Se está a pensar sair de casa, seja por necessidade ou simplesmente por lazer, então saiba que deve levar o guarda-chuva consigo e ter cuidado com alguns locais. Especialmente quem está na parte sul do país. Para já temos dois distritos sob aviso laranja com potencial para a ocorrência de cheias e Lisboa e Setúbal também na lista com aguaceiros fortes e trovoadas!
Para já os locais mais críticos estão nos distritos de Beja e Faro. De facto, as chuvas e trovoadas terão mais impacto no Baixo Alentejo e Algarve. Foi aliás esse facto que levou ao aviso Laranja.
No caso de Setúbal e Lisboa temos o aviso amarelo a partir das 15 horas de hoje e até às seis da manhã de sábado. Aguaceiros fortes e granizo acompanhados de trovoadas.
Entretanto o Instituto Português do Mar e da Atmosfera refere em comunicado que “é possível que Lisboa e Setúbal tenham precipitação com alguma abundância, mas há alguma incerteza na distribuição espacial e temporal da precipitação.”
Quando os apresentadores da meteorologia dizem “há 30 por cento de hipóteses de chover”, a maioria de nós pensa que isso significa que é 30 por cento provável que chova.
Quanto vai chover na sua zona?
As aplicações dizem-lhe isso mas é preciso saber interpretar corretamente os valores. A verdade é que a “probabilidade de chuva” refere-se aos resultados de um cálculo. Dito isto tem em conta tanto a probabilidade de chover como a extensão da chuva.
O resultado deste cálculo, conhecido como “probabilidade de precipitação” ou “PoP” é apresentado pelos meteorologistas como uma percentagem. No entanto o seu significado é regularmente mal interpretado.
Quando os apresentadores da meteorologia dizem “há 30 por cento de hipóteses de chover”, muitos de nós pensam que isso significa que é 30 por cento provável que chova – mas nem sempre é esse o caso. O mesmo nas apps.
De facto, voltando aos 30% a verdade é que isso pode significar que há 100% de hipóteses de chover e que vai chover em 30% na sua área.
A PoP é calculada através da multiplicação de dois valores – expressos como “C” (que representa a “confiança” do meteorologista de que irá chover) e “A” (a “quantidade” de uma área que irá receber esta chuva).
Tanto A como C são expressos como percentagens, mas em pontos decimais (por exemplo, 0,2 para 20%, 0,5 para 50% e 1 para 100%).
Imaginemos que um meteorologista está a calcular um PPO para poder transmitir uma atualização meteorológica televisiva sobre a chuva numa determinada região.
Pode-se escrever como a seguinte equação: PoP = C x A
O meteorologista pode estar 100 por cento confiante (C) de que 30 por cento de uma determinada área (A) irá receber chuva.
Para apresentar isto sob a forma de um valor único e digerível, calculariam um PoP convertendo as suas percentagens em pontos decimais (1,0 para C e 0,3 para A) antes de as multiplicarem.
Ao fazê-lo, obteriam um PoP de 0,3, ou seja, 30 por cento, e, por conseguinte, proclamariam que “há 30 por cento de hipóteses de chover”.
O problema é que um PoP de 30 por cento também pode ter valores diferentes para a confiança (C) e a área (A).
Por exemplo, um meteorologista pode estar 50 por cento confiante de que 60 por cento de uma área irá chover. Isto seria 0,5 x 0,6 – dando também um PoP de 0,3 ou 30 por cento.
Seja como for o objetivo disto é fornecer um valor único que tenha em conta dois fatores – a probabilidade de chuva e a sua amplitude.
Resumindo, dependendo da app a percentagem de chuva pode não significar as hipóteses de chuva, mas sim a quantidade de chuva que vai cair.
Use esta informação e vai sempre saber quanto chove em Portugal.