É muito provável que já tenha passado por um ou outro automóvel um pouco estranho, com uma marca que nunca tinha visto na sua vida, isto com a curiosidade de contarem sempre com uma frase inspiracional na traseira que o meteu a pensar para com os seus botões.
Ou seja, é mesmo muito provável que já tenha visto um ou outro BYD a acelerar pelas nossas estradas Portuguesas, porque eles já andam por aí, e na realidade, estão a ser capazes de algum sucesso, muito graças a boa performance, níveis de equipamento incríveis, e claro, preços extremamente apelativos.
Mas… O que valem estes automóveis como aquilo que são na realidade? Carros para andar no dia-a-dia?
(Ensaio) BYD Dolphin, o início de algo interessante!
Quem é a BYD?
A BYD (Build Your Dreams) é uma fabricante Chinesa de automóveis com sede em Shenzhen, na província de Guangdong. Vende veículos com o nome da própria marca. Foi fundada em 1995, e começou por ser uma fabricante de baterias, acabando por entrar no sector automóvel em 2003. A empresa diversificou a sua atividade para áreas como a montagem de telemóveis e o fabrico de células solares.
Porém, além da sua força como fabricante de baterias, a BYD também está cada vez mais forte e conhecida como fabricante de veículos elétricos e híbridos Plug-In. Caso não saiba,a BYD também fornece baterias a outras fabricantes automóveis, onde temos de incluir e salientar a Tesla.
Dolphin? Que carro é este?
Portanto, o BYD Dolphin é um hatchback de tamanho médio, que parece extremamente compacto para quem vê de fora, mas é na realidade bastante espaçoso para quem anda lá dentro. Este é também a alternativa mais barata da fabricante no mercado Nacional, funcionando assim como um chamariz para quem quer um carro elétrico sem compromissos, mas não está disposto a pagar os preços que temos visto até aqui. Afinal, começa volta dos 30 mil euros em Portugal. (Temos modelos com potências entre os 95 e 204cv, e baterias de 44.9kW ou 60.4kW).
Dito isto, apesar do baixo preço, este é um elétrico extremamente bem equipado qualquer que seja a linha que escolha, com muita autonomia, e até algum desempenho e dinamismo.
Para além do nome ligeiramente estranho, o Dolphin tem um estilo subtilmente inofensivo. Ou seja, apesar de ser um pouco diferente face a tudo aquilo que o rodeio, nada é nada que possa suscitar controvérsia no parque de estacionamento, ou na garagem do vizinho. Dito isto, à exceção da grelha frontal, que para mim é um pouco estranha, é um automóvel suficientemente elegante.
Interior
Entretanto, no interior, há muito para chamar a atenção, desde o conjunto arredondado de interruptores por baixo do ecrã, que curiosamente também conta com o seletor de mudanças, até às aberturas de ventilação que fazem parte de uma linha dinâmica ao longo do painel de instrumentos. É tudo muito moderno, mas nem por isso demasiado estranho.
De forma muito resumida, é um automóvel que chegou ao mercado para dar dores de cabeça à MG com o seu MG 4, ao grupo VW com os seus Born, ID.3, e até às fabricantes Francesas que têm tido muito sucesso com os seus Renault Zoe e Peugeot e-208.
Isto porque, como dissemos em cima, além de um preço mais apelativo face à concorrência, a BYD é também capaz de oferecer muito equipamento de série, e até algumas inovações tecnológicas interessantes. Afinal de contas, temos um ecrã de 12.8” rotativo, câmaras 360º, e bancos em pele vegan com comandos elétricos, tudo isto standard.
Sim, o ecrã roda, e roda sozinho!
Isto é uma coisa engraçada, que no fundo nunca vai utilizar. Porém, a realidade é que o software do carro funciona de igual forma tanto na vertical como na horizontal. Serve apenas para ver séries ou filmes com maior qualidade quando estiver a carregar o carro ou à espera que alguém que lhe pediu boleia se despache.
Mas isto é a premissa que nos leva a elogiar o carro!
É que além de coisinhas interessantes como esta, e de muito equipamento em qualquer versão do automóvel, este está mesmo muito bem construído. Tive o prazer de dar boleia a colegas de equipa (andebol) durante o período de teste, e a opinião generalizada é que o carro está muito bem constrúido, é fácil de conduzir, é ágil, e é também muito despachado. Um carro extremamente interessante para o dia-a-dia.
A única queixa generalizada está em algo comum em qualquer BYD. O alerta sonoro de excesso de velocidade não dá para ser desligado. Sendo por isso mesmo extremamente irritante. Mas… A solução é simples… É cumprir o limite de velocidade em todas as situações. Nesse caso já não o vai ouvir. (O problema é quando o sistema de câmaras do carro apanha sinais com limites que não são relevantes para onde está a circular, e lá vai ouvir o pim pim pim).
Mais barato? Como?
Além do facto de a BYD estar agora a tentar entrar num mercado tradicionalmente dominado por marcas com mais anos de casa, podemos também dizer que os veículos desta família recorrem à nova e-Platform 3.0, que conjuga as baterias Blade da marca com química LFP (lítio fosfato de ferro) e o sistema concentrado da mecânica 8 em 1, em que o motor eléctrico, o conversor, a transmissão e o sistema de gestão da bateria, entre outros, formam um bloco único, facilitando a montagem e, segundo o construtor, resulta também em granhos de eficiência.
Condução no dia-a-dia!?
Sou muito honesto. Fiquei impressionado! O Dolphin é um automóvel muito despachado (0 aos 100 em 7s), ágil, cheio de tecnologias de segurança, e de conforto, mesmo que vá de carro cheio.
Em termos de condução no dia-a-dia, temos ainda de salientar a autonomia em cidade acima dos 500 quilómetros, e autonomia combinada que ultrapassa os 400 quilómetros. Tudo isto com a ajuda de um carregamento rápido (100kW DC) que lhe enche mais de metade da bateria em menos de meia hora.
Conclusão
Em suma, é um carrinho muito curioso, e que abre a porta de forma escancarada à BYD em Portugal. Pode vir a ser um caso de sucesso. (Saiba mais aqui)
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