(Análise) Hogwarts Legacy: Lumos Maxima!

Lumos Maxima! Ah, agora já o consigo ver, caro leitor. Pois bem, bem vindo de volta ao mundo mágico de Hogwarts. Já não era sem tempo. Afinal, após um ano de atraso relativamente à data de lançamento original, Hogwarts Legacy chegou finalmente ao mercado, primeiramente às consolas de nova geração, e claro, ao PC.

Assim, apesar de terem existido algumas pessoas frustradas com a situação, a realidade é que mais vale atrasar o lançamento de um jogo, e garantir que está o mais polido e completo possível, do que, claro, lançar um produto inacabado e cheio de problemas. Alguém se lembra de Cyberpunk? Pois…

Dito isto, ainda me lembro de jogar a Pedra Filosofal na Playstation 1, quando era um simples miúdo. Um jogo que olhando para trás, era do mais básico possível, porém, com a minha vontade de ser aluno de Hogwarts, parecia que estava a jogá-lo numa futura PS6!

Entretanto, na minha opinião, chegando ao Prisioneiro de Azkaban na PS2, é fácil dizer que os jogos do franchise Harry Potter atingiram o seu pico em termos de qualidade. Afastando, infelizmente, o sentimento de aventura, ao se tornar literalmente num Third Person Shooter, o que sinceramente acho que combina tão bem com Harry Potter como ananás na Pizza (come fight me!).

Pois bem, em 2023, temos a chegada do tão esperado Hogwarts Legacy! O jogo que promete cumprir todos os desejos que temos em relação a um jogo, em que podemos fazer tudo, ou quase tudo, neste mundo mágico que tanto nos fez sonhar desde o primeiro livro há tantos e longos anos atrás.

Será que consegue atingir todos os seus objetivos?
Vamos descobrir com esta análise!

História

Na melhor decisão que a Portkey Games podia ter tomado, este jogo passa-se em 1890. Portanto, antes de mais nada, não temos ligação a quaisquer eventos dos livros originais (tirando o setting, claro).

Dando assim hipótese para forjar a nossa própria história e traçar o nosso destino neste mundo mágico e misterioso.

A premissa é simples! Devido ao facto de termos recebido tarde a nossa carta de admissão a Hogwarts, vamos entrar diretamente para o quinto ano letivo. Esta situação é apenas possível devido à nossa capacidade inerente de aprender e utilizar magia antigas! Uma habilidade extremamente rara entre pessoas mágicas.

Assim, ppós criarmos a nossa personagem, e de uma viagem bastante atribulada até ao castelo, podemos escolher entre Gryffindor, Slytherin, Hufflepuff ou Ravenclaw (a decisão mais importante da nossas juventude!). Uma vez criada a personagem, vamos fazer tudo desde desvendar os segredos do castelo, derrotar conspirações malignas, e claro, decidir se queremos ser um feiticeiro que caminha rumo à luz, ou um feiticeiro que não tem problemas em utilizar certas maldições imperdoáveis.

Em suma, cabe-nos a nós, desbloquear o poder latente nas nossas mãos e varinha, e decidir o rumo que queremos dar à nossa história como aluno de Hogwarts.

Gráficos e Performance

Em vez das duas típicas escolhas presentes em jogos da PS5, estas sendo Fidelidade Gráfica ou Performance, temos cinco opções diferentes à nossa disposição:

  • Fidelity: Enfase nos gráficos à custa de FPS mais baixos;
  • Fidelity com Ray Tracing: Enfase nos gráficos e com Ray Tracing ativo, a opção mais pesada para o sistema;
  • Performance: Ênfase em FPS mais altos em detrimento da qualidade gráfica;
  • Balanced: Uma mistura entre Fidelity e Performance que funciona curiosamente bem, é a minha opção preferida;
  • HFR Performance: Baixar drasticamente a qualidade gráfica, para aumentar ao máximo os FPS. (Só compensa a quem está a jogar em monitores/TV com no mínimo 120Hz)

Porém, independentemente da escolha posso dizer que Hogwarts Legacy é um jogo lindo, tanto no nível de detalhe, como na iluminação e nas animações.

Tirando a presença de alguns bugs gráficos (algo impossível de não estar presente num jogo Open World), a minha experiência foi extremamente consistente.

Gameplay

No que toca ao combate, posso dizer que tinha algum receio do que iria vir para aqui. Isto porque, à primeira vista podemos assumir que é impossível haver variedade quando apenas utilizamos uma varinha para combater.

Porém, a realidade é que apesar de haver apenas uma varinha, existe uma variedade bastante saudável de feitiços à nossa disposição. Feitiços esses que podem ser sequenciados para gerar combos bastante interessantes.
Desde puxar inimigos na nossa direção usando Acio, a causar danos de curto ou longo alcance com Incendio e Bombarda, a bloquear ataques com Protego e contra-atacar com Stupefy para os deixar mais vulneráveis, etc…

Para ajudar no departamento da variedade temos também vários tipos de inimigos que requerem diferentes táticas para derrubar, por exemplo inimigos com “armadura” que têm de ser levitados antes de ficarem vulneráveis, entre outros…

Relativamente à exploração, esta é simplesmente incrível!

O castelo de Hogwarts em si é uma recriação extremamente detalhada daquilo que está presente no material original (ou seja, é baseado nos livros e não nos filmes). Curiosamente, e felizmente, todo este detalhe não é apenas fogo de vista! Grande parte do castelo é explorável, cheio de segredos, puzzles e personagens interessantes à espera de serem descobertos.

No que toca ao resto do jogo, temos a opção de explorar Hogsmead, os terrenos do castelo, a floresta proibida, entre outros locais icónicos e que felizmente tiveram todos o mesmo nível de atenção e carinho por parte dos developers.

Ir explorar montado na sua vassoura ou num hipogrifo, é uma escolha que cabe apenas a cada feiticeiro ou feiticeira.

Como seria de esperar num jogo que se passa numa escola, ir às aulas também faz parte das nossas atividades diárias, sendo aqui que aprendemos muitos dos nossos feitiços que nos vão ajudar na nossa viagem. Mas não se preocupe caro leitor, ao contrário do nosso mundo mugle, estas aulas são tudo menos “secantes”.

Contudo, existe também um pequeno “filtro” de nostalgia que tolda um pouco alguns aspetos menos bons neste departamento. Como seria de esperar, sendo um jogo de mundo aberto existem algumas armadilhas inevitáveis em que Hogwarts Legacy é apanhado. Nomeadamente no que toca à repetitividade de alguns puzzles e “pontos de interesse” que não façam mesmo parte de missões principais ou secundárias.

No entanto é de salientar que mesmo sendo este o caso, em momento algum senti a qualidade da minha experiência posta em causa, a realidade é que mesmo após várias horas de jogo, continuo a sentir o mesmo encanto de quando comecei (algo a ter em atenção numa sequela, pois aí a fórmula não vai ser tão “fresca”).

Conclusão

Posso concluir dizendo que Hogwarts Legacy tem praticamente tudo o que poderia pedir num jogo de mundo aberto baseado no IP Harry Potter.

Apesar de por vezes cair nalgumas ratoeiras presentes na maioria de jogos Open World, o facto de ser a primeira vez que temos este nível de liberdade neste setting mágico (e tão bem desenvolvidos) faz com que sejam bastante toleráveis.

Assim, com vistas incríveis, uma atenção impressionante ao detalhe, um sistema de combate robusto e uma história cativante, há muito que apreciar neste jogo.

Em suma, para mim, é o melhor jogo Open World que tive o prazer de jogar nos últimos tempos e espero que abra a porta para futuros projetos da Portkey Games

Pois bem, com isto está na hora de acabar esta análise, vemos-vos na próxima. Nox!

Ao seguir a Leak no Google Notícias está a ajudar-nos. Carregue aqui e depois em seguir.
Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

Leia também

A derradeira forma de viver este mundo mágico.(Análise) Hogwarts Legacy: Lumos Maxima!