Existem muitos tipos diferentes de vírus informáticos. Uns apagam os dados que temos no disco, outros colocam o computador mais lento ou injetam publicidade e ainda há aqueles que encriptam tudo à espera de um resgate. No entanto há algo muito mais perigoso que isto. Falo de um vírus que pode fritar o computador. Curiosamente esta ameaça utiliza uma técnica que até pode ser utilizada para fins positivos.
Atenção! Este vírus pode fritar o seu computador!
Esta ameaça é conhecida como “power virus” ou em português vírus de energia. Na prática é um código de computador que força o processador ou a placa gráfica a funcionar com a máxima dissipação de energia. Isto gera uma grande quantidade de energia térmica com o objetivo de fazer com que o processador corra a uma temperatura superior à classificação de potência térmica de design (TDP).
O TDP é utilizado no design do chip para especificar um nível de calor com que o sistema de arrefecimento deve ser capaz de lidar enquanto está sob carga. Espera-se que um CPU com uma classificação de TDP de 80w produza 80w de potência na forma de calor sob carga. O problema é quando os processadores são levados muito para além deste valor.
Os vírus de energia colocam o processador sobre stress. Tal como uma aplicação de overclock faria. A questão é que em vez de medirem até onde o processador pode ir, vai muito para além disso.
Estes vírus dão cabo do seu computador
O objetivo final de um vírus de energia é gerar energia térmica suficiente para colocar o sistema sob sério stress. Durante um período prolongado, isto resultará na geração de uma enorme quantidade de calor que pode causar danos permanentes no hardware. Isto ao nível do processador, placa gráfica ou motherboard.
O que pode ajudar?
Bem, quanto mais eficaz for a solução de arrefecimento, mais tempo se espera que um computador funcione nestas condições complicadas. Se tivermos algo mesmo bom instalado na nossa máquina pode ser que consiga dissipar grande parte do calor gerado através das alterações que o vírus de energia fez na nossa máquina.
Como remover o vírus
Se notar que a sua máquina está a aquecer, está muito lenta e costuma desligar-se após algum tempo de funcionamento pode estar infectado com um destes tipos de ameaças. Dito isto, a melhor opção é correr um antivírus para verificar se tem alguma ameaça no sistema. Se for encontrada e a conseguir remover o problema estará resolvido. Caso contrário terá mesmo de fazer o restauro do sistema. É a melhor forma de lidar com ameaças persistentes. Mas não pode ser feito de qualquer forma.
O restauro de fábrica é uma opção encontrada em muitos dispositivos modernos, incluindo computadores e smartphones, que permite reverter o sistema operativo do dispositivo para o seu estado original. Também volta a colocar todas as definições como estavam e remove quaisquer programas ou ficheiros que não venham com o equipamento. É verdade que no caso dos PC ainda temos a opção de manter os ficheiros. No entanto, se estivermos a restaurar o PC para removermos vírus então temos mesmo de eliminar tudo.
Portanto aqui fica já um primeiro ponto muito importante. Se for para retirar vírus do computador não mantenha ficheiros!
O restauro é igual nos smartphones e nos computadores?
Bem o restauro de fábrica dá a entender que ficamos com o equipamento como estava quando veio de fábrica. No entanto, isto não é bem verdade. Sobretudo no caso dos smartphones e dos tablets. É que nestes dispositivos que já receberam algumas atualizações ao nível do sistema operativo, já não temos como escapar delas. Apesar disso todos os outros ficheiros são limpos.
É uma função útil para acabar com vírus?
Com um restauro de fábrica podemos livrar-nos de praticamente todos os vírus. É que esta opção remove involuntariamente quaisquer programas ou ficheiros infetados no dispositivo. Ainda assim pode haver uma exceção em casos muito raros.
A cada ano que passa, os vírus tornam-se mais sofisticados e os criminosos estão a encontrar novas formas de infetar dispositivos. Assim alguns troianos e rootkits podem sobreviver a um reset de fábrica. Ainda assim é relativamente raro. Um desses troianos – xHelper – surgiu em 2019. Tinha como alvo dispositivos Android e conseguiu sobreviver ao restauro de fábrica.
No caso dos computadores e caso a ameaça não tenha conseguido escrever código em alguns locais menos habituais também é possível remover tudo com um restauro do PC.
E se o vírus voltar?
Se o seu dispositivo tiver sido infetado com malware que continua a regressar mesmo depois de um reset de fábrica, existe a possibilidade de estar a lidar com um dos seguintes cenários:
A sua cópia de segurança pode estar infetada e assim que a tenta restaurar para o seu dispositivo o malware reinfecta o PC ou o smartphone.
Outra possibilidade é que o malware tenha invadido uma área de armazenamento do seu dispositivo que mantém uma imagem de sistema limpa para a opção de reset da fábrica. Portanto, se a própria partição de recuperação estiver infetada, um restauro não terá efeito.
Rootkits e bootkits também podem ser responsáveis pela infeção do seu dispositivo. Infelizmente, estes são notoriamente sofisticados e podem escapar à deteção e remoção através da reposição de fábrica.
Entretanto algumas ameaças de última geração podem, por vezes, também abrigar-se nos periféricos do sistema, como adaptadores Wi-Fi e webcams. Muitos periféricos modernos têm armazenamento integrado para guardar as configurações do utilizador, e o malware pode usá-lo para continuar ativo.
Seja como for a primeira coisa que deve fazer é analisar a cópia de segurança com um bom antivírus. Se nada for encontrado apague completamente o SSD ou o HDD do computador e faça uma instalação limpa depois de apagar todas as partições.
E pronto deste modo deverá ficar livre de vírus no Windows.
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