Os ecrãs têm impacto na nossa visão. Essa é a grande verdade. Aliás está comprovado que um olhar fixo nos ecrãs causa desconforto ocular e isto tem influência noutras áreas, como a perturbação do sono. Mas não são apenas as horas que passamos a olhar para um ecrã e a proximidade a que estamos dele. De facto, o tamanho dos ecrãs nos smartphones interfere e muito com a visão. Mas afinal o que faz pior. Um smartphone com um ecrã grande ou aqueles que têm um ecrã mais pequeno? A resposta pode surpreender!
Smartphones com ecrãs deste tamanho são piores para a visão!
De acordo com um estudo publicado na revista BMC Ophthalmology, “quanto mais pequeno for o tamanho do ecrã, maior será o impacto adverso nos olhos”. A equipa recrutou para o estudo indivíduos sem historial de problemas médicos ou cirurgias relacionadas com os olhos. Quaisquer que fossem as discrepâncias refrativas detectadas, foram devidamente corrigidas com lentes de contacto e óculos para garantir que as pessoas testadas tivessem uma experiência de visualização mais natural, sem quaisquer dificuldades a curta ou longa distância.
Os participantes viram então vídeos do YouTube no painel de 6,1 polegadas de um iPhone XR e no ecrã de 9,7 polegadas de um iPad durante uma hora, uma experiência que se prolongou por mais de uma semana. Após uma série de testes, a equipa de investigação concluiu que os participantes sentiam mais fadiga e desconforto ocular mais rapidamente quando viam vídeos no ecrã de um telemóvel do que no de um tablet.
Investigações anteriores demonstraram que a exposição a ecrãs de smartphones a curta distância pode gerar espasmos acomodatícios e constrições na região da íris e no músculo ciliar, o que pode diminuir as funções oculares ao longo do tempo, seja qual for o tamanho. No entanto, a investigação mais recente é prejudicada por alguns aspectos, tais como um grupo muito pequeno de sujeitos de teste e a utilização de uma atividade de visualização de vídeo de baixo esforço como tarefa de avaliação em vez de algo mais variável, como jogar jogos de vídeo ou ler um livro.
Outro problema é o facto de não ter em conta os diferentes padrões de utilização de pessoa para pessoa. Alguns usam tablets para ver vídeos em excesso, outros fazem-no com um telemóvel.
O estudo acima abrange os smartphones e os tablets, mas os ecrãs maiores também não perdoam.
De acordo com uma investigação realizada por especialistas da Universidade de Walailak, na Tailândia, trabalhar com um ecrã grande, como um computador, durante mais de duas horas pode provocar fadiga ocular. Esta é causada por um ajuste mais lento da acuidade visual, resultante da contração prolongada ou frequente dos músculos oculares. Pode também ser causada por uma diminuição da taxa de pestanejo, levando à secura do olho e à fadiga visual.
Este estudo tentou perceber se um monitor maior (23 polegadas) poderia ter um impacto mais adverso do que um ecrã de PC mais pequeno (18,5 polegadas). No entanto, não foi possível obter resultados concretos para determinar os efeitos nocivos e a sua relação direta com a variação do tamanho do ecrã. Outro fator crucial é o ambiente externo. Olhar para um ecrã num ambiente escuro ou mal iluminado tem um impacto mais forte na taxa de pestanejo, na tensão ocular e na fadiga.
Há algum debate sobre o impacto a longo prazo da utilização de ecrãs neste tipo de ambiente, mas os especialistas sugerem que os utilizadores devem pestanejar ou usar gotas para se protegerem. É claro que a deterioração da visão ocorre com a idade, e uma pessoa tem dificuldade em discernir as cores, especialmente em ambientes com pouca iluminação. Mas as precauções na idade adulta são fortemente aconselhadas, para que não se agravem os problemas de visão existentes e se acelerem desafios mais sérios nos anos vindouros.
Como proteger os olhos dos ecrãs?
No que diz respeito à exposição aos ecrãs, o aspeto mais importante é o olhar prolongado. É importante manter os olhos hidratados e evitar a secura. A secura pode levar à inflamação da superfície ocular. A fórmula 20-20-20 pode ser uma boa ajuda para evitar isto. Recomenda que desvie o olhar a cada 20 minutos e se concentre num objeto a pelo menos 6 metros de distância durante um mínimo de 20 segundos.
Esta prática ajuda a reduzir a fadiga ocular e promove uma melhor saúde dos olhos. Isto porque olhar para outros objetos requer um ajuste de foco e movimento muscular, reduzindo o aparecimento de stress e fadiga. Outras medidas úteis incluem o ajuste do brilho do ecrã para que não haja muita diferença entre o ecrã e os níveis de brilho externos. Esta estratégia ajuda a reduzir a tensão ocular. Um filtro de ecrã mate ou uma camada de proteção contra a luz azul, como uma lente ou óculos, também podem ser úteis. No entanto, a eficácia destes últimos tem sido posta em causa ultimamente.
Alguns especialistas sugerem também lágrimas artificiais para lubrificar os olhos e evitar a secura. Estas estão disponíveis sem receita médica, mas a pomada ou gel lubrificante é a via preferida em casos graves de secura. Aconselham-se também exames oftalmológicos regulares e consultas. Isto se tiver problemas de visão e outros problemas relacionados com a exposição aos ecrãs, como dores de cabeça e perturbações do sono.
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