(Análise) Google Pixel 8: Incrível se fosse um pouco mais barato

(Análise) Google Pixel 8: Se existe uma entidade no mundo mobile que percebe o ecossistema Android, e que tem uma visão daquilo que é um estilo de utilização perto da perfeição, esta entidade tem de ser a Google!

Afinal, estamos a falar da responsável máxima pela manutenção e desenvolvimento de tudo o que acontece e aparece neste ecossistema (Android), que além disto, tem agora uma gama de smartphones com o objetivo de fazer mostrar essa mesma imagem perfeita aos consumidores, e também às suas parceiras (Samsung, Xiaomi, etc…).

Um objetivo ‘showroom’ que por vezes é cumprido, enquanto outras vezes é completamente ignorado pelas parceiras.

É muito por causa disso que é tão importante para nós, entusiastas do mundo mobile, ver a Google a levar a sua gama de smartphones e ademais wearables para outros mercados, onde finalmente podemos incluir Portugal.

Sim! Esta é a primeira vez que a Google lançou smartphones Pixel em Portugal de forma oficial!

O que além de significar que pode ir a uma loja física para comprar o smartphone, também quer dizer que vai ter acesso ao incrível suporte técnico da gigante Norte-Americana por terras Lusas.

Além de tudo isto, e talvez mais importante do que tudo aquilo que já mencionei, isto significa que os smartphones Pixel estão a ganhar um outro nível de importância, e que qualquer novidade ou mudança que a Google tente implementar, não pode ser pura e simplesmente ignorada pelas principais fabricantes do mundo Android.

Aliás, é uma estratégia que já começa a dar frutos, visto que muitas das novidades IA apresentadas pelos Pixel 8 vão ser replicadas já na próxima geração de smartphones da Samsung e Xiaomi.

Mas, como tudo isto é uma novidade no mercado Português, temos de ir por partes.

(Análise) Google Pixel 8 Pro: É uma mudança de paradigma!

O que é um smartphone Pixel?

Provavelmente já não se lembra, mas antes da gama de produtos Pixel, a Google já teve uma gama de smartphones e tablets própria, feita em parceria com outras fabricantes. Estamos a falar dos smartphones e tablets Nexus, que curiosamente fizeram um sucesso incrível em Portugal.

Aliás, alguns destes aparelhos, como é o caso do Tablet Nexus 7, até chegarem a ser vendidos por cá, de forma oficial, a partir da loja Google. Mas, depois de alguns anos de aposta em aparelhos Nexus, a Google decidiu mudar um pouco o paradigma, ao absorver a velhinha HTC, para eventualmente desenhar e produzir os seus próprios aparelhos.

Foi aqui que nasceu a ideia Pixel!

Uma gama de produtos que tenta ser diferente, e que apenas tem vindo a evoluir e a crescer ano após ano.

Isto é especialmente importante, porque um smartphone Pixel nunca teve o objetivo de ser um rival direito de tudo aquilo que as grandes fabricantes têm para oferecer dentro do mesmo ecossistema.

A ideia é ser um produto mais focado, mais simples, diferente de tudo o resto, sendo assim capaz de oferecer uma experiência Android mais pura, e por isso mais apelativa. Se possível, a um preço mais baixo!

É exatamente por isso que muito do hardware que dá vida até a ambos os Pixel 8, especialmente a versão Pro (o smartphone mais poderoso e caro que a Google alguma vez lançou), não é de todo incrível face aquilo que a Apple, Samsung ou Xiaomi conseguem oferecer em 2023.

Mas… Sou muito honesto, mesmo tendo isso em conta, trocaria qualquer topo de gama desta geração por um Pixel 8 Pro, quem sabe até um Pixel 8. Porquê? Estes aparelhos são uma lufada de ar fresco! Algo que o mundo Android precisava de forma quase desesperante.

(Análise) Google Pixel 8 Pro: É uma mudança de paradigma!

Portanto, antes de mais nada, é preciso perceber a estratégia que a Google tem com este lançamento. Afinal, a fabricante não quer encher o mercado Android de smartphones Pixel. A ideia não é, nem nunca foi, vender milhões de aparelhos.

  • Nota: A ideia passa por lançar aparelhos focados apenas onde a melhor experiência de utilização está presente, ou seja, da gama média-alta até à gama alta. Por sua vez capazes de oferecer algo mais face ao que já existe no mercado.

Na realidade, a gigante da pesquisa adota uma estratégia muito similar à da Apple do passado! Ao lançar apenas dois aparelhos, um mais pequeno e um outro um pouquinho maior, com mais algumas capacidades, e por isso também ligeiramente mais caro.

Mais tarde, vamos também dizer olá a um Pixel ‘8a’, provavelmente no primeiro trimestre de 2024, que é basicamente a versão FE (Samsung) ou SE (Apple) da Google para a sua gama de smartphones. (Por enquanto, já temos por cá a versão Pixel 7a, que cumpre os mesmos requisitos).

Estratégia parecida à Apple? Sim, e não é só na quantidade de aparelhos lançados.

Muito à semelhança da Apple, a Google também decidiu desenhar os seus próprios chips, para se afastar das grandes fabricantes de microprocessadores do mundo mobile (Qualcomm e MediaTek). Isto porque a Google não concorda com a corrida desenfreada à performance, apenas e só para apresentar gráficos bonitos, mas que no fundo são inúteis.

Especialmente porque esta corrida à performance também está a resultar num encarecimento geral de todo o ecossistema. Na opinião da Google, não existe necessidade de andar a correr atrás de números, quando a performance propriamente dita não está lá.

A gigante da pesquisa quer smartphones Pixel não necessariamente baseados no último “grito” tecnológico, mas sim focados naquilo que realmente interessa… A experiência que o utilizador tem com um smartphone na mão. Hoje em dia isto significa software otimizado, com muito IA à mistura.

Especificações Técnicas:

  • Ecrã: OLED 6.2”, 120Hz, HDR10+, 1400 nits (HBM), 2000 nits (pico), 1080 x 2400, 20:9 (~428 ppi), Corning Gorilla Glass Victus
  • Processador: Google Tensor G3 (4nm)
  • Memória: 8GB
  • Armazenamento: 128GB~256GB
  • Câmaras:
    • Principal: 50 MP, f/1.7, 25mm (wide), 1/1.31″, 1.2µm, PDAF, Laser AF, OIS
    • Secundária: 12 MP, f/2.2, 126˚ (ultrawide), 1/2.9″, 1.25µm
    • Frontal: 10.5MP Ultrawide, PDAF, f/2.2, Auto-HDR, panorama
  • Bateria: 4575mAh (27W com fios // 18W sem fios)
  • Tamanho e Peso: 150.5 x 70.8 x 8.9mm // 187g

Performance

O Pixel 8 conta com o mesmo exato SoC do seu irmão ‘Pro’, o Tensor G3. Porém, devido ao facto de contar com uma superfície de refrigeração um pouco mais pequena, o potencial de performance é também ele ligeiramente mais baixo. Se isso se nota no dia-a-dia? Nem por isso! O Pixel 8 parece um Pixel 8 Pro, só que mais compacto.

Como dissemos em cima, o foco da Google não é a performance pura e dura, não é oferecer gráficos bonitos na altura da apresentação e lançamento de um novo smartphone. O objetivo é oferecer uma experiência de utilização incrível, diferenciada, focada naquilo que interessa. Isto com a ajuda de muita Inteligência Artificial, claro.

É exatamente por tudo isto que temos aqui uma espécie de Pocket Rocket com muitas das mesmas capacidades do Pixel 8 Pro, especialmente na captura e processamento de imagens! Isto já para não falar do potencial que temos de edição. Mas já lá vamos.

Design e Ecrã

O Pixel 8 é um Pixel 8 Pro num ponto mais pequeno. O design é exatamente o mesmo, à exceção do sensor de temperatura, e terceiro sensor fotográfico, ambos na traseira do aparelho.

É assim um smartphone muito comparável às versões base do iPhone 15 e Galaxy S23. Como assim? É um smartphone que tem o tamanho correto para uma utilização confortável no dia-a-dia. Não sendo demasiado pequeno, nem demasiado grande. Conta também com uma grande ajuda de cantos arredondados, e um peso extremamente aliciante.

Pixel 8 ‘base’ com capa. Fica um smartphone muito mais jovial e alegre

Quanto ao ecrã, a qualidade não é exatamente a mesma que podemos encontrar no modelo Pro, com o brilho máximo um pouco mais baixo, além disso, é um painel LTPS em vez de LTPO, o que por sua vez significa que não temos aqui a possibilidade de andar entre os 1Hz e 120Hz, com o Pixel 8 a ficar pelos 60~120Hz.

Ainda assim, é um ecrã de qualidade, e muito provavelmente não vai notar a diferença no dia-a-dia.

Câmaras

Aqui é que a coisa vai ser extremamente complicada de analisar. É que qualquer um dos Pixel 8 é uma máquina fotográfica “anti-totós”. Ou seja, qualquer pessoa, por mais naba que seja nesta componente, vai tirar fotos absolutamente incríveis com qualquer um destes telemóveis.

99% das vezes, basta apontar, tirar a foto, e… Pronto! Está feito! Aliás, mesmo que a coisa corra mal, tem tantas e boas ferramentas para salvar a foto, que parece quase um aparelho vindo do futuro.

Em suma, isto é complicado porque não podemos analisar o Pixel 8 Pro apenas pela sua capacidade de tirar fotos, temos também de olhar para o processamento que ele faz em cada captura, e também para as portas que abre na edição através do Google Fotos. É absolutamente incrível.

Entretanto, como uma imagem vale mais que mil palavras, vamos primeiramente olhar para algumas das capturas feitas através do Pixel 8. Para depois dar uma olhadela ao potencial de edição que o smartphone oferece.

Macro

Modo Noturno
Pixel 8 Pro

Edição (Exemplos)

Borracha Mágica

Editor Mágico

One Take

Como dizer isto sem parecer que estou a tentar levar a Google para a cama… O Pixel 8 está quase ao mesmo nível do 8 Pro em termos de capacidade fotográfica. Não é tão completo porque não tem a mesma configuração de câmaras na traseira. Porém, continua a ser um salto qualitativo muito grande, especialmente se não der grande valor ao zoom num smartphone.

Em suma, tal e qual como o irmão Pro, o que você pode fazer com este telemóvel é algo que pura e simplesmente ainda não existia no mercado.

Bateria (Autonomia)

Este nem é um dos focos da Google com estes smartphones. Ainda assim, ambos os aparelhos são muito bons na gestão de recursos! Sendo possível chegar a 1 dia e meio de utilização no Pro e 1 dia na versão base sem grandes problemas, mesmo que seja um “power user”.

Conclusão

Estou rendido! A Google sabe o que está a fazer nestes Pixel! A única coisa que eu gostava de ter visto, era preços um pouco mais apelativos para meter o bichinho atrás da orelha dos consumidores.

O Pixel 8 Pro é o aparelho que conta com o preço mais equilibrado, porque não existe outro topo de gama ao mesmo preço. Porém, o Pixel 8 já vai ter de lutar com muitos outros aparelhos poderosos. Como é o Galaxy S23 que já desceu de preço de forma muito significativa. Ou é até o caso do Nothing Phone (2) que é mais barato e é mais poderoso no papel. Além destes, temos ainda o iPhone 15 (base), que está disponível mais ou menos ao mesmo preço.

Ainda assim, é um aparelho incrível e recomendável. Peca apenas pelo preço.

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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