As tecnologias fazem parte da sociedade atual e portanto da nossa vida. Não há margem para dúvida, vieram para ficar e com grande potencial de evolução. Quantos de nós questionamos as vantagens ou desvantagens da sua utilização pelas crianças. Pais, professores e educadores falam sobre o tema, debatem ideias e deste encontro emergem diferentes perspectivas e opiniões. Mas qual é a melhor forma das crianças lidarem com a tecnologia?
Qual é a melhor forma das crianças lidarem com a tecnologia?
Se por um lado a tecnologia permite que nos aproximemos de pessoas que estão longe, por outro, pode afastar-nos daqueles que estão perto. E nesta linha de pensamento, surgem algumas questões pertinentes, que servirão de base a esta reflexão:
Estamos a conviver de forma adequada com esta vantagem tecnológica?
Devemos permitir que as crianças tenham contato com as mais variadas ferramentas tecnológicas?
Qual é o papel dos adultos na educação tecnológica das crianças?
Sou de opinião que não podemos ignorar a evolução, privando a criança do acesso a este tipo de ferramentas. Já dizia o velho ditado ” o fruto proibido é o mais apetecido”. As tecnologias só serão prejudiciais se afastam a criança da interação com o mundo real e a impedem de realizar aprendenduzagens significativas. Assim sendo, devemos integrá-las de modo consciente na rotina, tendo em conta a idade e carateristicas da criança, sem ignorar as consequências do seu esto na saúde fisica e psicológica da criança. Tendo em conta o desenvolvimento de uma criança, o uso de aparelhos electrónicos não deve ser permitido até aos 3 anos.
Um dos requisitos fundamentais para permitir a utilização de equipamentos eletrónicos é a existência de acompanhamento do adulto por forma a garantir interação fora da tela. Segundo o psicológo André Trindade, ” … a tecnologia é uma ferramenta, é uma espécie de vantagem, se conseguir usá-la de forma criativa com o seu filho”. Entretanto o autor desenvolve a ideia de que a perda de contato visual e fisico com a criança deve ser motivo de preocupação na educação de uma criança.
Através da leitura de alguns artigos de referência, fui-me apercebendo que o essencial é existirem regras pré-estabelecidas e supervisão/acompanhamento na exploração dos dispositivos. Assim ver uma árvore num tablet é muito diferente de vê-la num parque. É ou não é? O segredo reside, essencialmente, nas relações que podemos estabelecer entre experiências. A exploração de imagens ou conteúdos no tablet ajudam a conhecer características, obter informações e o contato com o mundo real permite à criança usufruir de experiências sinestésicas (ouvir, ver, tocar, sentir) vitais para o seu desenvolvimento.
Deixo-vos alguns tópicos importantes facilitadores de uma dieta tecnológica equilibrada:
- Seja um modelo para o seu filho, controlando o seu próprio uso dos aparelhos eletrónicos. As crianças aprendem por imitação;
- Defina regras de utilização dos aparelhos electrónicos e conversar com a criança acerca das mesmas;
- Brinque com o seu filho, dê alternativas ao uso das novas tecnologias;
- Impedeça o uso de aparelhos em momentos da rotina diária ( refeições, repouso…);
- O tempo de uso não deve exceder os 30 minutos consecutivos, sendo muito importante a qualidade dos conteúdos assistidos;
- Não permita o acesso a tecnologia após o jantar ou na hora que antecede a ida para a cama;
- Aproveite para estar com a criança no momento em que utiliza o tablet, contar uma história interativa ou explorar um tema através de sons e/ou imagens;
- Entretanto não ofereça tecnologia a uma criança, ela terá todo o tempo do mundo para investir nessa área. A criança precisa desenvolver soft-skills que promovam o seu desenvolvimento social, mental, fisico e emocional.
Segundo Raffi Cavoukian, fundador do Centre for child Honouring, “nenhum toque que realmente emocione virá de representações artificiais do mundo. Aprender no mundo real é primordial para uma experiência positiva e formativa.” Desta forma, é fundamental que os adultos, pais e educadores, não se demitam deste papel, importante e determinante, para que a criança aprenda a viver nesta sociedade da informação, protegendo-se do uso descontrolado de equipamentos electrónicos e principalmente, do isolamento social.
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