Como deve saber, a AMD estĂĄ neste momento a surfar uma onda de puro sucesso, conseguindo ultrapassar a sua velha rival Intel na performance por nĂșcleo, ao mesmo tempo que tambĂ©m bateu o pĂ© Ă NVIDIA no mundo das placas grĂĄficas.
Mas lĂĄ estĂĄ… Se hĂĄ coisa que a histĂłria nos ensinou, Ă© que certos acontecimentos tĂȘm tendĂȘncia a se repetir... Ainda se lembra da Ășltima vez que a AMD esteve no topo da montanha?
Vamos tentar perceber quando aconteceu, o porquĂȘ, e o que falhou.
A AMD ultrapassou a Intel… Mas sabe o que aconteceu da Ășltima vez?
Portanto, é inegåvel que os processadores AMD Ryzen estão a voar das prateleiras que nem pãezinhos quentes. Especialmente os produtos da gama Ryzen 5000, visto que a AMD até teve dificuldades de stock no fim do ano passado, e alguns modelos ainda são mais raros que o ouro.
Ainda assim, Ă© incrĂvel como a AMD conseguiu apanhar a Intel, depois de mais de uma dĂ©cada de puro sofrimento, e perigo iminente de falĂȘncia. No entanto, agora temos de começar a olhar por outro prisma… SerĂĄ que a AMD vai ser capaz de manter este nĂvel? Ou vai acabar por cometer os erros do passado?
Quando foi a Ășltima vez que a AMD esteve por cima da Intel?
Pois bem, temos de ir para o distante ano de 2005, para voltar a ver uma AMD forte relativamente Ă rival Intel. Uma altura em que os entusiastas estavam loucos com o recente Athlon 64 X2 Dual Core, esquecendo a existĂȘncia dos afamados Pentium 4 e Pentium D.
Dito isto, o ‘X2’ era o sucessor do igualmente incrĂvel Athlon 64, que curiosamente foi o processador que bateu os planos da Intel de chegar primeiro aos 64-bits. Contudo, tambĂ©m foi um processador que acabou por perder para o Pentium 4 Extreme Edition, devido Ă facilidade que a Intel tinha de chegar a frequĂȘncias extremamente altas.
Ou seja, quando a AMD lançou o Athlon 64 X2 com dois nĂșcleos de processamento, a Intel nĂŁo foi capaz de acompanhar apenas com frequĂȘncias, ficando a comer pĂł durante bastante tempo.
Mas também foi aqui que a Intel demonstrou o que era realmente capaz de oferecer ao mercado!
Afinal de contas, depois de perceber que a sua arquitetura Netburst estava obsoleta, a Intel decidiu avançar para algo completamente novo, o que claro estå, deu origem às gamas de processadores Intel Core. (Core 2 Duo e Core 2 Quad)
Curiosamente, para chegar a estes produtos, a Intel voltou atrås, aos seus velhos Pentium III, fazendo vårias melhorias na tecnologia, o que algum tempo depois resultou na gama de processadores Pentium M, que além de råpidos, eram também extremamente eficientes, e serviram como base para uma nova gama de produtos.
Dito tudo isto, a oferta Core 2 Duo impressionou, enquanto os mais poderosos Core 2 Quad conquistaram totalmente o coração dos entusiastas. Especialmente quando temos em conta que a Intel tinha um processo mais recente de 65nm, enquanto a AMD ainda andava a brincar aos 90nm.
Em suma, a oferta da Intel apresentava mais IPC, frequĂȘncias mais altas, mais cache, e consumia menos energia.
A AMD teve dificuldades depois do sucesso dos Athlon 64!
Muito resumidamente, enquanto a Intel continuou a meter pressão na AMD, ao avançar para o processo de 45nm, sem qualquer dó nem piedade da rival. A AMD focou-se em algo completamente diferente, ou seja, na aquisição da ATI (agora AMD Radeon) por 5.4 mil milhÔes de dólares em 2006.
Com o foco perdido, a AMD nunca mais foi capaz de competir com a Intel no mundo dos processadores, com a sua reputação a cair ano apĂłs ano, e claro, com uma crise financeira gigante em cima… AtĂ© finalmente em 2017 apresentar a arquitetura Zen e os seus processadores Ryzen.
Bem, mais ou menos, a retoma da AMD começou em 2012 e 2013, com a entrada em grande da AMD no mundo das consolas, que claro estå, meteu algum dinheiro em caixa para pesquisa e desenvolvimento.
O que vai acontecer?Â
Bem… Em boa verdade, tudo depende da Intel! Afinal, a AMD estĂĄ neste momento com algumas dificuldades em escalonar a sua produção, devido Ă sua inegĂĄvel dependĂȘncia dos processos da TSMC.
E caso não saiba, a Intel jå se começou a mexer para fazer outsourcing de alguma da sua produção, escolhendo também a TSMC. Afinal de contas, jå existe um acordo assinado para a utilização do processo de 5nm e 3nm, o que por sua vez poderå ser uma grande facada da AMD, visto que o seu regresso à forma se deve muito às linhas da TSMC.
Dito tudo isto, os novos Intel Core 11000 não deverão ser grande ameaça para a AMD! Mas as próximas geraçÔes? Como os Intel Core 12000 que jå trazem suporte a memória DDR5? Aà é que vamos ter uma ideia do futuro do mundo dos processadores, e como é que a AMD poderå responder a uma Intel que decidiu finalmente mexer-se um pouco.
Em suma, a história mostra-nos que a AMD não sabe manter uma liderança durante muito tempo. Mas também temos de ter em conta que os tempos mudaram, e que a AMD estå muito mais forte e mais bem gerida nos tempos que correm.
O ideal seria ter uma AMD e uma Intel fortes, prontas a rivalizar forte e feio neste mercado tĂŁo competitivo. No fim, quem ganha somos nĂłs, os consumidores.
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Partilhe connosco a sua opiniĂŁo nos comentĂĄrios em baixo.
Receba as notĂcias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. Ă grĂĄtis!