Sol ou chuva, como diz a música da Rádio Comercial, é algo que todos queremos sempre saber. O problema, sobretudo quando se tratam de previsões, é que muito do que esperamos sai ao lado. Pensamos que vamos ter uns belos dias de sol, marcamos tudo, e lá vem a chuva estragar-nos os planos. É que os sistemas por muito poderosos que sejam não conseguem prever o estado do tempo com uma fiabilidade total. No entanto isto vai mudar. É que graças à Google vai conseguir saber o estado do tempo para dez dias e sem enganos!
Graças à Google vai saber o tempo para dez dias sem enganos!
Esta é mais uma aplicação da tão badalada inteligência artificial. Ora o sistema desenvolvido pela Google consegue prever com exatidão o estado do tempo com dez dias de antecedência. Deste modo supera os métodos de previsão tradicionais e até os supercomputadores de topo.
O novo modelo da Google DeepMind, GraphCast, foi treinado com base em 40 anos de dados meteorológicos provenientes de estações meteorológicas, imagens de satélite e registos de radar e pode criar previsões em menos de um minuto com base na sua aprendizagem automática.
A ferramenta foi utilizada para prever a trajetória do furacão Lee em setembro. Ou seja, três dias antes de os métodos tradicionais o conseguirem fazer. Assim previu que o furacão atingiria a Nova Escócia nove dias antes de chegar.
As previsões efetuadas pelo GraphCast podem significar que tempestades como o Debi, que atingiu a costa sul esta semana, podem ser detectadas muito mais cedo.
Pushmeet Kohli, vice-presidente de investigação da Google DeepMind, afirmou: “A previsão meteorológica é um dos problemas mais difíceis com que a humanidade tem vindo a trabalhar desde há muito, muito tempo.
O GraphCast é realmente muito preciso em comparação com os sistemas tradicionais e é incrivelmente rápido. Assim consegue fazer previsões em menos de um minuto. É muito emocionante”.
Os criadores afirmam que a tecnologia “marca um ponto de viragem na previsão meteorológica”.
Um artigo científico publicado na revista Science na terça-feira concluiu que a IA da Google era mais exacta do que o sistema de previsão mais avançado, o Modelo Europeu de Previsão Meteorológica de Médio Alcance.
Assim superou o EMRWFM em 90% das 1380 métricas testadas, incluindo temperatura, pressão atmosférica, velocidade do vento, humidade e níveis atmosféricos.
Entretanto Matthew Chantry, coordenador de aprendizagem automática do ECMWF, afirmou que os sistemas de previsão meteorológica estão a progredir “muito mais cedo e de forma mais impressionante do que esperávamos há dois anos”.
Remy Lam, da Google DeepMind, afirmou que a IA ainda não pode substituir os supercomputadores atualmente utilizados e que a nova tecnologia irá complementar o sistema mais antigo.
Os modelos de IA criam-se a partir de dados. Entretanto esses dados geram-se por abordagens tradicionais, pelo que continuamos a precisar da abordagem tradicional para recolher dados para treinar o modelo”, afirmou Lam.
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