Não importa onde pare o seu carro. Mesmo quando se encontram em zonas bem iluminadas podem ser alvo de furtos. Aliás este tipo de roubos estão a aumentar como é fácil perceber-se através das redes sociais e dos muitos grupos alusivos à grande maioria das cidades do país. Mas afinal o que procuram os amigos do alheio? De facto, há peças que são bem mais valiosas e os especialistas revelaram uma lista daquilo que os ladrões estão a procurar mais neste momento para roubar no seu automóvel.
Roubos estão a aumentar: é isto que procuram no seu automóvel!
Logo à partida os ladrões costumam roubar peças fáceis de desmontar e vendê-las de forma clandestina, levá-las para o estrangeiro, ou usá-las para consertar outros veículos.
De acordo com Matas Buzelis, especialista automóvel da carVertical, os ladrões preferem assaltar veículos novos, porque as suas peças valem mais. Mas dentro disto a verdade é que os ladrões não têm preferências – levam catalisadores, rodas, e até matrículas. Então, como é que nos podemos proteger?
Retrovisores
Os retrovisores dos automóveis mais sofisticados custam centenas de euros. Assim não se estranha a cobiça pelos ladrões. Até nos acidentes rodoviários mais pequenos é normal que os espelhos laterais sofram estragos – por isso, é fácil encontrar interessados em retrovisores no mercado clandestino.
Também há condutores que, depois de partirem o próprio vidro do espelho, tentam poupar dinheiro, “pedindo o retrovisor emprestado” a outro carro. Aliás, a remoção do vidro do retrovisor é bastante simples e leva poucos segundos.
A gravação do número VIN do veículo nos espelhos pode ajudar a evitar o roubo dos mesmos. Assim, o carro será menos aliciante para os ladrões e é provável que o ignorem.
Luzes e faróis
Dependendo do modelo do carro, o preço dos faróis pode atingir vários milhares de euros. É grande a procura destas peças no mercado de usados, pelo que os ladrões se sentem tentados pela facilidade do negócio. Os faróis e outras peças roubadas não acabam necessariamente em sites de classificados. Muitas vezes transportam-se para o estrangeiro.
“Para desmontar os faróis, os ladrões utilizam tesouras metálicas especiais, e acabam por danificar seriamente os guarda-lamas e os capôs dos automóveis. Quando isso acontece, os prejuízos para os proprietários são ainda maiores”, afirma Buzelis.
Segundo os especialistas, os faróis também devem ter o número VIN gravado. Embora não seja um dissuasor infalível para os ladrões, a probabilidade de o carro se encontrar sem faróis diminui significativamente.
Matrículas
As matrículas costumam ser roubadas para serem colocadas em veículos que vão ser utilizados em atividades criminosas. Os infratores usam esta tática para evitar a identificação pelas câmaras de vigilância e enganar as autoridades policiais.
A remoção das matrículas é fácil, pelo que a única forma de proteger o carro é mantê-lo num estacionamento fechado ou, pelo menos, num local bem iluminado.
Volantes: outra das coisas que procuram roubar do seu automóvel
O volante usado de um automóvel de classe económica pode custar dezenas de euros, mas o volante de um Porsche, BMW, ou Mercedes-Benz de luxo pode chegar aos milhares de euros. Na Europa, importam-se muitos automóveis danificados dos EUA, pelo que o volante é um artigo muito procurado.
Embora os bloqueadores de volante tenham-se utilizado no passado, hoje em dia são raros. A única forma de evitar o roubo do volante é deixar o carro num local seguro.
Acabamentos interiores
Embora as peças interiores sejam menos furtadas do que os faróis ou os retrovisores, também são bastante apreciadas pelos ladrões. Geralmente, os assaltantes visam os tabliers dos automóveis mais luxuosos. São posteriormente transportados para o estrangeiro ou vendidos a pessoas que reparam veículos danificados.
Rodas
Um carro assente em macacos ou tijolos é um eterno clássico no mundo do roubo. A remoção das rodas pode demorar algum tempo, daí que os ladrões prefiram carros estacionados em locais mais recônditos.
“As rodas são muito requisitadas no mercado de peças usadas, pelo que não é difícil encontrar compradores para elas. A forma mais fiável de evitar uma surpresa matinal desagradável é utilizar parafusos de segurança especiais que impedem que a roda seja desaparafusada com ferramentas normais”, explica Buzelis.
Catalisadores
Entretanto os catalisadores são fabricados com metais preciosos, como a platina, o paládio, e o ródio, que são muito apreciados pelos comerciantes de sucata. Ao vender um catalisador, o ladrão ganha, pelo menos, algumas centenas de euros. Os proprietários de veículos Toyota e Lexus devem estar particularmente atentos, porque estas marcas são as mais visadas pelos criminosos. Os catalisadores destes fabricantes têm mais metais preciosos, o que permite obter lucros mais elevados. E como a Toyota e a Lexus fabricam híbridos, os seus catalisadores costumam estar em melhor estado do que os dos carros a gasolina.
Assim muitos condutores, para se protegerem, retiram os catalisadores originais e montam versões mais baratas dos mesmos.
Airbags
Se já teve de substituir um airbag recentemente, sabe muito bem o que custa. É o preço do airbag, mais os custos de mão de obra e de reparação de um painel de instrumentos e/ou para-brisas potencialmente danificados.
Isto pode explicar a crescente popularidade destes equipamentos entre os ladrões de automóveis. Se já teve o seu carro assaltado, conhece o sentimento de raiva e frustração que o invade quando vê aquele buraco no painel de instrumentos; no entanto, o roubo de um airbag atinge outro nível de horror. Porquê? Porque nunca daria pela falta do seu airbag até à pior altura possível. Se estiver envolvido num acidente grave, esse airbag roubado pode provocar ferimentos graves ou mesmo a morte.
Embora os ladrões possam arrombar um carro e roubar um airbag em menos de dois minutos, alguns airbags são roubados como parte de um esquema perpetrado por oficinas de reparação sem escrúpulos.
Os airbags são caros. O próprio airbag tem de ser substituído, juntamente com quaisquer peças danificadas do volante e/ou do painel de instrumentos. Os sensores e outros componentes electrónicos também têm de ser substituídos. É também um trabalho muito intensivo: Um airbag tem de ser instalado por um técnico qualificado.
Apesar do seu custo, são relativamente fáceis de remover, transportar e armazenar.
O resultado? Um próspero mercado negro de airbags roubados.
De facto, o roubo de airbags tornou-se tão lucrativo que algumas oficinas de reparação corruptas entraram elas próprias no negócio. Em vez de um ladrão entrar no seu carro e arrancar o airbag, o que por vezes requer pouco mais do que a remoção de apenas quatro parafusos, os mecânicos podem removê-los à vontade enquanto “reparam” o seu veículo.
Entretanto agora já sabe o que os ladrões mais querem roubar do seu automóvel.
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