Isto vai parecer conversa “de velho”, mas é algo que tenho notado cada vez mais no dia-a-dia naspessoas à minha volta. Ou seja, o que antigamente seria cuidado, preservado, e arranjado até não dar mais, hoje é atirado para o lado porque já não serve. Seja porque tem um risco, porque há melhor no mercado, ou pura e simplesmente porque já não é capaz de oferecer a mesma potência de antigamente.
É inegável que ficámos mais exigentes como utilizadores ao longo dos últimos 10~20 anos, ao mesmo tempo que também ficámos mais informados. Porém, também perdemos muita da alma que poderiamos encontrar no mundo da tecnologia de antigamente.
No meu tempo (isto custou a escrever), o Game Boy do irmão mais velho passava para o mais novo, mesmo que houvesse 3 ou 4 modelos mais recentes, e claro, o telemóvel mais antigo da casa ia connosco apenas e só para as visitas de estudo, para o caso de acontecer algo de grave.
Hoje em dia? Já nada disto acontece!
Tecnologia é hoje em dia descartável. É uma pena!
Portanto, comecei a pensar sobre tudo isto, devido a uma situação caricata no meu seio familiar. Ou seja, o meu sobrinho de 7 anos quis um smartwatch para levar para a escola, porque acha giro, e alguns colegas já têm e brincam com aquilo no recreio.
O que não é de todo o fim do mundo, porque o que não falta no mercado são relógios modernos, com algumas funcionalidades inteligentes, quase sempre super baratos. A ideia era também ser apenas um ecrã animado, e não algo ligado a um smartphone (porque ele não tem).
Ainda assim, tendo em conta que o meu irmão tem a mesma educação que eu, decidiu pegar em uma Mi Band que lhe tinha oferecido no ano passado, que estava dentro da gaveta, e tentou meter a mesma a carregar. Uma excelente mentalidade de aproveitamento, poupança, e reciclagem.
Porém, a coisa mudou muito rapidamente!
Tudo porque a Mi Band acabou por não receber carga no imediato, algo normal num produto que ficou ao “abandono” algum tempo. (Um qualquer produto mobile com bateria, que fique sem carga durante algum tempo, terá de ficar ligado ao carregador durante horas a fio.)
Solução? Não interessa! Vai-se comprar novo!
Não funcionou no imediato? Então é lixo, está na hora de comprar novo.
Isto faz-me lembrar também um pouco como o mundo dos smartphones e hardware funciona. Saiu uma placa gráfica nova? Toca de trocar o velho pelo novo. Saiu um smartphone novo 10% mais rápido? Toca de trocar o velho pelo novo.
É uma mentalidade que não afeta apenas os mais novos, está agora enraizada em todas as gerações!
Isto não faz sentido, especialmente para uma pessoa, como eu, que viveu nos tempos áureos da Nokia, com telemóveis quase industrutíveis, e com baterias capazes de aguentar 1 semana de uso normal. Ainda se lembra do que se fazia a uma bateria quando começava a falhar? Não se comprava uma nova! Metia-se a bateria no congelador, para ver se esta durante mais 3 ou 4 meses antes de comprar uma nova.
Sim, é verdade que o smartphone é hoje em dia um aparelho essencial para as nossas vidas, e por vezes, uma evolução tecnológica pode fazer a diferença. Mas, também é verdade que damos menos importância e menos valor à tecnologia atual. Não temos o mesmo cuidado, porque podemos pura e simplesmente trocar por novo e esquecer que aquele aparelho existe.
Aliás, hoje em dia, já nem é normal passar os smartphones antigos, ou consolas antigas, para as gerações mais novas. Pura e simplesmente é comprado tudo novo.
É um sinal dos tempos? O que pensa sobre tudo isto? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!