Esta tecnologia vai livrar a nossa água dos microplásticos!

Os microplásticos estão por todo o lado. Estão na nossa água, no nosso solo e até no nosso próprio corpo. Entretanto os investigadores ainda não têm a certeza de como estão a afetar a nossa saúde. Para piorar a situação, os resíduos microscópicos são também incrivelmente difíceis de eliminar. No entanto, recentemente, os cientistas encontraram uma solução inovadora a partir de uma fonte surpreendente – o som.

Esta tecnologia vai livrar a nossa água dos microplásticos!

Uma equipa de investigadores desenvolveu um novo método de limpeza de microplásticos da água utilizando ondas sonoras de alta frequência. Ao contrário das anteriores técnicas de filtragem por ultra-sons, o seu método pode, teoricamente, remover partículas microplásticas grandes e pequenas através de um processo único em duas fases, tornando a água contaminada com plástico segura para beber.

Os microplásticos são definidos como quaisquer detritos de plástico com menos de 5 milímetros de diâmetro. Normalmente, provêm de pedaços de lixo maiores, como garrafas de água, copos de esferovite ou mesmo tintas acrílicas. Isto à medida que se decompõem no ambiente.

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Durante anos, ninguém prestou muita atenção a estes pequenos pedaços de plástico. Mas em 2004, um estudo de referência do ecologista marinho Richard Thompson documentou a sua presença em 17 praias diferentes. Desde então, têm aparecido em todo o lado onde os investigadores os têm procurado: no solo, nos oceanos e até no nosso corpo.

O plástico e a saúde humana

Os cientistas ainda não têm uma imagem clara do que todo esse plástico significa para a saúde humana, mas provavelmente não é ótimo. Os microplásticos têm sido associados a tudo, desde inflamações a problemas de fertilidade e cancro, embora ainda não se saiba como é que os pequenos fragmentos de polímero podem causar estas condições. Mas isto significa que, desde 2019, os microplásticos têm sido considerados uma área de preocupação (e uma potencial emergência de saúde pública) pela Organização Mundial de Saúde.

Atualmente, a maior parte dos microplásticos retirados da água são capturados através de filtros. Mas estes dispositivos tendem a entupir-se. Têm de se remover, limpar ou substituir regularmente, o que pode tornar-se rapidamente dispendioso em grande escala. Os cientistas queriam encontrar uma forma de remover microplásticos que não exigisse um filtro. E encontraram uma: os ultra-sons.

A nova tecnologia baseia-se numa técnica chamada focalização acústica

Isto significa usar ondas sonoras para focar ou concentrar partículas num determinado perímetro. Neste caso, é útil pensar no som não como uma música relaxante ou uma conversa, mas como ondas de força na frequência ultra-sónica, acima do alcance da audição humana. Quando aplicadas no interior de uma área confinada, como um tubo de aço, estas ondas empurram pequenas partículas umas para as outras.

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Entretanto no ano passado uma equipa de investigadores da Indonésia testou um “purificador sónico” capaz de remover até 95% dos pequenos microplásticos de amostras de água doce (o sistema revelou-se muito menos eficaz em água salgada). No entanto, o grupo apenas examinou fragmentos de plástico com menos de 180 micrómetros de largura. Presumiram que os fragmentos maiores se comportariam da mesma forma. No entanto isto não é necessariamente verdade.

Seja como for, antes de se poder implementar esta sistema no mundo real, os investigadores terão de fazer mais algumas experiências.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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