Não é novidade para ninguém que o mundo das placas gráficas é dominado pela NVIDIA há uma série de anos. Aliás, podemos dizer que, historicamente, a AMD sempre esteve atrás da NVIDIA, inclusive na altura em que as placas gráficas AMD Radeon eram ainda uma entidade separada da AMD, nos velhos tempos da ATI.
Curiosamente, mesmo nas alturas em que a AMD tinha produtos capazes de igual performance, a NVIDIA sempre foi a marca mais popular. Aqui é preciso entender o porquê! Caso contrário, a AMD vai andar sempre a saltar entre “aposta séria” e “recuo para novos planos”.
Porém, ainda assim, acredito que podemos usar a própria AMD como exemplo de superação num mercado extremamente complicado.
Afinal, a AMD também esteve (quase) sempre atrás da Intel no mundo dos processadores, mas, em 2017, foi capaz de mudar o paradigma de forma extremamente interessante e eficiente.
Sim, é verdade que a AMD ainda está atrás da Intel em termos de vendas puras e duras, mas é hoje em dia uma pedra no sapato gigantesca, comparativamente a um passado ainda muito recente. Mas… O mesmo não está a ser feito nas placas gráficas… Porquê?
Placas Gráficas: AMD sempre atrás da NVIDIA. Porquê?
Portanto, enquanto vimos uma AMD pronta a apostar forte e feio nos seus processadores em 2017, com a promessa de finalmente lançar algo diferente (Ryzen), não necessariamente superior em performance pura e dura, mas ainda assim extremamente interessante na qualidade-preço… Essa aposta parece nunca acontecer no lado das placas gráficas.
Afinal, enquanto na altura vimos uma AMD pronta a lançar algo que saia um pouco fora da caixa, ao produzir CPUs diferentes do normal, com mais núcleos de processamento físicos, a um preço mais baixo. Os processadores eram produtos diferentes, baratos, mas incríveis! Aliás, podemos até dizer que os processadores Ryzen começaram por baixo, mas hoje em dia são uma das gamas de componentes mais importantes e destacadas do mundo da informática.
Infelizmente, esta estratégia parece nunca ser muito bem implementada na outra área de negócio da gigante dos computadores.
A AMD não se destaca nas placas gráficas. Porquê?
Pessoalmente, acho que a AMD demonstra medo e falta de confiança nas suas capacidades. Apesar de todas as dificuldades, a AMD nunca abandonou o mercado, optando apenas por se afastar em certas gamas mais complexas e mais altas, que obrigam a um maior investimento por parte da fabricante.
Curiosamente, o que está a ser dito acerca do abandono nas gamas mais altas na próxima geração, já aconteceu mais vezes na história da AMD/ATI.
Mas isto tem um problema grave, que explica em parte a falta de sucesso da AMD nas placas gráficas. Afinal, com a promessa de mais tarde oferecer algo em grande, a coisa tem mesmo de acontecer.
No caso da AMD, a promessa nunca dá nada e por isso a confiança do mercado desaparece.
É um pouco por aqui que chegamos a outro importante. Afinal, a AMD até tem produtos muito interessantes na sua gama de placas gráficas. Sim, a AMD não é capaz de rivalizar com a RTX 4090 da rival NVIDIA. Mas tem de o fazer? Quantos consumidores querem ou podem comprar a placa topo de gama? Ou melhor, quem é que realmente precisa de uma RTX 4090 no seu PC?
Ou seja, a AMD tem ofertas muito interessantes na forma das Radeon RX 7900 XT e XTX, com elevados níveis de performance, a um preço mais aliciante face aquilo que a NVIDIA tem para oferecer. Mas, e isto é um grande mas, o preço de lançamento foi mau! É quase sempre muito mau. Na minha opinião, a AMD não consegue rivalizar com a NVIDIA, por isso, tem de lançar as suas placas gráficas de forma mais inteligente.
Lançamentos que podem significar perder algum dinheiro no início do ciclo de vida destas, mas essa “perda” não pode ser vista de forma tão simples. Tem de servir como investimento no nome Radeon. Tal e qual como a AMD fez em 2017 e 2018 com os processadores Ryzen. Os processadores Ryzen eram mais poderosos que os Intel Core da mesma altura? Não, mas eram mais baratos, tinham uma melhor plataforma, e ofereciam excelentes níveis de performance para o preço.
As placas Radeon têm de ser isso, para o nome começar a crescer, e a AMD começar a ganhar quota de mercado. Fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes é o cúmulo da parvoíce. Infelizmente, até aqui, tem sido a forma de fazer as coisas da AMD nas placas gráficas.
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