Já imaginaste um telemóvel ou portátil que pura e simplesmente nunca precisa de ser carregado? Parece coisa de filme, ou de um futuro ainda bastante distante, mas a ideia está a tornar-se realidade graças a uma equipa de cientistas sul-coreanos que anda a brincar com… energia nuclear. Sim, leste bem! Mas não tenhas medo.
Adeus carregadores? Bateria nuclear pode durar… Para sempre!
Portanto, o projeto, liderado pelo professor Su-Il In do Daegu Gyeongbuk Institute of Science and Technology, recorre a uma coisa chamada tecnologia betavoltaica.
Basicamente, este equipa, em vez de usar o velho lítio, usa um isótopo radioativo do carbono — o famoso carbono-14 — que tem uma meia-vida de 5730 anos. Traduzindo: pode aguentar milhares de anos a emitir energia antes de se esgotar por completo.
E o melhor? Em vez de lançar raios gama (perigosos como tudo), este carbono-14 emite apenas partículas beta — bem mais seguras e fáceis de conter. Basta uma folha fininha de alumínio para manter tudo sob controlo.
Resultado? Uma bateria nuclear que cabe no bolso e não precisa de recarregamentos. Nunca.
Testes?
Segundo os testes apresentados numa conferência da American Chemical Society, o novo protótipo desta bateria aumentou a eficiência de conversão de energia de uns miseráveis 0,48% para uns bem mais interessantes 2,86%. Ainda está longe dos 90% dos clássicos lítio-íon, mas vamos ser honestos: isto é tecnologia do futuro.
Aplicações são brutais: pacemakers que duram uma vida inteira, sensores em ambientes extremos, satélites, drones e até veículos autónomos. Tudo sem preocupações com tomadas ou baterias a falhar ao fim de dois anos.
Para quando?
Claro que ainda há muito caminho a percorrer. A potência ainda não chega aos calcanhares do que temos hoje, mas a ideia de uma bateria que dura décadas (ou séculos) sem manutenção… isso sim, é revolucionário.