Isto devia ser óbvio, mas pelos vistos não é. A Netflix está a tentar correr atrás do dinheiro, ao limitar a partilha de contas que existe, sempre existiu, e honestamente sempre deveria existir, porque faz parte da plataforma há muitos e bons anos. Aliás, a própria Netflix AFIRMOU que os utilizadores podiam, e deviam, partilhar a sua conta com amigos e familiares. Infelizmente, tudo isto parece um mudar das regras do jogo, a meio da partida.
Mas a coisa acaba por ser mais grave, pelo simples facto que a Netflix de hoje em dia, não é igual à Netflix de há 1, 2, 3, ou mais anos atrás.
Afinal, antigamente, antes do ‘boom’ das plataformas de Streaming, a Netflix reunia em si a grande maioria do conteúdo chave do mercado. Estamos a falar de séries como Seinfeld, How i met your mother, Naruto, ou até sagas de filmes como Harry Potter, etc… Isso, hoje em dia, já não acontece.
Porém, com a perda de conteúdo, a Netflix não baixou preços. Muito pelo contrário! Para potenciar o seu próprio desenvolvimento de séries e filmes originais, a Netflix tem vindo a aumentar a mensalidade de todos os seus planos, quase todos os anos.
Uma estratégia interessante, mas que começa a falha de forma bastante óbvia. O que levanta a questão… A Netflix não é demasiado cara, para o conteúdo que oferece? Não será esta a grande razão para existir tanta partilha? E talvez mais importante que isto, sem partilha, quantas pessoas vão esquecer que a plataforma existe?
Netflix: Partilha de contas existe, porque o preço não faz sentido
Portanto, vamos imaginar que você, caro leitor, é um executivo nos quadros da Netflix, e que por isso mesmo está a ver os números de visualizações a cair, cada vez mais críticas pela falta de conteúdo na Internet, etc… Será esta a melhor a altura para ir atrás dos muitos sistemas de partilhas de contas? Ou aumentar preços? Bem, parece que sim! É exatamente isto que a Netflix decidiu fazer em 2023, na grande maioria dos mercados em que funciona em pleno.
Muito honestamente, a Netflix é hoje em dia demasiado cara para aquilo que oferece.
A grande maioria dos projetos críticos, já terminaram, ou estão prestes a terminar. Ou seja, o sucesso da Netflix está assente no passado, e não no presente, ou no futuro. Basta olhar para o Top 10 da Netflix nos últimos tempos, para perceber que as coisas não estão, e muito provavelmente não vão melhorar.
Vamos olhar para as visualizações da última semana:
- You (temporada 4) – 60 milhões de horas
- Perfect Match (Temporada 1) – 24.6 milhões de horas
- You (Temporada 1) – 22.4 milhões de horas
- Red Rose (Temporada 1) – 21.2 milhões de horas
- Wednesday (Temporada 1) – 20.2 milhões de horas
- Ginny & Georgie (Temporada 2) – 18.5 milhões de horas
- Full Swing (Temporada 1) – 17.1 milhões de horas
- Love is Blind (Temporada 3) – 15.8 milhões de horas
- You (Temporada 3) – 15.6 milhões de horas
- You (Temporada 2) – 15.1 milhões de horas
Logo à partida, é assustador perceber que quase 50% de todas as horas de visualização estão assentes numa única série (You). Talvez ainda mais assustador, é perceber que o resto está assente em Reality Shows, ou em projetos mais antigos. Mas o que é realmente importante, é que tudo isto somado, vai dar um valor assustadoramente pequeno para aquilo que costuma ser a realidade da Netflix.
Em suma, ainda muitos duvidam da potencial queda, ou até desaparecimento da Netflix. Mas a verdade é que esta estratégia pode, e acredito que deve, ser um tiro no pé para passar uma mensagem ao mercado.
Antes de mais nada, o que pensa sobre tudo isto? Acha que a Netflix está a cometer o erro de uma vida? Já cancelou? Ou vai continuar? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
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