(Análise) Sony PSVR2: Caso não saiba, a Sony PlayStation 5 é a única consola do mercado pensada para ter impacto no mundo da realidade virtual. Afinal, a Microsoft decidiu não apostar nessa componente, deixando os capacetes VR e AR para o mundo dos computadores, onde também tem um pé muito bem assente, visto que qualquer máquina gaming na parte dos PCs, está 99.9% das vezes equipada com o Sistema Operativo Windows 11.
Na teoria, isto era inteligente, visto que com uma aparente nova aposta no mundo do VR, por várias empresas ‘third party’, seria de esperar um nível de rivalidade e competitividade fora do normal, o que por sua vez, iria resultar numa queda no preço de entrada deste ecossistema.
Pois… O problema é que isso ainda não aconteceu, e depois do impacto do COVID, que encareceu tudo o que é tecnologia, essa é uma realidade que muito provavelmente nunca vai passar do virtual para a realidade.
Assim, apesar de caro para o bolso de vários jogadores, a custar 599€, a verdade é que o novo PSVR2 da Sony apresenta-se agora como uma alternativa topo de gama ‘budget’.
Como assim? Budget? O PSVR2 custa mais que a consola!
Sim, isso é totalmente verdade, porém, um capacete de realidade virtual com a qualidade do PSVR2, no mundo dos computadores, nunca vai ser menos de 1000€. Além disso, como deve calcular, além do capacete, vai precisar de um PC capaz de correr os jogos propriamente ditos… O que também não é propriamente barato.
Por isso, de forma muito resumida, a verdade é que o combo PS5 + PSVR2 é muito provavelmente a maneira mais barata, e mais prática, de entrar no mundo da Realidade Virtual, sem ser necessário vender um qualquer órgão no mercado negro.
Vale também a pena salientar que o PSVR2 tem como público alvo quem já tem uma consola PlayStation 5 em casa. Não sendo objetivo da Sony usar o PSVR2 para vender consolas PS5.
O capacete é pura e simplesmente um ‘add-on’, e que add-on que ele é!
Vamos por partes?
(Análise) Sony PSVR2: Realidade Virtual melhorada!
Portanto, muito honestamente, eu não quero usar esta análise para falar das especificações técnicas do novo PSVR2, por isso, vou só deixar a lista com as especificidades mais importantes, e vou avançar para o resto. O que é o resto? É aquilo que senti a utilizar este capacete, como um jogador que pouco ou nada tocou no mundo da Realidade Virtual antes de fazer este teste.
Acredito que isso é o que realmente interessa no meio deste lançamento, porque, a grande maioria dos compradores deste capacete, vão ser simples novatos, tal como eu também sou.
Especificações Técnicas – PSVR2:
- Ecrãs: OLED // Resolução (por olho): 2000 x 2040 // 90~120Hz
- Campo de Visão: 110º
- Sensores: Sistema de movimento com seis sentidos, sensor de proximidade IR
- Câmeras: 4 câmeras embebidas no capacete para monitorização dos comandos // Câmera IR para monitorizar os olhos do jogador
- Extras: Vibração no capacete
- Áudio: Microfone integrado, Audio Jack
- Comunicação: 1 único cabo USB-C, para se ligar diretamente à PS5
Como foi usar o PSVR2 nestas primeiras semanas de teste?
Como resumir isto… Bem, tenho 31 anos, e cresci como um ‘Gamer’. Joguei CS 1.6 durante muita da minha infância, joguei World of Warcraft nos tempos do secundário (Vanilla, TBC, WOTLK, Cataclysm), joguei (ou direi vendi a minha alma ao diabo?) League of Legends durante vários anos, etc…
Porém, tenho notado que ao longo dos anos, poucos são os jogos realmente capazes de me agarrar, porque acho muito honestamente que é tudo mais do mesmo. Sim, é inegável que os gráficos estão incríveis, e que a jogabilidade está cada vez melhor. Porém, a forma como interagimos com tudo é exatamente a mesma!
Estamos sentados à frente de uma TV, a jogar um FPS que apesar de estar um pouco mais complexo, é o mesmo exato CS 1.6 que joguei quando era adolescente, ou é o mesmo CoD: MW que joguei nos tempos da faculdade. É também brutal fazer umas jogatanas de FIFA com os amigos, mas vamos ser honestos… O que realmente mudou? O que tem tudo isto de inovador?
Pois bem, é aqui que entra o PSVR2!
Lembro-me como se fosse ontem, a primeira vez que joguei Duck Hunt na Super Nintendo, com uma pistola, e pensei “Oh meu Deus! Como é que isto funciona? Como é que aponto a pistola, e isto simplesmente funciona???”.
Ou quando ia a uma arcada, e jogava jogos míticos como Time Crisis, pensava também “Isto é tão diferente! Isto é tão interessante! Como é que tudo funciona? Quero isto em casa!”.
Foi exatamente isso que senti quando joguei Horizon Call of the Mountain pela primeira vez! Puxei o arco, meti a flecha, puxei para trás, libertei a tensão, e… Claro, falhei o alvo, redondamente! É que nem passou perto. Mas… O feeling! É mesmo qualquer coisa.
O meter o arco ao lado da nossa face… O fechar um dos olhos para fazer a melhor mira possível, largar a flecha, e ouvir o alvo a cair. É ABSOLUTAMENTE INCRÍVEL!
Estamos a falar de uma experiência de jogo completamente diferente de tudo o resto, que abre as portas a outros jogos também eles bem diferentes relativamente a tudo aquilo que já jogou.
Consegue imaginar jogos de terror, em que você está mesmo dentro da casa abandonada, de jogos de corrida, em que vai estar mesmo em pista. Consegue imaginar ser um Jedi, ou um Bounty Hunter, dentro do Universo de Star Wars? Tudo isto é possível.
Se quiser algo ainda mais fora do normal, temos muitos outros jogos completamente diferentes, como é o exemplo de Beat Saber, em que vai fazer um monte de exercício ao som das suas músicas favoritas, ou mesmo de Thumper, que é um jogo extremamente estranho, mas igualmente interessante.
É confortável? Dá para usar com óculos? Existem enjoos?
Na minha mais honesta opinião, capacete em si está extremamente bem conseguido. A forma como podemos regular tudo, ou quase tudo, está mesmo muito bem pensada. Dito isto, está com medo dos óculos? Não tenha! Usei o PSVR2 95% das vezes com óculos, e foi bem mais confortável do que usar com lentes de contacto.
Quanto aos enjoos, posso dizer-lhe que nas primeiras vezes, vai muito provavelmente sentir alguns arrepios na espinha. Porém, é passageiro. Com umas quantas horas de jogo, já vai andar à vontade dentro do seu mundo virtual pessoal. Uma melhoria muito importante que se deve ao facto de termos agora uma maior resolução, maior campo de visão, e uma maior fluidez nos ecrãs do PSVR2, tudo isto comparativamente ao ‘velho’ PSVR1.
Os comandos também são confortáveis e bem pensados. No entanto, agarrar nestes meninos depois de meter o capacete na cabeça, é por vezes um desafio. Tudo devido ao seu formato a fazer lembrar uma espada do tempo dos corsários. Nada que ligar o modo de observação não resolva, afinal de contas, o PSVR2 tem câmeras para fora, e como tal, permite ver o que se passa à sua volta.
Vale a pena?
São 599€, por isso, não é de todo um produto barato. Mas, também não estamos a falar de um novo comando ‘Pro’, ‘Edge’, ou algo similar a isso.
O PSVR2 é mais caro que a própria PlayStation 5, mas é também um produto que lhe vai ser capaz de oferecer uma experiência de jogo que nunca teve na vida.
Dito isto, se porventura já tem uma PS5 em casa, e tem liberdade financeira para entrar no mundo da realidade virtual, posso dizer-lhe com toda a sinceridade, o PSVR2 vale a pena.
Especialmente porque a Sony está apostada em dar muito e bom suporte ao seu novo capacete VR, tal e qual como podemos ver na lista de jogos de lançamento, onde podemos encontrar modo VR para Resident Evil 8 (vou provavelmente falecer a jogar este jogo em VR), modo VR para Gran Turismo 7, e claro, Horizon: Call of the Mountain, onde se vai sentir um autêntico Legolas, com o arco e com as muitas flechas que vai ter de descobrir e construir.
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