Aqui estamos, caro leitor, com o vencedor da sexta edição da Playstation Talents, o Evil Below para a PS4. Estamos a falar de um jogo desenvolvido pela empresa portuguesa Fire Raven Studios, tratando-se de um survival horror na primeira pessoa, inspirado sem dúvida nos Resident Evil mais modernos (no gameplay), assim como em Silent Hill (no setting e história).
É um jogo que tenta trazer o seu próprio twist, apostando forte e feio na exploração.
Será que Evil Below consegue combinar da melhor forma estes elementos e criar algo próprio? Vamos descobrir com esta análise.
Evil Below (Análise PS4) – Vencedor PlayStation Talents
Portanto, esta aventura sombria tem início numa aparentemente inocente viagem de carro com o nosso filho pequeno. É aqui que um animal se cruza à frente do automóvel, causando um despiste. Entretanto, quando acordamos, estamos sozinhos numa estranha “dimensão”, claro, sem o nosso filho por perto. Cabe-nos desvendar o mistério de onde nos encontramos e arranjar forma de regressar ao “mundo dos vivos”.
Evil Below aposta fortemente na noção da exploração sem ajudas ou indicações.
Com isto quero dizer que tem de ser o jogador a explorar o mapa e a descobrir (aos poucos) como é que conseguimos prosseguir e chegar ao próximo objetivo. É sem dúvida uma escolha ousada hoje em dia seguir este rumo, visto que muitos gamers já estão habituados a olhar para um mapa que lhes diz exatamente para onde têm de ir. Ousada mas bem-vinda! Fazem falta mais jogos que confiam nos seus jogadores ao ponto de os deixar desvendar por si o caminho a seguir.
O setting em si é, como referi anteriormente, é inspirado em jogos como Silent Hill. Assim, temos zonas cobertas de nevoeiro que tolda a nossa percepção do mundo, assim como inimigos que parecem tirados de um dos filmes Hellraizer.
Como qualquer bom survival horror, temos a opção de lutar contra estas entidades diabólicas, usando tanto armas de curto alcance (martelos, pás, etc…) como pistolas e outras armas de fogo.
No entanto, é no combate que a falta de experiência deste estúdio mostra um pouco a cabeça.
A realidade é que este se encontra pouco refinado, sendo por vezes complicado calcular as distâncias das Hitbox (das nossas armas em relação aos inimigos), assim como os momentos exatos para fazer parry/desviar dos ataques à nossa frente.
Esta situação acaba por não ser ajudada pelo inventário extremamente limitado com que começamos. Algo que compreendo ser algo presente neste género de jogo, e que quando é implementado da melhor forma, contribui para nunca nos sentirmos com demasiados recursos à nossa disposição. Porém, infelizmente em Evil Below, esta noção é levada um pouco em extremo, havendo apenas quatro slots disponíveis para guardar itens, o que não é de todo o suficiente, nem mesmo no início da aventura.
Voltando um pouco aos positivos, Evil Below mostra um narrativa bastante interessante, que nos puxa para levar esta experiência até ao fim. Introduzindo até o microfone presente no comando DualSense, sendo necessário usar a nossa voz para resolver certos puzzles.
Conclusão
Honestamente posso concluir dizendo que é um bom ponto de partida para este estúdio, no entanto penso que um preço de 10-15 euros fosse mais adequado, especialmente se olharmos para outros títulos indie à venda por menos de 20 euros.
Existe bastante potencial para um sequela! Porém, apenas se tiverem em consideração a questão do “polimento” das mecânicas (os gráficos são secundários neste tipo de experiência).
Em suma, é sem dúvida um jogo indie, que tenta fazer algumas coisas novas, por vezes muito bem. Não é um jogo AA ou AAA, nem tem de o ser. Mas é boa ideia ter esta noção! Porque não podemos estar à espera de gráficos incríveis, ou outros detalhes que equipas de centenas de devs conseguem resolver. Ainda assim, é um jogo que vale a pena jogar.
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