Antes de mais nada, temos de voltar atrás no tempo! Imagine… Estamos agora na década de 80 e a Nintendo Entertainment System (NES), a consola que revitalizou e conquistou o ainda recém nascido setor do gaming, está no topo do mundo. Entretanto, o género de ficção cientifica está cada vez mais popular. O sucesso de franchises como Alien, Predador, Exterminador, Guerra das Estrelas, Star Trek, entre muitos outros fez surgir a necessidade de um jogo que nos permitisse viver em primeira mão (e em condições) esta sensação de explorar planetas hostis e alienistas.
Curiosamente, aqui, pela Europa, tivemos de esperar até 1988, mas valeu a pena! Foi aqui que demos as boas vindas a Metroid (NES)!
Portanto, inspirando-se em grande parte nos franchises sci-fi da altura, Metroid apresentou-nos à primeira protagonista high profile feminina de um jogo! A caçadora de recompensas de 1,90m, Samus Aran.
Foi nesta ‘aventura’, que sozinha no planeta Zebes, Samus lutou contra todas a probabilidades para derrotar a Mother Brain e conquistar um lugar cativo nos nossos corações.
Dito tudo isto, apesar das muitas sequelas, remakes e prequelas, lançadas ao longo dos anos. Canonicamente, a última aventura de Samus foi no GBA (Game Boy Advance), com Metroid Fusion (2002).
Assim, finalmente, após dezanove anos temos acesso ao próximo capitulo da sua história, será que compensou a espera? Vamos descobrir com esta análise.
Metroid Dread: História
Pois bem, depois de Samus ter desobedecido às suas ordens e ter colocado a estação espacial BSL em colisão direta com o planeta SR-388, causando a destruição de ambos e a aparente extinção definitiva dos Metroids e X parasites (no final de Metroid Fusion), a Federação declarou Samus uma renegada.
Desacreditada, com uma nova fraqueza mortal ao frio (devido ao DNA de Metroid) e acompanhada apenas por ADAM (a sua IA companheira), Samus recebe um vídeo que mostra uma X parasite sobrevivente no planeta ZDR. Querendo terminar a sua missão de erradicar a ameaça universal que são as X, ela desloca-se a este novo planeta, aparentemente abandonado.
Assim, nesta derradeira missão, Samus não só é confrontada com o seu passado mas também com a tecnologia mais avançada e perigosa da federação, os robôs E.M.M.I.! Agora corrompidos por uma força desconhecida.
Metroid Dread: Gameplay
Felizmente para os fãs deste franchise, Metroid Dread mantém o seu gameplay mais conhecido de 2.5D (um sidescroller com elementos 3D), ou seja, o seu estilo Metroidvania.
O leitor provavelmente já ouviu este termo, Metroidvania. Mas já parou para desconstruir esta palavra?
A sua origem vem da junção de dois dos nomes mais famosos do gaming clássico, Metroid e Castlevania. Serve este para caracterizar jogos 2D/2.5D compostos por mapas gigantes e interligados por zonas distintas, cheias de segredos, que vão sendo desbloqueadas/acedidas através da aquisição de novas habilidades/itens.
Como seria então de esperar, Samus perde novamente todas as suas habilidades no inicio do jogo. Recuperando as mesmas aos poucos (através de exploração e derrotando bosses) e avançando cada vez mais neste novo planeta misterioso.
Sendo uma sequela direta à história de Fusion, Dread foi buscar inspiração ao seu antecessor na forma de inimigos extremamente poderosos que caçam Samus ao longo da história e contra os quais ela não se pode defender. Em Fusion era a SA-X (uma X parasite que absorveu o DNA e armadura da Samus), agora esse papel é preenchido por um esquadrão de robôs E.M.M.I. quase indestrutíveis que se nos apanharem, é Insta-kill 99% da vezes.
Apesar destas secções em que temos de fugir dos robôs serem muito baseadas em tentativa e erro (o que é sem dúvida frustrante). São mitigadas, felizmente, pelos checkpoints colocados sempre à entrada das mesmas.
Regressa também o sistema de counter que estava presente em Metroid: Samus Returns (3DS)! Este consiste em carregar no botão de counter no momento exato em que um inimigo ataca. Se for executado com sucesso a maioria dos inimigos fica atordoado e exposto a um Insta-kill, largando mais vida e itens do que o normal.
Gráficos e Performance
Mais uma vez e como seria de esperar de um jogo First Party da Nintendo, Metroid Dread é um jogo lindo e extremamente bem otimizado.
A resolução varia entre 1600×900 na Dock e 1280×720 em Handheld, com o framerate a manter-se nos 60FPS estável. (Salvo raras exceções, devido provavelmente à complexidade de certos backgrounds).
É de frisar que, talvez numa tentativa de fazer as mesmas parecerem mais cinemáticas, as cutscenes são apresentadas a 30FPS.
Entretanto, uma adição que não estava à espera (por ser tão raro em jogos na Switch), é o facto de Dread beneficiar de 5.1 Surround Sound. Que num jogo como Metroid ajuda a melhorar a já excelente imersão no mundo e setting.
Conclusão
Posso assim concluir, dizendo que Metroid Dread é o culminar de anos a aperfeiçoar a fórmula Metroidvania.
Em suma, com ação a 60FPS, um sistema de combate extremamente polido, um mapa gigante e interligado para explorar, segredos escondidos por todo o lado e uma conclusão digna à história da heroína lendária que é Samus Aran. Este é sem dúvida a derradeira experiência Metroid 2.5D.
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