma informação recente da Autocar, o membro do conselho de administração da BMW para vendas e marketing – Pieter Nota – indicou que a BMW já não tenciona seguir esta estratégia de acesso pago para ativar funcionalidades de hardware. Parece que os executivos da BMW aprenderam (da maneira mais difícil) que esconder características de hardware já presentes no interior do veículo atrás de um modelo pago não é uma forma inteligente de ganhar mais dinheiro com os seus clientes.
No entanto, a BMW continua a pretender bloquear funcionalidades puramente baseadas em software. É exemplo disso uma função de assistência ao estacionamento atrás de um acesso pago. Entretanto os consumidores da BMW estão aparentemente mais abertos à ideia de pagar por funcionalidades puramente baseadas em software do que por funcionalidades de hardware.
É por esta razão que a empresa tenciona avançar com a política de oferecer vantagens baseadas em software a um custo adicional para os utilizadores.
O foco crescente da BMW nas microtransações tornou-se aparente em 2020. Nesta altura introduziu o BMW Operating System 7, que apresentava a (então) nova BMW ConnectedDrive Store. Esta era basicamente o equivalente da AppStore para os automóveis BMW. Uma loja online – a partir da qual os compradores podiam descarregar e “comprar” (e depois ativar) funcionalidades e capacidades adicionais num automóvel que já possuíam.
Embora a ConnectDrive Store também tenha chegado aos EUA, a BMW utilizou-a principalmente para ativar uma funcionalidade de câmara de bordo, bem como para abrir a função BMW Remote Engine Start nos veículos suportados no país. Como mencionado anteriormente, a BMW ocultou várias outras funcionalidades – incluindo a controversa funcionalidade de bancos aquecidos – noutros países.
A BMW não é o único fabricante de automóveis a explorar as micro transações e as funcionalidades com acesso pago como um potencial fluxo de receitas. A Tesla também enfrentou reações negativas dos clientes por ter inicialmente limitado uma bateria de 75 kWh a 60 kWh e ter exigido uma taxa adicional para “desbloquear” o desempenho através de uma atualização de software. De igual modo, a Volkswagen deu a entender a possibilidade de colocar a sua funcionalidade de automóvel sem condutor atrás de uma subscrição paga.
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