A dobra é (ou não) o futuro dos smartphones (e portáteis)?

Não é novidade para ninguém que o ano de 2023 vai ser complicado em termos de mercado para muitas fabricantes de smartphones. Porém, parece que também vai ser muito interessante no campo dos designs diferenciados.

Afinal de contas, a Oppo já lançou o seu primeiro aparelho Flip (Find N2 Flip) no mundo dos smartphones Android, e ao que tudo indica, 2023 também vai ser o ano em que a Google vai avançar com o seu primeiro Pixel Fold, um aparelho importante, porque tal como qualquer outro smartphone Pixel, é um aparelho que tem de definir aquilo que deve ser uma experiência Android (de luxo!) num aparelho com um ecrã capaz de se dobrar.

Na verdade, isto é apenas o início! Porque ao longo do ano, vamos muito provavelmente ver outros lançamentos igualmente interessantes, isto por parte da Xiaomi, e claro, da recentemente chegada ao mercado Português Vivo. Aliás, até a Apple parece estar a redobrar os seus esforços, para também ter um iPhone dobrável nas prateleiras, nos próximos tempos.

Mas, isto são tudo ‘coisinhas’ que levantam algumas questões!

Será que os designs dobráveis são mesmo o futuro do mundo mobile? Tanto na parte dos smartphones, como também na parte dos portáteis? É que além de smartphones Android Flips e Folds, também temos gigantescas fabricantes de portáteis Windows a apostar neste tipo de design, como é o caso da ASUS, e também é o caso da Lenovo, ambas já com um modelo dobrável no mercado.

Dobráveis são mesmo o futuro dos smartphones (e portáteis)?

dobráveis
Portátil: ASUS ZenBook Fold OLED // Find N2 Flip na esquerda e Galaxy Z Flip4 na direita

Portanto, numa altura em que o smartphone dobrável mais barato do mercado já se encontra a pouco mais de 500€ (Z Flip3), começa a fazer sentido fazer a pergunta do “está realmente interessado?

Pessoalmente, como principal reviewer deste tipo de aparelhos aqui na redação da Leak.pt, sou muito honesto consigo. Inicialmente, não conseguia perceber a vantagem de ter um aparelho capaz de se dobrar no meu bolso. Mas a minha forma de pensar está a mudar a cada nova geração lançada!

Sim, dentro de todo o mundo dobrável, os designs Fold sempre fizeram mais sentido, especialmente se andar muito de transportes no seu dia-a-dia. Afinal, permitem aceder a um ecrã de grandes dimensões para ler e-mails, ver folhas de cálculo, e até fazer algum trabalho de produtividade graças à S-Pen e Teclado Bluetooth.

Tudo isto, ao mesmo tempo que contam ainda com um ecrã de dimensões generosas no lado de fora, para não o obrigar a abrir o aparelho.

Porém, temos de ser realistas, os designs Flip têm trazido muito pouco para cima da mesa. Pelo menos até à chegada do recente N2 Flip da Oppo.

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Afinal, até à chegada da alternativa da Oppo, o ecrã secundário era demasiado pequeno para ser possível ter uma utilidade mais a sério (Z Flip4 e P50 Pocket). O que por sua vez obrigava à abertura (nem sempre fácil!), do aparelho para se fazer alguma coisa com ele.

Consegue imaginar estar num concerto, com um copo na mão, e tentar abrir um smartphone dobrável com a outra? É possível! Mas é preciso ter jeitinho!
A nova geração de dobráveis já fecha completamente! Adeus ao pó!

Dito tudo isto, agora, à medida que as fabricantes vão experimentando mais e mais com o conceito. Começamos a ter dobradiças mais pensadas para a utilidade, de forma a permitir uma abertura mais facilitada com apenas uma mão. (Continuo a achar que este é um problema grave, que devia ser resolvido com um outro tipo de mecanismo!)

Começa também a ser possível ver mais vantagens, como é a possibilidade de tirar fotos, ou filmar, mesmo com o ecrã principal fechado.

Além disto, com ecrãs secundários mais bem pensados, apesar de ainda estranhos, começa a ser possível ler todas as notificações, com muito espaço, sem ter de abrir o smartphone, e até é possível responder a muitas delas, graças a novos sistemas de resposta rápida. Além disto, é possível ter acesso ao leitor de multimédia, definições dos vários aparelhos conectados, e quiçá, no futuro, ter outros widgets mais especializados, como WhatsApp, Instagram, Facebook, etc… Permitindo o envio de stickers, áudios, ou mensagens simples, logo a partir deste ecrã mais pequeno. (A Oppo prometeu!)

É absolutamente incrível ver a forma como o mercado está a evoluir!

Os dobráveis estão a evoluir a um ritmo alucinante, sendo agora o sítio onde podemos ver desenvolvimento a ser feito a sério, num mercado em que tudo parece estar estagnado, e infelizmente cada vez mais caro.

Afinal, além das novas funcionalidades, e capacidades técnicas, estes aparelhos já são capazes de se fechar completamente, e começa a ser óbvio que a durabilidade não é um problema tão grave como se receava há alguns anos atrás, especialmente depois do falhanço do primeiro Galaxy Fold em 2019.

Então… e os portáteis?

Ao contrário dos smartphones dobráveis, aqui fiquei imediatamente de boca aberta. Porque as possibilidade são realmente outras. Enquanto todo o conteúdo num smartphone foi feito para… bem… Um ecrã de um smartphone. Ter acesso a um ecrã maior, num portátil, é algo capaz de mudar vidas.

Afinal, neste tipo de aparelho, pode utilizar o portátil como um portátil completamente normal, com um teclado ‘colado’ à parte de baixo do ecrã. Pode utilizar o portátil como um tablet, com o ecrã sensível ao toque. Ou, se quiser, pode abrir o portátil, metê-lo à sua frente, e aproveitar o teclado Bluetooth para ter acesso a uma quase workstation. Sim, workstation, é que no campo dos processadores, e sistema operativo, estes portáteis Windows estão a adaptar-se de forma incrível a todo este novo mundo.

Mas, e isto é um grande mas, enquanto os smartphones dobráveis já estão ao alcance do bolso dos consumidores, estes portáteis ainda metem a nossa carteira a lacrimejar.

Em suma, a bola está do seu lado! Numa altura em que os dobráveis começam a ficar acessíveis, e cada vez mais interessantes, o que vai fazer? Vai comprar? Ou acha que isto ainda é moda?

 

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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