O mining voltou na pior altura possível! Em tempos pandémicos e de dificuldades de produção para as gigantes da indústria das placas gráficas. O que claro está, resultou numa absoluta rotura de stocks, em que as poucas unidades lançadas pelas fabricantes acabaram em rigs de mining em vez de PCs pensados para os jogos.
Dito tudo isto, como deve saber, a NVIDIA decidiu começar uma espécie de guerra contra o mundo do gaming. Espécie? Sim, porque isto tem alguma água no bico, sendo mais uma jogada de marketing que outra coisa qualquer, mas vamos por partes.
A NVIDIA está a optar por práticas Anti Consumidor?
Portanto, antes de mais nada, para perceber a situação atual, temos de olhar para o último boom do mining de 2017. Nesta altura, a Bitcoin chegou aos 20mil dólares, e claro, as placas gráficas desapareceram das prateleiras, ou encareceram de forma simplesmente anormal. (Como agora!)
Na altura, a placa mais desejável era a GTX 1080 Ti, uma menina que custava mais ou menos 800~900€. Mas facilmente a encontraria ao dobro ou triplo do seu preço original, devido ao aumento de procura do mercado, especialmente no segmento do mining.
O que fez a NVIDIA na altura?
Durante muito tempo, ficou apenas a olhar. Mas mais para o fim do fenómeno, aumentou drasticamente a produção, para claro, ganhar uns quantos dólares com a situação. Curiosamente, pouco tempo depois, a Bitcoin sofreu um crash épico, e claro, a NVIDIA levou com a explosão na cara.
Aliás, a explosão até foi multifacetada, visto que a NVIDIA lançou logo de seguida as novas RTX 20, que infelizmente não ofereciam um grande boost de performance em relação à geração GTX 10. Isto ao mesmo tempo que teve de lidar com um mercado de usados cheio de placas gráficas GTX 10, com os miners a tentarem ver-se livres de todo o seu hardware, a um preço bastante apelativo relativamente às placas mais recentes.
Pois bem, parece que a NVIDIA aprendeu a lição! Por isso, está a tentar matar o mercado de placas gráficas usadas, antes de voltar a apostar tudo o que tem no mining!
É inegável que a limitação imposta às muito recentes RTX 3060 é uma fraca tentativa de parar este comboio que já vai a todo o gás. Especialmente porque a NVIDIA apenou limitou um único algoritmo (Etherium).
Porquê? Muito resumidamente, porque o objetivo da NVIDIA não é parar o mining, é pura e simplesmente evitar que aconteça o mesmo que aconteceu em 2018, quando o mercado ficou cheio de placas gráficas usadas. E claro, esta se viu ‘grega’ para vender as mais recentes RTX 20.
É exatamente por isto que a NVIDIA lançou a nova gama de processadores CMP, sem output de imagem, e coolers mais fracos. Em suma, estas placas gráficas CMP não podem ser usadas por gamers, e por isso, nunca irão ser vendidas quando o mercado passar por um mau bocado.
Qual é a razão para tudo isto ser apenas uma prática anti consumidor?
A falta de stock de placas gráficas atual não se deve apenas ao mining, mas também à escassez de matéria prima para a produção de semicondutores. E claro, apesar de serem baseadas no processo de 12nm, estas placas gráficas CMP precisam dos mesmos exatos materiais. Por isso, esta estratégia não vai ajudar de maneira nenhuma os consumidores que andam desesperados à procura de uma RTX 30.
Além disto, quando a loucura do mining passar, porque vai obviamente passar dentro de algum tempo… O mercado de usados não vai receber montes de placas usadas, o que irá impossibilitar alguns gamers de conseguirem negócios vantajosos, no fim de toda esta situação.
E claro, como cereja no topo do bolo, estas placas CMP vão acabar numa lixeira qualquer, quando os miners se fartarem delas. Porque não têm outra utilidade, a não ser minar.
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