Como já deve ter percebido, desde que a pandemia deixou de ser um problema, e rebentou a guerra na Ucrânia, também se começou a dar uma outra atenção e importância às subidas e descidas dos preços dos combustíveis em Portugal, com anúncios à sexta-feira nos mais variados sites e estações de TV, para depois tudo mudar na segunda-feira seguinte.
Mas, em uma altura em que temos uma descida de 2 cêntimos por litro numa semana, para depois ter a subida de 1 cêntimos por semana, nas próximas três ou quatro semanas, talvez faça sentido ter uma ideia mais concreta daquilo que realmente impacta os preços dos combustíveis refinados em Portugal, e em outras regiões do globo. Caso não saiba, não é só o preço do petróleo que tem um impacto nos preços finais de compra do Gasóleo e Gasolina.
O que faz subir ou descer o preço dos combustíveis?
Portanto, é uma excelente ideia conhecer as razões das subidas e descidas, para também ter uma noção de qual é a tendência para o futuro. Especialmente nesta altura do campeonato em que, apesar de se dar um pouco de menos importância, ainda temos anúncios semanais de subidas ou descidas de preço nos combustíveis em Portugal.
Isto é ainda mais importante quando temos em conta que uma subida significativa dos combustíveis pode ter impacto nos custos de transporte de vários produtos críticos, o que por sua vez pode dar origem a uma subida geral de preços, ou seja, inflação.
Quais são os fatores mais importantes?
Portanto, Portugal não é produtor de petróleo, como tal, tem de o importar. Este vem bruto e é refinado em Sines, o que tem um custo associado que anda normalmente à volta dos 30% e 40% do preço de aquisição (custo de refinação + margem de lucro).
Dito isto, e como já deve ter percebido, o preço do barril de petróleo é o fator mais importante que depois se irá refletir no preço por litro de Gasolina ou Gasóleo no posto de abastecimento. Isto não só porque estamos a falar do maior valor no meio de toda esta conta, mas também porque Portugal está mais exposto a instabilidades políticas, problemas de distribuição, etc…
Mas, aqui também temos de ter em conta que o petróleo troca de mãos em Dólares e não em Euros. Isto significa que, se o dólar valorizar face ao euro, o mesmo dinheiro vai permitir comprar menos produto. Além disso, as taxas de câmbio são um outro fator de difícil controlo. Porque podem ser influenciadas por instabilidade política, ou taxas de juro.
Há ainda que ter em conta a introdução de biocombustíveis via exigência Europeia, custos de transporte, armazenamento, manutenção, distribuição e comercialização.
Como é óbvio, também temos de incluir os (muitos) impostos Portugueses.
No caso da Gasolina, os impostos (ISP + IVA) têm um peso de mais ou menos 54%. Isto enquanto no lado do Gasóleo têm um peso de mais ou menos 47%.
Desta forma, num euro de gasolina, 54 cêntimos correspondem a impostos. Já no caso do gasóleo, vai pagar ao Estado 47 cêntimos por cada euro que abastecer no seu veículo motorizado.
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