Antibióticos e as vacinas podem ajudar a reduzir a demência

Uma revisão sistemática dos medicamentos existentes revelou que os antibióticos e as vacinas estão associados a um risco reduzido de demência. Nos 14 estudos incluídos na análise de dados, a maioria dos quais provenientes dos EUA, os investigadores identificaram dezenas de medicamentos que podem estar associados ao risco de demência. Isto para o bem e para o mal.

A análise é a maior do seu género. Assim abrange mais de um milhão de casos de demência. Embora os resultados não sejam “imediatamente claros”, existem alguns padrões intrigantes em jogo.

Embora as associações entre certos medicamentos e o risco de demência variem bastante entre os estudos, alguns medicamentos como antibióticos, antivirais e vacinas foram mais frequentemente associados à redução do risco de demência.

Quatro vacinas em particular, incluindo as que protegem contra a difteria, a hepatite A, a febre tifoide e a combinação de hepatite A e febre tifoide, foram associadas a uma redução do risco de demência entre 8 e 32%.

A razão para isso não é clara. No entanto a equipa internacional de investigadores refere que as infecções virais e bacterianas parecem ser factores de risco comuns para a demência. Entretranto “há um interesse crescente na vacinação como sendo geralmente protetora”.

vacina contra o cancro“Os nossos resultados apoiam estas hipóteses e reforçam a ideia de que estes agentes podem modificar a doença ou prevenir a demência”, conclui a equipa.

A sua investigação atual revela apenas associações, pelo que não nos pode dizer o que está a causar a demência ou se e como estes medicamentos podem ajudar a preveni-la. O que pode fazer, no entanto, é apontar os cientistas na direção certa.

Mas há outras descobertas interessantes

Recentemente, por exemplo, foi demonstrado que um medicamento utilizado para induzir o parto protege os cérebros envelhecidos dos ratos e, nos seres humanos, as pessoas que tomam medicamentos populares para a diabetes e para a perda de peso, como o Ozempic, também parecem ter um risco reduzido de demência.

Mas o grande volume de medicamentos disponíveis não é fácil de analisar.

Os autores também descobriram que os medicamentos anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, podem estar associados a um menor risco de demência. Entretanto, os anti-hipertensivos e os antidepressivos apresentaram resultados contraditórios.

Estudos recentes sugerem que a demência se pode dever a problemas cerebrais decorrentes da hipertensão arterial ou da inflamação crónica. No entanto necessita-se de mais investigação para descobrir se os medicamentos que combatem esses problemas estão a desempenhar um papel no declínio cognitivo. Também de que forma estão a afetar esse risco.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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