Para um utilizador mais casual, é óbvio que faz alguma confusão ver um smartphone topo de gama, como é o caso do S23 Ultra, a tentar fazer frente a uma câmera dedicada de uma grande marca, como pode ser o caso da Sony, e reparar que o smartphone tem um sensor principal com uns incríveis 200MP, enquanto a câmera dedicada topo de gama tem um único sensor de 33MP.
No entanto, apesar desta diferença incrível, a realidade é que a câmara tem muito mais potencial para capturas incríveis, face ao smartphone. Porquê? Bem, apesar do facto de o smartphone ter “morto” o mercado das câmeras dedicadas, a verdade é que ao lado de uma câmara a sério, o “telemóvel” ainda tem muitas limitações que estão a ser ultrapassadas aos poucos.
Smartphones vs Câmaras: Megapíxeis não são tudo!
Portanto, hoje em dia, é provável que seja extremamente raro ver alguém com uma câmera dedicada nas mãos, uma visão que antigamente seria completamente banal, especialmente em sítios focados no turismo.
Isto porque o smartphone mudou as regras do jogo, ao trazer qualidade, e facilidade de utilização, para um mundo que sempre foi complexo e pouco amigo da carteira.
Afinal, para o utilizador comum, é muito mais fácil tirar uma foto com o smartphone, e ter logo acesso a ela, editá-la e partilhá-la, do que é andar com uma câmeras atrás, mais todos os seus extras, como são as objetivas e baterias extra.
Porém, não se deixe enganar com os incríveis números que as fabricantes de smartphones apresentam. Os megapíxeis não contam toda a história, nem o cada vez maior número de sensores que estas mesmas fabricantes metem na traseira dos seus smartphones. Os smartphones estão cada vez melhores, mas ainda não batem uma câmera dedicada, por vezes nem modelos de gama baixa ou gama média.
Porquê? A grande diferença continua no sensor! Mas não é a resolução, é mesmo o tamanho!
Como deve imaginar, a parte mais importante de qualquer câmera, é o seu sensor. Com a regra a ser “maior = melhor”. Sendo exatamente por isso que os smartphones têm quase sempre mais que dois sensores, para “dividir o mal pelas aldeias”.
Caso não saiba, até a câmara mais simples e mais barata, tem um sensor dedicado muito maior que até o smartphone com o maior sensor do mercado. Uma comparação que se torna mais difícil de fazer se passarmos para as câmeras DSLR ou Mirrorless, onde os sensores voltam a aumentar, significativamente, de tamanho.
Isto significa que a qualidade de imagem de uma câmera barata e simples, vai ser quase sempre superior à qualidade de imagem de um smartphone, mesmo que este seja o mais caro do mercado. Porém, graças a algoritmos de processamento de imagem, isso nem sempre é verdade no mundo real.
Claro que as fabricantes de smartphones sabem de tudo isto, sendo exatamente por isso que as lentes principais do mundo dos telemóveis estão a aumentar de tamanho, com vários modelos topo de gama já a contar com sensores com 1 polegada.
É uma mudança que traz mais controlo e dinamismo para a vida de um fã da fotografia, que só tem um smartphone no bolso. Porque, vamos ser honestos, se gosta de tirar fotos pouco complexas para enviar a amigos, ou partilhar no Instagram, a qualidade tem pouco interesse. Porém, se quer algo mais complexo e com mais qualidade, é excelente ver para onde a tecnologia está a evoluir.
Onde é que o smartphone ganha?
Na resolução, facilidade de uso, e ajuda de software! Hoje em dia, qualquer smartphone tem uma lente principal com 48MP, 60MP, 108MP, ou 200MP. O que levanta uma questão pertinente. “Um smartphone precisa de tanta resolução?” Não! Não precisa. Mas ajuda! Especialmente quando começamos a falar de “pixel binning“.
O que é isto? De forma muito resumida, os smartphones são capazes de combinar os dados de vários píxeis em apenas um, de forma a simular os píxeis de grandes dimensões de câmeras equipadas com sensores maiores. É quase como juntar o melhor de cada grupo de píxeis, para criar um píxel maior e melhor.
É por isso que enquanto os smartphones apostam forte e feio na estratégia dos megapíxeis para dar e vender, a grande maioria das câmeras dedicadas anda nos 24 MP, com algumas máquinas mais Pro a oferecer até 61MP, como é o caso da Sony Alpha A7R IV. Qual é a diferença? Bem, a câmara da Sony vai usar todos os megapíxeis que tem ao seu dispor, sem “brincadeiras” como é o caso do Pixel Binning.
Qual é o grande problema na resolução?
De forma muito resumida, não perdoa erros. Sendo exatamente por isso que ao mais pequeno abanão, vai ficar com uma foto tremida, ou pura e simplesmente irreconhecível. É também por isto que os smartphones mais poderosos apostam forte e feio em tecnologias de estabilização, e no autofoto.
Mais sensores = Melhor?
Como dissemos em cima, como é impossível equipar um smartphone com um sensor de grandes dimensões, pela falta de espaço, passou a ser completamente normal ver smartphones com 2, 3 ou 4 câmeras.
- Nota: Curiosamente, algumas fabricantes já estão a abandonar a estratégia de equipar um smartphone com uma mão cheia de sensores. Isto para apostar em sensores de maior tamanho e capacidade. Sendo exatamente por isso que vários rumores já apontam para um S24 Ultra com menos um sensor em 2024.
Continuando, de forma resumida, uma câmara a sério tem apenas um sensor e uma lente, porque esta é capaz de capturar imagens em vários tipos de zoom e abertura. Além disso, é perfeitamente normal trocar a objetiva no mundo das câmaras dedicadas, de forma a conseguir outras capacidades de captura. Algo impossível de fazer num smartphone.
Claro que é muito menos prático ter um saco cheio de objetivas, do que ter um smartphone que é capaz de fazer tudo sem “extras”. Mas lá está, aqui estamos a falar de capacidade e não de praticabilidade.
Aliás, é aqui que o smartphone ganha em todos os pontos, a facilidade de uso. É cada vez mais fácil apontar um smartphone para um qualquer sítio e capturar uma boa imagem. Mas, pelo menos por enquanto, se quiser uma imagem excelente, a câmera dedicada continua a ser a solução.
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