Como já disse várias vezes na Leak.pt, a única forma de acabar, ou pelo menos dominar o efeito da pirataria a uma escala global, é oferecer um serviço superior ao do pirata, a um preço minimamente justo.
Aliás, foi exatamente isso que a Netflix fez durante vários anos, atirando a pirataria de conteúdo multimédia para um espaço completamente novo, e na verdade, muito escuro… Uma altura em que muito boa gente se esqueceu que a pirataria era um problema, visto que esta quase desapareceu.
Afinal de contas, até os piratas mais acérrimos decidiram guardar o seu chapéu no armário, felizes com a possibilidade de terem finalmente acesso a muito conteúdo, de qualidade, de uma forma prática, a um preço que fazia todo o sentido.
Mas… As coisas já não são bem assim! A guerra do streaming, em que o conteúdo outrora tão fácil de encontrar, está agora dividido em 3, 4, ou até por 5 plataformas completamente diferentes, todas elas com uma subscrição paga própria.
Além disso, a Netflix, que durante todos os anos apostou em conteúdo próprio, de qualidade inegável, está agora presa num ciclo de más decisões, que apenas parecem puros e simples tiros nos pés. Uma destas decisões, é mesmo o lançamento do plano de subscrição Básico, que… Bem… É uma desilusão. Desilusão porquê? Tinha sido tão fácil criar um produto apelativo!
A “nova” Netflix é uma piada e um convite à pirataria!
Portanto, a ideia da subscrição a um serviço de streaming é super simples. Basta oferecer acesso a muito conteúdo multimédia, de qualidade, sem complicações associadas à sua atualização. O que são complicações? Bem, logo à partida, são os anúncios publicitários.
Dou um exemplo muito simples, e muito pessoal! No Spotify, eu só pago a mensalidade, para não ter de ouvir os incrivelmente chatos anúncios que a plataforma mete entre cada música. Sim, é verdade que algoritmo de descoberta entende-me perfeitamente, e a própria app está muito bem conseguida, e claro, ao ser um serviço que uso todos os dias, faria todo o sentido pagá-lo. Mas na realidade, só pago a mensalidade para não ter ouvir anúncios, e conseguir mudar de música mais de 6x por hora. Se não fosse a minha falta de paciência, poderia ficar, para sempre, no pacote gratuito, a ouvir a mesma exata música que ouço agora.
Neste molde, o meu pagamento seriam pura e simplesmente os anúncios. Um molde/estratégia, que acredito ser possível de transferir de forma quase perfeita para um Netflix Básico. Mas não! A Netflix quis ser gananciosa.
Ao fim ao cabo, além dos 6.99€ por mês que a Netflix pede, os utilizadores têm de levar com 4 minutos de anúncios por cada hora de visualização. Anúncios que podem aparecer no início, ou até a meio de qualquer reprodução. Consegue imaginar estar a pagar 7 euros, e levar com um anúncio a meio de um episódio de uma qualquer série?
Além disso, não é possível ter acesso a todo o conteúdo da plataforma, e claro, a resolução está limitada aos 720p. Ou seja, tem de pagar 7 “paus” por mês, para ter acesso a uma experiência horrível de utilização da plataforma. Não faz o menor sentido!
Felizmente, ou infelizmente, este serviço não vai chegar, pelo menos por enquanto, a Portugal. Mas será que isto ia ter alguma adesão? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
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