Lançamentos anuais começam a não fazer sentido (nenhum)!

Como já deve ter percebido, a Apple está a planear, ou pelo menos está a discutir internamente, deixar de lançar o iPhone todos os anos. Uma forma de fazer as coisas que, se for em frente, vai obviamente ser replicada por outras fabricantes.

Isto porque, apesar do facto de vários produtos já sofrerem de falta de inovação ou melhorias claras de geração para geração, é agora muito mais fácil perceber que 1 ano já não é tempo suficiente para inovar, ou lançar um produto realmente interessante para a nova geração de consumidores.

Os consumidores ficaram mais exigentes, e como tal, não têm qualquer problema em esperar para comprar algo “novo”. Porém, enquanto isto começa a acontecer no lado do hardware, no lado do software ainda não é bem assim.

Sabe quais são os jogos mais vendidos todos os anos? Adivinhe lá!

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Portanto, se formos investigar o top 10 de jogos mais vendidos nos últimos 10 anos, vai perceber que existe uma tendência bastante clara neste mercado. Afinal, na Europa, vai encontrar FIFA, GTA V e Call of Duty no Top 3, enquanto nos Estados Unidos vai encontrar GTA V, Call of Duty e Minecraft no seu próprio Top 3.

Caso não saiba, GTA V e Minecraft são jogos “antigos”, mas que estão sempre a ser atualizados, especialmente se formos olhar para a componente Online de GTA. São assim jogos mais live-service, que não precisam de ter uma nova versão no mercado todos os anos.

Mas, do seu lado, EA FC (FIFA) e Call of Duty, são jogos que dependem quase exclusivamente de lançamentos anuais para continuar a fazer dinheiro a sério.

Uma lógica quase absurda, porque nos tempos que correm, é praticamente impossível para um estúdio lançar um jogo completamente novo em apenas 1 ano. É exatamente por isso que a Activision tem 3 ou 4 estúdios a trabalhar na saga Call of Duty, e a EA Sports está constantemente a tentar adicionar coisas novas a EA FC, o antigo FIFA.

A questão é… Apesar de as vendas continuarem a acontecer, os jogadores parecem estar cada vez mais fartos desta forma de fazer as coisas.

É curioso, mas estes são os únidos grandes jogos ainda baseados em lançamentos anuais com níveis de sucesso quase absurdos no mercado. Neste lote podíamos também meter Assassin’s Creed, mas a Ubisoft não foi capaz de manter o jogo “fresco”.

Ainda dentro deste tema, de forma muito curiosa, a própria EA acabou de lançar um pack de expansão para o seu WRC, isto em vez de lançar um jogo “novo”, o que pode muito bem ser um sinal dos tempos.

Mas, a minha questão aqui é apenas uma…

Não faria sentido criar um modelo de subscrição para este tipo de jogo, transformando a coisa num projeto live-service com constantes atualizações?

Assim, em vez de EA FC 24 ou 25, tínhamos no mercado apenas um EA FC, ou em vez de Football Manager 24 ou 25, tínhamos só Football Manager. Desta forma quem quiser jogar paga a subscrição, quem não quiser porque está farto, abandona o jogo. Isto mantém o jogo fresco, porque as equipas de desenvolvimento têm de estar constantemente atrás dos jogadores, para que estes continuem a jogar e a pagar.

 

 

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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