Uma das melhores memórias que tenho da minha infância é sem dúvida as horas passadas a jogar simuladores de Skate. Aposto consigo, caro leitor, que se cresceu na altura da PS1/PS2 há uma forte probabilidade de ter tido uma fase de skater virtual.
Dito isto, de uma forma um pouco infeliz, com o passar dos anos este género de jogo foi-se tornando cada mais mais obscuro, ao ponto de se formos puxar pela cabeça, o ultimo bom jogo de Skate a que tivemos acesso até pode mesmo ter sido o OlliOlli que saiu originalmente para a PS Vita em 2014. (Isto se não falarmos de remasters ou remakes, claro)
Assim, numa indústria em que “maior” raramente significa “melhor”, temos a chegada de OlliOlli World para a Switch. Com o seu estilo artístico altamente apelativo e gameplay viciante, será que OlliOlli World vai conseguir reacender a paixão pelo Skate? Vamos descobrir com esta análise.
História
Bem vindos à Radlandia, um mundo criado por cinco deuses do Skate onde até as árvores servem como percursos para conquistar. Cada um dos cinco deuses criou um distrito à sua própria imagem cheio de desafios a serem superados com o propósito de encontrar o Skate Wizard.
Este é um mestre do Skate tão raro que apenas surge um por geração e, com o Skate Wizard atual a chegar à reforma, está na hora de provarmos à Radlandia inteira que esse próximo Skater lendário somos nós.
Gameplay
Antes de mais nada, antes de iniciarmos os nossos truques e acrobacias, temos de criar a nossa personagem. Logo à partida posso dizer que fiquei extremamente impressionado, para um jogo AA e 2.5D, existem imensas opções diferentes que me deixaram criar a minha típica personagem… O mítico careca barbudo!
No que toca à parte da jogabilidade em si, esta é altamente intuitiva e viciante.
Afinal, temos aqui um exemplo de um jogo que consegue apelar tanto ao jogador casual como ao hardcore, dependendo do quão competitivo queremos ser com o sistema de pontuação (ou se queremos apenas apreciar a história). É preciso salientar que o OlliOlli World está mais focado em valorizar as boas jogadas e não em penalizar as falhas.
Todas as mecânicas e truques são apresentados a seu tempo e explicados de uma forma bastante competente, nunca deixando o jogador a sentir-se sobrecarregado com informação.
Para além de todos os truques que conseguimos executar (de esperar de um jogo de skate e ainda mais umas surpresas) temos também elementos de exploração. Por exemplo, muitos dos percursos têm caminhos alternativos que podemos alcançar mudando de via no momento certo.
Como se os caminhos alternativos não fossem suficientes, temos também a opção de, utilizando palavras chave, gerar aleatoriamente percursos que podem ser partilhados com outros jogadores. O que traz todo uma outra camada de complexidade, e de divertimento para cima da mesa.
Quando alcançamos Gnarvana (a dimensão onde residem os deuses), desbloqueamos também a liga, em que todos os dias competimos contra outros Skaters numa liderboard, sendo que quem tem a pontuação mais alta avança de rank.
Gráficos e performance
De um ponto de vista artístico, OlliOlli World não tem falta de personalidade e charme.
Optar por um estilo quase desenhado “á mão” (contrastando com o estilo pixelizado do titulo anterior). Permite a World não só se destacar, como manter uma performance bastante satisfatória durante toda a experiência de jogo.
Conclusão
Posso dizer então que fiquei apaixonado por este jogo.
A equipa não só conseguiu construir em cima daquilo que já era uma base forte (OlliOlli). Como ao adaptar o estilo artístico, ao mesmo tempo que tentou arranjar um equilibro no que toca à curva de dificuldade… Temos aqui um jogo que sem dúvida vai apelar a todos e quaisquer fãs de skates.
Entretanto, a vantagem de adquirir o título na Switch, é que sendo um jogo “pickup and play”. (Podemos ter sessões de 5 minutos sem deixar alguma atividade a meio). É perfeito para o conceito portátil desta consola.
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