O fundador do WhatsApp revelou a razão para abandonar esta plataforma. A razão é a publicidade direcionada que vai chegar a 1,5 mil milhões de utilizadores.
Brian Acton, que deixou a empresa em setembro de 2017, afirmou que o responsável pelo Facebook, Mark Zuckerberg, queria monetizar o WhatsApp mostrando publicidade direcionada. Aqui importa assinalar a palavra direcionada.
O problema no WhatsApp não será tanto a publicidade, mas sim o facto de ser direcionada. O que é que isso representa para os dados dos utilizadores?
“A parte da publicidade direcionada é o que me deixa infeliz”, afirmou o fundador do WhatsApp à revista Forbes na sua primeira grande entrevista desde que deixou a aplicação de mensagens mais popular do mundo.
Ele acrescentou que a aquisição do WhatsApp pelo Facebook por 22 mil milhões significou trair os seus princípios pessoais em relação à privacidade do utilizador, apesar das garantias de Zuckerberg de que não haveria pressão para monetizar o WhatsApp nos primeiros cinco anos.
“Na realidade, vendi a minha empresa”, afirmou. “Eu sou um vendido. Eu reconheço isso.”
A publicidade chega já em 2019
Um porta-voz do WhatsApp afirmou que os anúncios seriam introduzidos em 2019. No entanto, afirmou que as mensagens iam continuar a ser encriptadas ponto-a-ponto.
De facto o ex-responsável pelo WhatsApp não está contente com o que se está a passar. Lembramos que Brian Acton já apoiou a campanha Delete Facebook que surgiu após o escândalo da Cambridge Analytica, na qual os dados de cerca de 87 milhões de utilizadores foram recolhidos para análise política nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA.
Ao mesmo tempo, também utilizou uma parte da sua fortuna para apoiar uma aplicação de mensagens rival chamada Signal, que se orgulha de dar prioridade à privacidade dos utilizadores.
O fundador do WhatsApp, Jan Koum, também abandonou a aplicação no início deste ano. A razão? Preocupações com privacidade e dados.
Na altura afirmou que as empresas sabem realmente tudo sobre nós. Nomeadamente, quem são os nossos amigos, os nossos interesses e utilizam tudo isto para vender publicidade.
Assim, se gostam mesmo do WhatsApp, a partir do próximo ano, vão ter de aprender a viver com muitos anúncios.
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