Apesar de toda a loucura à volta da Inteligência Artificial nos dia que correm, a verdade é que ainda não conheci uma pessoa normal a exigir mais IA na sua vida, ou no conteúdo que consomem no seu dia-a-dia.
Ainda assim, isso não impede grandes empresas produtoras de conteúdo multimédia, como é o caso da Netflix, de nos tentar inundar com este tipo de tecnologia, por vezes com elevados níveis de sucesso, mas noutras, de formas demasiado notórias que são criticadas na Web.
Netflix anda a usar e a abusar do IA. Será que nota?
Portanto, a tecnologia que dá vida à Inteligência Artificial é impressionante, e ainda tem uma margem de progressão incrível. Sendo exatamente por isso que começa a aparecer um pouco por todo o lado, até na produção de conteúdo multimédia como são as séries, filmes, e claro, documentários.
Um bom exemplo, neste caso negativo, é a forma como a IA Generativa parece ter sido usada na série documental “What Jennifer Did” que tem vindo a fazer algum sucesso a uma escala global, onde se pode perceber algumas alterações discretas em fotos.
Isto é curioso, porque a Netflix não revela o uso de IA em nenhum sítio que mencione a série documental. Porém, basta olhar para as mãos na mulher na imagem abaixo, para perceber que algo de errado não está certo.
Netflix using generative AI images in a true crime doc is extremely irresponsible and exactly what archivists are telling documentaries not to do https://t.co/tC3L8tX0qE
— Emanuel Maiberg (@emanuelmaiberg) April 18, 2024
Afinal, por muito avançados ou sofisticados que sejam os motores de IA, estes continuam a ter dificuldade em reproduzir corretamente as mãos humanas.
A mulher na imagem é Jennifer Pan, o tema do documentário, e a sua mão esquerda parece exatamente o tipo de coisa que a IA foi usada para gerar. Estamos a falar de dedos em falta, e muito provavelmente, na imagem original, não existe qualquer “sinal de paz”. A imagem em cima parece ter tido alguns “toques” de IA para retratar uma jovem normal e alegre. Isto para depois chocar os fãs da série um pouco mais tarde.
Tudo bem, é um pouco de liberdade artística. Mas é também uma nova prova de que como a IA pode mudar a realidade. É preciso deixar bem claro que a imagem “não existe”, para não criar confusões. Especialmente em projetos documentais, que mexem com factos históricos.
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!