Poupar dinheiro em compras online: Há desvantagens?

Hoje em dia, qualquer consumidor com “juízo”, opta por fazer uma extensa pesquisa antes de comprar um qualquer tipo de produto, seja um smartphone, uma TV, um computador, ou até um eletrodoméstico como um frigorífico ou um micro-ondas.

Afinal de contas, caso não saiba, as fabricantes não podem obrigar as lojas, sejam estas físicas ou online, a vender um produto a um preço fixo! Isso é ilegal. Apenas podem recomendar um preço (PVPr), e posteriormente, tentar fazer uma gestão de stocks para que os preços não sejam demasiado diferentes de mercado para mercado, ou até de loja para loja.

Vamos por partes?

Produtos muito mais baratos Online. Porquê? Como é possível? Há aspetos negativos? Garantia é válida!?

Portanto, de forma muito resumida, cada retalhista vende ao preço que quiser, com a margem de lucro que quiser.

Porém, para conseguirem os melhores preços possíveis, as lojas fazem acordos com as marcas para alguns descontos de volume, em artigos especiais, ou então, ainda mais estranho, temos algumas retalhistas que optam por comprar o seu stock de produtos num mercado com preços mais baixos, e depois vendem cá.

Por exemplo, por vezes acontece termos uma fabricante a anunciar internamente que vai aumentar os preços de todos os seus produtos, devido a dificuldades de produção, ou devido à inflação. Uma situação que quase sempre resulta em retalhistas com maiores orçamentos a avançar para uma compra em ‘bulk’, em grandes quantidades, com descontos associados.

Isto também significa que, no futuro, estas mesmas lojas conseguem “brincar” um pouco mais com as suas margens, comparativamente a outras lojas.

Porém, num detalhe importante e até curioso, quando aparecem produtos a preços “imbatíveis”, nestas lojas mais pequenas, e mais desconhecidas, é completamente normal ver as Fnacs, Wortens, MediaMarkts, etc… Desta vida, a ligaram para as fabricantes a perguntar “O que se passa!? Como são possíveis estes preços? Resolvam ou não compramos mais!”

Feliz ou infelizmente, são situações muito complicadas de controlar de qualquer lado que veja as coisas. Nós na Leak, já questionámos muitas das fabricantes, e as respostas são sempre o mais vagas possíveis. Porque é o que é. Não há muito para controlar do lado das fabricantes, especialmente os polos Nacionais.

Conclusão: Há desvantagens?

Em suma, é devido a todas estas razões que muitas vezes vemos diferenças de 200€, 300€ ou 400€, em produtos mainstream como é o smartphone. Porém, em alguns casos, nomeadamente naqueles que implicam produtos de outros mercados mais baratos, isto pode trazer algumas dificuldades para o consumidor, em termos de garantia.

Por exemplo, nas últimas semanas, temos publicado notícias de smartphones topo de gama a preços muito mais aliciantes nos tradicionais comparadores de preço, como é o caso do KuantoKusta. Os exemplos mais gritantes foram o Galaxy S23 Ultra que com menos de 1 mês de mercado, já está disponível a 1159€ em vez do PVPr de 1449€, ou ainda mais incrível, o caso do Xiaomi 13 Pro, que no dia em que foi lançado, já estava disponível a 1169€, em vez dos anunciados 1399€.

Isto é algo estranho, e por vezes até negativo para nós, meio de comunicação.

Ao fim ao cabo, o produto está a ser lançado, nós dizemos um preço, que é o recomendado pela marca, e do nada, este mesmo produto está disponível em ‘n’ lojas, a um preço muito mais em conta. Um preço que pode ser encontrado por qualquer consumidor com uma leve pesquisa no Google, ou num qualquer comparador de preço.

Aliás, aconteceu muito recentemente, a Leak ser convidada para um evento NDA (Non-Disclosure), e no próprio evento, decidir fazer uma leve pesquisa no Google. Para quê? Para descobrir que os produtos supostamente ainda “no segredo dos Deuses”, já estavam à venda, em várias lojas, a preços mais baixos face aos anunciados.

Estes ‘descontos’ avultados têm água no bico?
Note 12 Pro // Note 12 5G // Note 12 Pro+

Bem, como deve imaginar, existem sempre prós e contras. Assim, em alguns destes casos, se tiver problemas com o aparelho, a fabricante pode pura e simplesmente recusar a sua garantia. Afirmando que o aparelho foi comprado fora, e por isso, é uma venda ilegal.

Normalmente, este tipo de lojas afirma que a garantia é a normal, Europeia, de 3 anos. Mas, na grande maioria das vezes, esta tem de ser ativa junto da loja, e não da fabricante.

Quer um exemplo? Temos um caso documentado de uma consumidora, que reportou o seu problema e experiência no Portal da Queixa.

Porém, felizmente, neste caso específico, a loja cumpriu a sua parte! Ao rapidamente resolver o problema, sendo a mesma a tratar da garantia. O que significa isto? Muito resumidamente, se for comprar um produto, com um preço muito apelativo, numa loja menos conhecida, é boa ideia além da pesquisa do produto, também pesquisar um pouco a loja.

Afinal de contas, poupar 200€ ou 300€ num produto, e depois ficar “agarrado” na garantia, sem grande suporte… É uma troca que pode vir a correr mal. 

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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