Estamos a entrar numa fase muito interessante, em que as diferenças nas especificações técnicas entre as duas consolas mais poderosas do mercado pouco ou nada interessam para o grande esquema das coisas. Na verdade, apenas complicam.
Aliás, num mundo em que a PS5, mesmo que tecnicamente mais fraca, vende 5x mais que a Xbox Series S ou X, talvez fizesse todo o sentido existir apenas uma consola de referência, para que todos os jogos fossem desenvolvidos da mesma forma, e assim fossem capazes de assegurar todas as gotas de performance dessa mesma plataforma.
PlayStation vs Xbox: Diferenças não interessam. E agora?
Portanto, Shawn Layden, um dos antigos principais responsáveis pelo ecossistema Sony PlayStation, veio a público dizer que nesta altura do campeonato, o mercado tinha muito (mais) a ganhar em ter apenas uma consola de referência nas prateleiras.
Isto em nada está relacionado com as ligações que a personalidade tem ou teve com a Sony, é mesmo uma questão muito prática. Ambas as consolas mais poderosas (PS5 e Xbox Series X), apesar de algumas diferenças na performance final, são baseadas no mesmo exato hardware da AMD.
Aliás, apesar de agora já existir um outro teto de performance no lado do PC, a realidade é que as consolas nunca estiveram tão perto do PC em termos de componentes e arquitetura geral. Sendo exatamente por isso que Shawn Layden disse:
- “Xbox, PlayStation ou PC de topo, estamos quase a chegar a um nível em que quase tudo é igual, ou pelo menos extremamente parecido. Estariamos num mundo mais simples, com melhor performance gráfica, se existisse apenas uma consola no mercado, onde toda a tecnologia poderia ser usada em pleno. Acredito que a “Guerra das Consolas” deveria ter os seus dias contados.”
As consolas estão estagnadas?
- “O mercado tem o seu teto nos 250 milhões de utilizadores. Este número foi um pouco maior na altura da Wii, mas nessa época, graças a jogos como o Wii Fit, foi possível ir buscar um grande número de consumidores que de uma outra forma qualquer, nunca iria comprar uma consola. Por muito boa que esta fosse. Por isso, no final do ciclo de vida da Wii, o mercado voltou aos 250 milhões de jogadores. O mercado também está em crise porque a pandemia trouxe mais dinheiro. Porém, esse dinheiro não veio de novos utilizadores, veio sim de consumidores já existentes que tinham mais tempo para jogar.”
Uma única consola?
É uma ideia interessante, porque a PS5 e Xbox Series X são realmente um produto muito similar, que pecam por ter kits de desenvolvimento diferentes, o que acaba por resultar em equipas divididas, para desenvolver versões diferentes do mesmo jogo.
Aliás, até no lado das consolas portáteis, podemos ver que a grande maioria dos produtos lançados até aqui também são baseados no mesmo exato hardware. Será que o futuro é mesmo uma convergência?
Faz algum sentido! É que, a estratégia de exclusividade pode continuar da mesma exata forma. O hardware pode ser o mesmo, o software pode ser um pouco diferente, existindo várias versões da mesma exata consola no mercado. Seria inegavelmente muito melhor para os estúdios ter uma única plataforma para desenvolver e testar, do que 3 ou 4 ligeiramente diferentes, mas cada uma com as suas especificidades, a esgotar tempo e recursos.
As histórias seriam melhores, os gráficos também, e possivelmente até existiram mais lançamentos de jogos interessantes durante o ano.
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