AG344UXM: testámos a bomba da AOC para jogadores!

Hoje em dia não há falta de monitores de jogos realmente excelentes a preços razoáveis, especialmente em 2023 em que estamos finalmente a ver uma renovação das tecnologias base que dão vida aos painéis, com os velhos termos IPS, VA e TN a desaparecer para dar espaço ao OLED e QD-OLED. Atualmente, é possível obter um painel com resolução de 2560 x 1440 píxeis (QHD), com uma elevada taxa de atualização de frames, bem como uma boa reprodução de cores por pouco dinheiro. Mas como é óbvio, quem quer a excelência normalmente tenta procurar equipamentos de topo. O AOC AGON PRO AG344UXM representa tudo isso, pelo menos no papel. Mas e na prática como é que funciona? Vale mesmo a pena?

AG344UXM: Testámos a bomba da AOC para jogadores!

Num mundo onde só vemos ecrãs curvos por todo o lado, esta aposta da AOC desataca-se logo por ser plana. Afinal de contas nem todos gostam das curvas e assim esta é uma boa aposta para quem pretende escapar ao tradicional.

Esta aposta da AOC, o AG344UXM, é mais largo do que os típicos monitores com rácio 16:9 (widescreen). Continua a ser efetivamente um monitor com resolução de 1440, mas expande-se para 3440 x 1440 para lidar com a largura extra.

Também melhora a taxa de atualização, com 170 Hz, significativamente mais do que a norma da indústria dos computadores que ainda está muito presa aos 144Hz, ou claro, aos velhos 60 Hz, ou mesmo 30 Hz, se estiver a jogar muitos jogos de consola. Mas atenção não nos podemos esquecer que a PS5 tem modo 1440p. Ou seja, com ela ligada e até porque existem várias portas de ligação disponíveis, podemos ter o melhor dos dois mundos. Algo para trabalhar e jogar. Quer no PC ou na consola. Além disto, tem um tempo de resposta rápido de 1 ms e a tecnologia de retroiluminação miniLED de referência. Mas especificações à parte, o que tem para nos oferecer este equipamento?

Design

As primeiras impressões são muito importantes e este é, de longe, um dos monitores com um aspeto poderoso. A AOC e, mais especificamente, a sua gama AGON Pro, mantêm a estética clássica dos jogadores de PC, em preto com reflexos vermelhos, o que lhe dá um certo ar retro, embora também pareça moderno ao mesmo tempo. Uma mistura que parece estranha no papel, mas rapidamente conquista ao vivo.

O painel é grande, com uma diagonal de 34″, pelo que deverá proporcionar algumas experiências de jogo imersivas. Mas, e isto é um grande mas, esta bomba também dá para trabalhar.

Ao nível do design destacam-se logo as molduras que são finas nos lados superiores esquerdo e direito, pelo que se adequa bem a uma configuração de vários monitores. Aliás tenho outro monitor da AOC mesmo ao lado onde normalmente tenho o email, WhatsApp e Telegram, e a coisa resulta realmente muito bem para quem quer trabalhar mais a sério, ou gosta de ter acesso a informação extra enquanto joga. (Como é o caso dos streamers). A moldura inferior é um pouco mais grossa, mas, mesmo assim, é aceitável.

O suporte é bastante robusto, e tem de o ser, pois este monitor é bastante pesado.

Devido às características foi necessário adicionar muito hardware. Logo à partida temos muitos dissipadores de calor de metal para manter o painel fresco enquanto fornece níveis de brilho HDR1000. Assim, tendo isso em conta, o suporte mais largo e mais pesado faz sentido e mantém este monitor bem seguro em cima da secretária.

No entanto toda esta tecnologia que está no interior tem um efeito negativo. É que temos um monitor com 90 mm de espessura, sem contar com o suporte.

Ao ligar o monitor e para quem gosta destes pormenores ao nível do design tem uma surpresa. Na prática um logótipo incorporado que pode brilhar na sua secretária.

Para além disso, tem os efeitos RGB na parte de trás, que ficam muito bem, especialmente se tiver o monitor encostado a uma parede, ou uma qualquer superfície capaz de refletir luz.

Controlo com fios

O sistema de configuração e ajuste do AG344UXM está realmente bom. No entanto, temos mesmo de recorrer ao comando sem fios. É que se formos a recorrer ao manípulo analógico tudo fica mais complicado, uma vez que se encontra tão acima da parte de trás do monitor, que não é realmente fácil. Além disso, este tipo de controlo nunca foi conhecido por ser muito amigo do utilizador, curiosamente em nenhuma das fabricantes focadas neste tipo de produto.

AG344UXM

Tudo o que seria de esperar está aqui, com calibração de cor completa de 6 pontos, uma infinidade de perfis para modos SDR e HDR, overdrive, sincronização adaptativa e sobreposições de jogos.

Em funcionamento

Logo que tiramos o monitor da caixa, as cores e a relação de contraste do AGON Pro são simplesmente deslumbrantes. Sendo ultra-wide, tem uma enorme quantidade de espaço de trabalho, com a resolução de 3440 x 1440 a proporcionar muito espaço para abrir várias janelas lado a lado, o que garante uma produtividade fantástica.

AG344UXM

No entanto, o que realmente me agradou foram as cores e a retroiluminação mini-LED. Os filmes têm níveis de reprodução de cores de cinema e os níveis de preto são espantosos. Mais uma vez, é um monitor que é capaz de muito mais, além dos jogos.

Entretanto, como já dissemos em cima, tem um tempo de resposta de 1 ms e uma taxa de atualização de 170 Hz que garante uma uma experiência de jogo verdadeiramente sublime, assumindo que tem uma gráfica capaz de o acompanhar. Um aspeto que merece destaque é que com o FreeSync e o Adaptive Sync, também não se verifica o efeito de “screen tearing”, por isso, se não conseguir manter 170 FPS de forma consistente, não há qualquer problema.

Os modos HDR do AG344UXM também são fantásticos e os níveis de preto estão próximos dos níveis OLED, mas o monitor também é capaz de produzir um pico de brilho mais elevado.

Para trabalhos de edição sensíveis à cor, há poucos monitores no mercado que possam superar o que este tem para oferecer. A reprodução e a precisão das cores são excecionais. Utilizámos para jogar mas também para trabalhar.

Quanto é que custa?

Olhando para o preço é verdade que não é das apostas mais baratas. De facto, basta abrirmos o KuantoKusta para percebermos que está disponível a partir dos 1200 Euros. No entanto, tendo em conta que é um dos melhores monitores que analisei a verdade é que a relação qualidade/preço é relativamente boa.

A tecnologia MiniLED é espantosa, mas, claramente, acrescenta muito hardware, complexidade, fornecimento de energia adicional, hardware de refrigeração e muito mais ao ecrã, e tudo isto tem um impacto significativo no preço.

O veredicto

Obviamente, isto só vai agradar aos entusiastas mais endinheirados e que gostam sobretudo de passarem muito tempo a “beberem” os mais variados conteúdos multimédia, sejam eles jogos, filmes. Os outros podem ficar mais assustados com o preço. No entanto, se se preocupa realmente com a precisão das cores e gosta de ser impressionado visualmente, então este ecrã vai dar conta do recado. É claro que está preparado para jogos e não desilude, mas também está fortemente preparado para designers e outras profissões do género, com o painel largo a oferecer maior produtividade, enquanto a reprodução de cores também o torna adequado para a criação de conteúdos.

Dito isto, não tenho qualquer problema em dar-lhe o carimbo de excelência.

Nota do editor

O teste ao AG344UXM levou mais do que previa e sobretudo por um motivo. Infelizmente recebi uma unidade com um problema que talvez devido ao aquecimento do nada e várias vezes por dia limitava-se a ficar com o ecrã totalmente cinzento. Escusado será dizer que era meio caminho andado para a perda de um jogo. Isto porque a única solução é desligar e voltar a ligar o monitor. Infelizmente também fui brindado com um pixel morto mesmo no centro do ecrã. No entanto, isto é apenas uma questão de azar e se isto fosse uma unidade comprada obviamente que teriam sido trocada pelo retalhista. Seja como for e uma vez que isto foi apenas azar na unidade que recebi, isto não mancha em nada o desempenho. É que até com este problema me conseguiu impressionar.

Ao seguir a Leak no Google Notícias está a ajudar-nos. Carregue aqui e depois em seguir.
Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

Leia também

Está preparado para jogos e não desilude, mas também está fortemente preparado para designers e outras profissões do género, com o painel largo a oferecer maior produtividade, enquanto a reprodução de cores também o torna adequado para a criação de conteúdos. Dito isto, não tenho qualquer problema em dar-lhe o carimbo de excelência.AG344UXM: testámos a bomba da AOC para jogadores!