Passei grande parte do meu dia de ontem a pensar “como é possível estar tudo a aumentar, mas a malta continua a comprar!?“, o que claro está se deve muito ao facto de a Apple ter aumentado os preços de forma muito significativa em 2022, ao mesmo tempo que criou um novo fosso de performance entre as gamas Pro e não-Pro. Porém, mesmo assim foi capaz de fazer um sucesso tremendo em todos os mercados.
Aliás, mesmo após o encarecimento, o smartphone mais vendido do planeta foi o iPhone 14 Pro Max. Sendo exatamente por isso que a Apple se prepara agora para lançar um smartphone ainda mais caro, o iPhone 15 Ultra.
Pois bem, não é novidade para mim que a culpa do encarecimento de tudo, ou quase tudo que é tecnologia, é nossa! Porquê nossa? Porque queremos sempre o melhor, e queremos no imediato. Especialmente nós, Portugueses, que gostamos de ter tudo no imediato.
Porém, a nossa “pressa” e “vontade” de ter tudo funciona realmente contra nós. Curiosamente mesmo quando o próprio mercado funciona a nosso favor. Vamos por partes?
Consumidores têm sempre razão? A culpa também!
Portanto, como dissemos durante o dia de ontem, o mundo da tecnologia, nomeadamente o lado dos smartphones, está agora virado para as gamas mais altas. É aqui que os consumidores estão a gastar o seu dinheiro, à medida que apostam cada vez mais no telemóvel como o aparelho computacional mais importante do seu dia-a-dia.
Mas, mesmo quando o mercado funciona, e os preços começam a baixar. Os consumidores preferem não pesquisar e continuar a comprar de forma tradicional.
Por exemplo, ontem fiz um artigo a apontar para o Galaxy S23 Ultra a menos de 1000€, sendo uma alternativa incrível face ao iPhone 14 Pro, e até ao futuro iPhone 15 Pro.
Mas, rapidamente recebi e-mails e mensagens de consumidores que não fazem ideia de onde encontrar este smartphone a este preço, isto ao mesmo tempo que enviavam links de lojas nossas velhas conhecidas que não vou mencionar por nome, mas são muito fáceis de encontrar em qualquer centro comercial, com preços muito mais altos.
Infelizmente, os consumidores não são bons para eles mesmos, e por isso, estas mesmas lojas não estão obrigadas a competir com o online.
Em 2023, seria completamente normal existir um equilíbrio saudável entre o online e as lojas físicas. Em que no online temos o benefício do preço, enquanto no lado físico temos a possibilidade de ver o aparelho em mão, levá-lo para casa, e a segurança da assistência técnica e garantia.
Mas não! Em 2023, mesmo após uma pandemia que meteu toda a gente e o seu cão a fazer compras online, ainda existe um medo generalizado do online, especialmente nos mais velhos. Estamos a falar de consumidores que preferem gastar mais 200€, 300€ ou 400€ no mesmo produto, só para o comprar de forma física.
Isto é incrível para as retalhistas tradicionais, que pura e simplesmente mantêm o mesmo preço nos produtos mais vendidos, porque sabem que vão vender e vão encaixar uma boa margem em cada venda. Isto ao mesmo tempo que apostam em campanhas promocionais que pouco ou nada valem nos dias que correm, como é o caso da mítica Black Friday… Acha que a Black Friday ainda vale a pena? Honestamente, para mim é um mito.
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