Autor da burla Olá Mãe/Pai tinha em casa 8500 cartões SIM

Lembra-se da burla Olá Mãe / Olá Pai onde o burlão se fazia passar por filho da vítima e acabava por pedir dinheiro? Foi detido hoje pela Polícia Judiciária um cidadão estrangeiro de 41 anos e para surpresa de todos tinha na sua posse, na sua casa em Leiria, 8500 de cartões de telemóvel. Assim através de 7 modems operavam 32 cartões SIM de cada vez (224 cartões em simultâneo). Destes 8500, cerca de 1500 já tinham sido usados em atividades criminosas. Isto levou a 200 denúncias apenas em Leiria (milhares em todo o país) numa burla que, à escala nacional, deve ascender a vários milhões de euros por ano tal como referiu um comunicado da iniciativa CpC (Cidadãos pela Cibersegurança).

Autor da burla Olá Mãe/Pai tinha em casa 8500 cartões SIM

De facto, esta organização que tem como objetivo garantir uma utilização da Internet mais segura para todos já tinha lançado vários alertas e pedidos de intervenção (sempre sem resposta) por parte da SIBS e do Banco de Portugal e que conduziu à petição https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=referenciasMB.

Olá Pai Olá Mãe

Na realidade, o que para esta organização é grave, é que a escala da operação implica a aquisição de grandes volumes de cartões SIM a operadoras. Ora isto por si deveria ter disparado junto destas alguns alertas de conformidade.

“Todos os anos muitos portugueses são vítimas de burlas credíveis que aproveitam fragilidades do sistema de Multibanco. Assim as burlas realizam-se de várias formas. Em compras online, p.ex. no OLX, o nome da EDP, da Electricidade da Madeira, da PSP Porto e muitas outras.

Entretanto as entidades multibanco usadas pelos burlões tratam-se de “entidades financeiras” autorizadas pelo Banco de Portugal desde 2017. Entretanto algumas surgem muito associadas a atividades criminosas. Os burlões registam-se nestas entidades deixando vários elementos de identificação. Depois conseguem estar ativos durante muitos anos em total impunidade e lesando milhares de cidadãos. A maioria dos quais são idosos e não chegam a apresentar queixa na Justiça.

Olá Pai Olá Mãe

Tendo em conta que os criminosos se identificam nestas plataformas que isto ocorre desde 2017 é incompreensível como é que este crime continua a ser possível e o Banco de Portugal (BdP) e a SIBS ainda não tenham agido para travarem estas burlas.

Algumas soluções propostas pela CpC para acabar com este flagelo

1. Entretanto se as empresas que vendem referências multibanco se associarem a um grande surto de actividade criminosa devem ter a sua licença no Banco de Portugal suspensa. Isto até que se reforce a sua segurança interna. Embora muitas destas entidades (como a 21800 com sede na Holanda) estejam a vender serviços a burlões desde 2017 continuam a ter licença como operador financeiro no BdP.

2. A SIBS (Multibanco) deve mostrar nas ATMs o nome da entidade que gera as referências. Também o beneficiário final do pagamento. Se a entidade estiver associada a burlas esse alerta deve surgir na ATM. É o caso das 21800, 21312, 11249, 11893, 10241, 10611, 12167 ou 11893.”

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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