Todos os anos, dez milhões de pessoas em todo o mundo recebem um diagnóstico de demência. É um número que continua a crescer. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência e provoca um declínio progressivo na memória e nas capacidades cognitivas. Trata-se de uma doença neurodegenerativa que afeta o funcionamento do cérebro e piora ao longo do tempo. Reconhecer precocemente os primeiros sinais da doença pode ser fundamental. Um dos indícios mais precoces do Alzheimer está relacionado com a forma como uma pessoa utiliza a linguagem. Isto porque dificuldades na fala podem ser um dos primeiros sinais de declínio cognitivo. Assim estes são os cinco sinais na fala que podem indicar o risco de Alzheimer.
Cinco sinais na fala que podem indicar o risco de Alzheimer
Pausas frequentes, hesitações e discurso vago
Um dos sintomas mais evidentes da doença de Alzheimer é a dificuldade em recordar palavras específicas, o que pode levar a pausas prolongadas ou hesitações frequentes no discurso.
Quando uma pessoa com Alzheimer não consegue lembrar-se de uma palavra, pode recorrer a expressões genéricas como “coisa” ou tentar descrever o objeto ou conceito.
Por exemplo, se não se recorda da palavra “cão”, pode dizer algo como: “é um animal que as pessoas têm em casa… ladra… eu tinha um quando era pequeno.”
Uso de palavras com significado incorreto
A dificuldade em recordar a palavra certa pode levar a substituições inadequadas. As pessoas com Alzheimer podem trocar a palavra que pretendiam usar por outra com um significado semelhante.
Por exemplo, em vez de dizer “cão”, podem referir-se a outro animal da mesma categoria, como “gato”. Nas fases iniciais da doença, estas substituições podem ser mais amplas, como dizer “animal” em vez de “cão”.
Falar sobre uma tarefa em vez de a executar
Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldades em realizar tarefas do quotidiano. Em vez de executarem a ação, podem falar sobre ela, expressar dúvidas ou recordar como a faziam no passado.
Por exemplo, em vez de iniciar uma tarefa simples, podem dizer “Não sei se consigo fazer isto” ou “Antigamente era muito bom nisto”, sem realmente concretizar a ação.
Uso de um vocabulário mais limitado
Outro sinal subtil da doença de Alzheimer é a tendência para utilizar uma linguagem mais simples e repetitiva. A pessoa pode recorrer frequentemente às mesmas palavras, evitando termos mais variados. Além disso, pode usar palavras como “e”, “mas” ou “o/a” em excesso para ligar frases.
Dificuldade em encontrar palavras
Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldades em recordar palavras, objetos ou elementos pertencentes a um determinado grupo. Este sintoma pode ser usado em testes cognitivos para identificar a doença.
Por exemplo, um doente pode ter dificuldade em listar alimentos, partes do corpo ou palavras que comecem pela mesma letra. À medida que a doença progride, estas dificuldades tornam-se cada vez mais evidentes.
Quem está mais em risco?
A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. O risco duplica a cada cinco anos após os 65 anos.
No entanto, cerca de uma em cada 20 pessoas diagnosticadas tem menos de 65 anos – uma condição conhecida como Alzheimer precoce.
Embora seja normal esquecer palavras ocasionalmente, dificuldades persistentes em recordar vocabulário, falar fluentemente ou variar o uso de palavras podem ser um sinal de alerta.