Se por ventura gosta de desportos motorizados, sabe que o uso do pneu certo, na situação certa, pode ser a diferença entre ganhar uma corrida, ou nem sequer chegar ao fim do evento. Pois bem, como deve imaginar, a utilização do pneu certo não acontece apenas em situações em que está sempre no limite. Especialmente nesta altura do campeonato! Em que temos tanto tipo de veículo diferente, a andar todos os dias nas nossas estradas.
Ao fim ao cabo, sabia que já existem pneus pensados apenas e só para veículos elétricos? É verdade! Numa altura em que os veículos 100% elétricos estão cada vez mais na moda, não é só o tamanho da bateria que conta para ter a máxima autonomia possível e imaginária, o pneu utilizado também tem muito peso na equação.
Bem, dito tudo isto, vamos tentar ficar a saber mais um pouco sobre o desenvolvimento, produção e posterior comercialização de um vulgar pneu, graças a uma curta entrevista que fizemos à Bridgestone.
Automóveis: O pneu ainda é redondo. Mas está cheio de tecnologia!
Portanto, para termos uma noção de como as coisas são feitas no mundo dos pneus, fizemos algumas questões da forma mais direta possível a Aberto Delso (Field Engineering Manager SW Region da Bridgestone). Vamos a isso?
1. Com o mundo VE a ficar cada vez maior. O que é que estão a mudar na forma como produzem e desenvolvem novos pneus?
Sendo a Bridgestone líder mundial em pneu, com o grande objetivo de fornecer soluções para uma mobilidade segura e sustentável. Avançámos para soluções ajustadas aos veículos elétricos, como forma de potenciar ainda mais as suas características muito próprias.
Em suma, estamos a ajudar a poupar a vida útil da bateria, ao mesmo tempo que maximizamos a autonomia destes veículos, tudo graças aos nossos pneus. Como? Através da tecnologia ologic para melhorar o alcance das baterias, TECHSYN para alcançar uma melhor eficiência de desgaste e reduzir a resistência ao rolamento, isto enquanto reduzimos também o consumo de matérias-primas a longo prazo. Além disto, temos ainda a tecnologia B-Silent para minimizar o ruído dos pneus, e a tecnologia sustentável e leve ENLITEN para reduzir a resistência ao rolamento dos pneus em até 30%, e o peso em até 20% para alargar a gama de condução VE e reduzir o impacto ambiental graças a uma maior produtividade dos recursos.
Entretanto, atualmente, os pneus para VE representam 11% do total da linha de equipamento de origem da Bridgestone EMIA para automóveis ligeiros de passageiros.
2. Qual é o vosso best-seller em Portugal e na Europa?
A Bridgestone tem uma extensa gama de produtos no mercado Europeu, mas para destacar um produto, sem dúvida que seria o Potenza Sport. Que por sua vez veio permitir à Bridgestone voltar ao line-up do segmento desportivo. É o pneu com melhor desempenho na sua categoria, sendo um dos pioneiros na tecnologia de moldagem virtual.
3. O que é o desenvolvimento virtual de um pneu? O que mudou ao longo dos anos? Será isto melhor? De que forma?
Sem dúvida que a nossa tecnologia ‘Virtual Tyre Development‘ trouxe um contributo decisivo para a forma como desenvolvemos os nossos produtos. Além disto, também trouxe benefícios ambientais significativos, garantindo que os pneus não precisam de ser fisicamente produzidos e utilizados durante o desenvolvimento e os testes.
Por exemplo, no caso do Potenza Sport, esta solução evitou a produção de cerca de 200 pneus durante a fase de testes e reduziu o tempo de desenvolvimento do produto em até 50%, o que é realmente incrível. Entretanto, um outro ponto importante é que a tecnologia de Desenvolvimento Virtual de Pneus permite uma modelação precisa do desempenho de um pneu sem ter de o produzir e testar fisicamente, poupando até 40.000 quilómetros em testes reais ao ar livre e de frota.
Em suma, a Moldagem Virtual de Pneus representa o futuro do desenvolvimento de pneus na Bridgestone. 20% menos de pneus experimentais foram usados na fase de desenvolvimento de pneus EO (equipamento de origem) na Bridgestone EMIA a partir de 2019 e conseguimos ainda reduzir a distância dos testes de frota para EO em 25% de 2019 para 2020.
4. Sustentabilidade – O que está a Bridgestone a fazer para acompanhar os tempos e as tendências ecológicas?
Temos vários exemplos para essa pergunta! Primeiramente, todas as nossas fábricas europeias de pneus, Centro Europeu de P&D e Centro de Testes em Roma, Itália, a fábrica PCT em Lanklaar, Bélgica, a fábrica têxtil em Usansolo, Espanha, e a sede da Bridgestone EMIA em Bruxelas, Bélgica, contam com fornecimento de eletricidade de fontes 100% renováveis.
Um outro exemplo: juntamente com o Grupo EVBox e TSG, a Bridgestone irá instalar até 3.500 novos postos de carregamento em toda a sua rede europeia de retalho e serviços ao longo de cinco anos. Os condutores e frotas VE da Europa terão acesso único aos novos locais de carregamento da Bridgestone e a uma rede pública de carregamento de mais de 130.000 postos de carregamento através de uma única solução.
São passos importante no nosso compromisso em ajudar a alcançar a neutralidade de emissões de carbono até 2050. Antes disso, temos como objetivo reduzir as nossas emissões de CO2 em 50% até 2030.
Além de tudo isto, é importante salientar que a Bridgestone tem investido seriamente para reduzir as emissões de CO2 em todo o ciclo de vida dos seus produtos e em toda a cadeia de valor.
5. A Bridgestone fechou uma parceria com a Microsoft. Porquê? Qual é o objetivo final?
A tecnologia tem sido um eixo fundamental na estratégia da Bridgestone! Pois estamos em constante evolução para fornecer soluções reais, para problemas reais que os consumidores enfrentam diariamente.
Assim, juntámo-nos à Microsoft através de um sistema exclusivo de monitorização de danos nos pneus, usando a Plataforma de Veículos Conectados da Microsoft (MCVP), que tem como objetivo aumentar a segurança rodoviária e reduzir os acidentes causados por falhas técnicas.
Graças a tudo isto, hoje sabemos que os problemas relacionados com pneus se resumem a pressão inadequada, fadiga, desgaste irregular ou danos causados por buracos ou objetos na estrada. Este último ponto era até agora o que não contava com uma solução adequada.
Assim, o Sistema de Monitorização de Danos nos Pneus da Bridgestone oferece informação em tempo real dos danos. Usa a estrutura de cloud da MCVP em conjunto com os dados gerados pelo sensor, do hardware já instalado, e usa algoritmos para detetar eventos que afetem a superfície e a carcaça do pneu. O condutor pode ser imediatamente notificado do perigo e agir em conformidade para remediar a situação.
Por exemplo, os condutores ficam desde logo avisados do local onde existe um buraco que pode danificar o pneu, ou mesmo o veículo. Assim, conseguimos evitar não só acidentes que possam ocorrer, bem como despesas associadas a este tipo de eventos.
Assim, esta solução tecnológica poderá ser associada tanto a veículos com condutores, como também aos futuros veículos autónomos.
6. Qual é o maior objetivo para a empresa para 2022?
Em suma, queremos continuar a reforçar a nossa gama de produtos, tendo como base o lançamento feito este ano do Potenza Sport. É já equipamento original de diversos fabricantes como Maserati, Lamborghini ou BMW. Entretanto, está disponível em 96 medidas, 33 delas totalmente novas, e cobre 99% das jantes de 17” a 22”. Foi um pneu em que a sua fase de desenvolvimento envolveu mais de 3.800 condutores de todo o mundo.
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Tinha ideia de tudo o que é feito no desenvolvimento de um pneu? Partilhe connosco a sua opinião nos comentários em baixo.
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