Caso ainda não tenha reparado, nos últimos dias, temos visto um espalhar de notícias nas redes sociais a apontar para uma União Europeia pronta a proibiar as reparações de carros mais antigos, de forma a obrigar o proprietário a fazer uma mudança para um automóvel mais recente, mais sustentável, etc…
Porém, é preciso salientar que esta é apenas uma proposta, ainda não aprovada, feita pela Comissão Europeia. Se vai em frente? Talvez? Se deve ir em frente? Provavelmente não.
Carros Antigos: Ilegal reparar um automóvel com mais de 15 anos?
Portanto, a ideia é impedir a substituição de elementos-chave dos carros – motor, caixa de velocidade, sistema de direção ou travões, entre outros. Isto de forma a “obrigar” os condutores a trocar os seus carros mais antigos e pouco amigos do ambiente, por modelos mais recentes, eficientes, e sustentáveis. Ou, então, obrigar a que muito boa gente deixe de ter automóvel. Porque, como deve imaginar, nem todos os afetados vão ter a capacidade de comprar um automóvel novo.
Na verdade, temos aqui a mesma retórica do aumento do IUC. Ou seja, a grande maioria dos condutores não anda com um automóvel com 15 ou mais anos porque adora o carro. Anda num carro antigo… Porque não tem dinheiro para outro.
Além desta proposta, existe também a proibição da venda na UE de qualquer carro novo com motor de combustão a partir de 1 de janeiro de 2035. (À exceção de veículos que possam operar com futuros combustíveis sintéticos ou e-combustíveis.)
Mas calma!
Não fique já a pensar que tudo isto é uma cabala. A ideia aqui é manter requisitos mínimos para ter veículos nas estradas, e assim anular os reais perigos, normalmente os veículos em fim de vida útil. Sendo exatamente por isso que a proposta também establece critérios para determinar se um automóvel é reparável ou se já atingiu o fim da sua vida útil.
Mas… Isto levanta uma questão… O que é o fim de vida útil para um automóvel?
É isto que pode levantar alguma discussão.
Segundo a proposta, o regulamento aponta que será classificado um veículo que tenha sido cortado em pedaços ou desmontado, que tenha sido soldado ou selado com espuma, que tenha sido completamente queimado afetando o compartimento do motor ou do habitáculo, ou que tenha sido danificado como tecnicamente irreparável, submerso em água até um nível acima do painel.
Além disso, também será classificado como tecnicamente irreparável o veículo em que não seja possível solucionar problemas nas ligações com o solo, ou seja, rodas, suspensão, direção, travões, etc… Ou aquele cuja estrutura e segurança geral apresentem defeitos técnicos irreversíveis.
Porém, além de tudo isto, a proposta aponta também para a declaração de veículos que precisam de novos motores, caixas de velocidade, etc… Como veículos em fim de vida. O que já pode parecer um pouco exagerado.
Além de isto parecer pesado para o consumidor, parece também ser um grande corte no ganha pão das oficinas.
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!