A primeira coisa que tem de saber é que o seu telemóvel o está a espiar e se tem dúvidas há um teste que pode fazer como refere a NordVPN. O resultado pode ser assustador! O mais curioso é que esta prática não é ilegal. Isto desde que noutras “núpcias” tenha dado autorização para a recolha de dados pessoais nos termos e condições das aplicações.
Não há dúvidas: o seu telemóvel está a espiar!
Os smartphones ouvem o que está a dizer através do microfone que trazem incorporado, que está sempre ligado, para que os assistentes virtuais possam captar comandos de voz.
Estes assistentes virtuais também ouvem as suas conversas de fundo, para lhe apresentar anúncios personalizados relacionados com as suas conversas.
Para apanhar a tecnologia em flagrante, os investigadores da NordVPN fizeram um teste para perceber o que desencadeava o fenómeno.
Um dos membros da equipa de investigação da NordVPN quis perceber se falar sobre determinados países – escolhidos aleatoriamente – levaria a um aumento dos anúncios de agências de viagens e de empresas de hotelaria desses locais.
O resultado foi que, depois de comentar que gostaria de visitar a Arábia Saudita, passou a ver no Facebook anúncios do Booking.com, com preços para hotéis na cidade de AlUla. A Arábia Saudita foi mencionada na aplicação dois dias depois e os anúncios a hotéis em AlUla apareceram passados três dias.
Entretanto, outro membro da equipa de investigação começou a falar sobre um animal ao acaso – neste caso, o orangotango. Um dia depois, começou a receber anúncios relacionados com instituições de caridade para orangotangos.
Esta prática é legítima desde que o utilizador dê o seu consentimento. Assim se concordar com os termos e condições ou ajustar as definições dos seus dispositivos para permitir a escuta, é uma prática legal. No entanto, qualquer aplicação que monitorize as suas conversas sem o seu consentimento é ilegal. Os consumidores podem comprovar por si discutindo um assunto específico perto dos seus dispositivos e verificando se aparecem anúncios relacionados nos dias ou semanas seguintes.
Como fazer o teste
- Escolha um assunto novo:
- Escolha um assunto que nunca tenha pesquisado ou discutido na vizinhança do seu dispositivo.
- O assunto não pode estar relacionado com os seus interesses habituais ou comportamento online.
- Converse sobre ele:
- Ao longo de alguns dias, tenha várias conversas sobre o assunto que escolheu, perto do seu telemóvel.
- Utilize palavras-chave específicas relacionadas com esse assunto. Por exemplo, se nunca pensou em visitar um determinado país, comece a falar sobre hotéis desse país ou pontos turísticos a visitar.
- Continue a utilizar o telemóvel como normalmente:
- Continue a utilizar o seu telemóvel como sempre, mas não pesquise nem interaja com conteúdo relacionado com o assunto que escolheu.
- Mantenha o telemóvel por perto enquanto conversa, mas não mude mais nada nos seus hábitos de utilização.
- Observe e analise:
- Nos dias ou semanas seguintes, preste atenção aos anúncios que vir no telemóvel e noutros dispositivos.
- Procure anúncios relacionados com o assunto que discutiu em aplicações, sites ou nas plataformas de redes sociais.
- Se começar a ver anúncios que estejam relacionados com o assunto em questão, isso pode querer dizer que o seu telemóvel tem estado à escuta e que utiliza as informações captadas para enviar publicidade direcionada.
Como se proteger
Faça apenas transferências verificadas: descarregue apenas aplicações de lojas oficiais, sobretudo se se tratar de assistentes virtuais. As fontes externas carecem muitas vezes de análises de segurança, expondo o seu dispositivo a malware. As vantagens das aplicações não oficiais não compensam os riscos de segurança que trazem.
Verifique as permissões das aplicações: verifique regularmente as permissões das suas aplicações. Tenha cuidado com pedidos de acesso desnecessários ao seu microfone, câmara ou localização, que muitas vezes são indícios de recolha de dados. Remova de imediato as aplicações desconhecidas, uma vez que podem ser uma fachada para o cibercrime.
Faça a gestão de dados do assistente de voz: os assistentes de voz são minas de ouro para a extração de dados. Os utilizadores do Google e da Alexa devem limpar regularmente o seu histórico de voz. Embora sejam utilizados para melhorar o serviço, estes dados representam um risco de privacidade se alguém tiver acesso a eles. Lembre-se de que os seus comandos de voz podem revelar muito sobre a sua vida pessoal.
Utilize uma VPN de confiança: as redes privadas virtuais já não são uma opção, mas uma necessidade. As VPN de qualidade, como a NordVPN, encriptam todo o seu fluxo de dados, dificultando significativamente a capacidade de cibercriminosos intercetarem os seus dados, o que é fundamental, especialmente em redes Wi-Fi públicas.
Não adie as atualizações de software: o software desatualizado é uma porta escancarada para os hackers. As atualizações regulares de software fazem mais do que instalar novas funcionalidades, trazendo correções de segurança críticas. O atraso nas atualizações abre aos hackers um caminho para explorar o seu dispositivo, por isso não as ignore.
Aproveite a segurança incorporada: utilize as ferramentas de segurança do seu smartphone. Ative a autenticação de dois fatores para evitar acessos não autorizados. Os utilizadores do iOS deverão ativar a opção “Apagar dados”, enquanto os utilizadores de Android deverão utilizar cópias de segurança encriptadas e a funcionalidade “Localizar o meu dispositivo”. Estas ferramentas são a sua primeira linha de defesa.