Há alguns meses atrás, como ainda se deve lembrar, estávamos a criticar a Apple pelo aumento muito significativo em toda a sua gama de produtos, em vários mercados chave, como é o caso do Europeu. Afinal de contas, o iPhone Pro mais barato passou de 1079€ para uns incríveis (e assustadores) 1349€.
Agora, já com os pés bem assentes em 2023, estamos a olhar para um Xiaomi topo de gama mais caro que este mesmo iPhone (14 Pro), com o Xiaomi 13 Pro a custar 1399€. Isto já para não falar do Galaxy S23 Ultra, que também encareceu face ao S22 do Ultra do ano passado, chegando ao mercado a 1449€.
A Apple agradece!
Fabricantes Android facilitaram o jogo à Apple!
Portanto, alguma vez imaginou encontrar um smartphone Xiaomi de gama alta, nas prateleiras, a um preço superior comparativamente a um iPhone Pro? Ora bem vindo a 2023! Um estranho ano em que tudo parece aumentar de preço, sem grande lógica por trás.
Assim, se porventura achava que as fabricantes Android tinham tudo para ganhar um novo nível de competência, e de rivalidade, em 2023. Todas elas, até agora, têm feito um grande favor à Apple, ao seguir a sua exata estratégia de jogo. A única fabricante que parece ter algum bom senso, até aqui, tem sido a Oppo, que lançou o seu primeiro dobrável mainstream a um preço inferior comparativamente ao seu rival direto, o Z Flip4! Curiosamente, a Oppo foi imensamente criticada em 2021 e 2022, pelos seus preços altos. Parece que alguém aprendeu a lição!
Entretanto, voltando ao tema do artigo, como deve saber, a Apple aumentou os preços em toda a gama, de forma bastante significativa. Como resposta, a Samsung fez exatamente o mesmo assim que também teve a oportunidade de lançar a sua nova e renovada gama de smartphones Premium. Porém, enquanto até consigo perceber uma Samsung a aumentar os preços, para ir de encontro aquilo que a Apple anda a fazer, fico completamente boquiaberto com aquilo que a Xiaomi decidiu fazer.
Ao fim ao cabo, caso ainda não tenha reparado, a Xiaomi aumentou o preço do seu topo de gama, em 400€, em apenas 12 meses.
Aqui não está em causa a qualidade deste topo de gama (que é muita), é mesmo o impacto do branding no mundo dos smartphones. Afinal, a compra de um smartphone não é, de todo, uma decisão lógica. Tem muito de emocional, e num mundo em que a maçã trincada tem um valor incrivelmente alto ao olhos dos consumidores, porque dá estatuto, parece-me um erro ver as fabricantes a seguir o plano de jogo da sua maior rival na gama mais alta do mundo mobile.
O ecossistema Android devia estar focado na concorrência, e não em seguir tendências! O mundo Android, mais concretamente as grandes fabricantes, como é o caso da Samsung, Xiaomi, Oppo e Vivo, deveriam criar as suas próprias tendências. Especialmente em 2023, que a inflação está a tornar tudo mais complicado, existindo menos espaço para gastar dinheiro em tecnologia.
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