O que é uma boa experiência de software num smartphone?

Muitas vezes, quando me vejo a escrever a análise de um smartphone novinho em folha, acabado de sair, toco no tema da ‘Experiência de Software’, como uma vantagem, ou desvantagem, relativamente aos muitos outros aparelhos já lançados, dentro da mesma gama de preços. Mas… Faz ideia daquilo que estou a falar?

Para mim, uma boa experiência de software, é basicamente quando não temos razões de queixa, e o combo ‘hardware+software’ está a trabalhar para nós, muitas das vezes, sem nós quer termos ideia daquilo que está acontecer.

O que é uma boa experiência de software num smartphone?

Portanto, no mundo dos smartphones, existem 2 grandes ecossistemas, o iOS, onde apenas encontramos várias gerações de um único aparelho, o iPhone, e claro, o ecossistema Android, um pouco mais abrangente, onde podemos encontrar vários modelos, de várias fabricantes, todas elas com uma ideia muito própria, e muito definida, daquilo que deve ser um smartphone.

Porém, apesar de apenas existirem dois ecossistemas no mundo dos smartphones, a verdade é que a experiência de software, no Android, pode ser completamente diferente de aparelho para aparelho, ou melhor, de fabricante para fabricante.

Sim, a base do software é exatamente a mesma (Android), porém, no lado Android, as fabricantes têm muito mais liberdade para fazer mais, ou então… Menos!

Temos vários exemplos bons e maus!

iphone

No lado da Apple, um bom exemplo é aquilo que a gigante Norte-Americana fez com o furo para os sensores frontais no seu ecrã OLED. A funcionalidade Ilha Dinâmica, apesar de parecer simples no seu conceito, é algo que não existia, e que foi recebida de braços abertos pelo ecossistema iOS.

Curiosamente, o iPhone é, em vários sentidos, um dos melhores exemplos daquilo que é uma boa experiência de software, muito graças à integração quase perfeita do aparelho no ecossistema, e o facto de o Sistema Operativo ser feito, de raiz, para aquele tipo de software.

Entretanto, um mau exemplo, pode ser aquilo que podemos encontrar em alguns aparelhos ‘low-cost’, nomeadamente no mundo Android, que têm de ir cortar a algum lado, e normalmente, esse corte é feito no lado do desenvolvimento e software.

É muito comum termos aparelhos a chegar ao mercado com traduções mal feitas, funcionalidades extra que estão lá, mas funcionam mal e porcamente, etc… Até já me aconteceu, receber um smartphone oriundo da China, que volta e meia, deixava de receber chamadas. Ou melhor, ele até as recebia, o ecrã é que não desbloqueava para ser possível aceitar a comunicação. São aparelhos com bugs pequenos, e que parecem simples de resolver, mas que todos juntos, transformam aquilo que poderia ser uma excelente experiência, em algo horrível e de fugir a 7 pés.

Entretanto, como é óbvio, também existem exemplos bons, como é o caso da Oppo com o seu novo N2 Flip, que traz para cima da mesa alguns extras, para aproveitar o facto de ser um dobrável. Aliás, nos últimos tempos, é notória uma evolução no ecossistema Android, graças à maior taxa de adoção de designs dobráveis.

Porém, para mim, o melhor exemplo disto é mesmo a Samsung. Mais concretamente, é o OneUI da Samsung, que se mostra agora como um dos melhores exemplos de uma vilã que passou para o lado dos bons.

Afinal, num passado não assim tão distante quanto isso, a gigante Sul-Coreana Samsung era definida como uma das piores fabricantes no campo do software, dentro do ecossistema Android.

Afinal, ainda se lembra do TouchWiz, ou do Samsung Experience?

Eram bugs, era lentidão, e era um tempo de espera interminável por cada nova atualização. Hoje em dia? É o oposto!

A Samsung tem agora um sistema operativo mais rápido, eficiente, e veloz na recepção de atualizações. Também temos alguns extras visuais muito apreciados, como são as notificações a aparecer no ecrã de bloqueio, numa pequena faixa no ecrã OLED. Há espaço para melhorar, mas está inegavelmente melhor. Aliás, acho que, hoje em dia, o OneUI é uma das melhores ‘skins’ do mundo Android.

Isto é um exemplo! Porém, mais importante que tudo isto, pelo menos para mim, é a existência de funcionalidades que vão um pouco além daquilo que é o “normal”, e também nos facilitam a vida sem sequer notarmos que elas existem.

Por exemplo, ontem fui a um concerto com o novo dobrável Find N2 Flip da Oppo. Como é óbvio, em 2023, quem é que vai a um concerto e não grava aquelas músicas mais icónicas? (Para depois deixar os vídeos esquecidos na memória do smartphone, e continuar a ouvi-las no Spotify ou outra qualquer plataforma de streaming de música?)

Pois bem, quando sai do concerto, e fui ver as minhas “obras primas” Reparei que em alguns dos vídeos, quando decidi fazer zoom, o aparelho aumentou as suas capacidades de gravação de som.

Sim! O smartphone foi capaz de perceber aquilo que eu queria focar, e mudou a forma como gravava o som! Para também se focar naquilo que estava a acontecer no ponto central do ecrã. Isto é uma boa experiência de software! Porquê? Eu nem fazia a mais pequena ideia que o aparelho era capaz de fazer tal coisa! Aconteceu, o resultado final é melhor, e eu agradeço!

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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