Há alguns dias atrás, noticiámos que Portugal é um dos piores países da Europa, quando o tema é o custo por GB de informação no mundo das redes móveis. Qual é a resposta do mercado? Aparentemente, é piorar a coisa para os mais jovens! Ou será que não é essa a intenção? Bem, vamos analisar!
Tarifários: Gigas de “borla” são para acabar!
Portanto, caso não saiba, dentro dos planos das grandes operadoras em solo nacional, temos sempre alguns pacotes mais pensados para os jovens. Como é o caso da Moche para a MEO, Yorn para a Vodafone, ou WTF para a NOS.
Nestes tarifários, os utilizadores têm um limite de dados mensal, tal como em qualquer outro pacote, mas como complemento, têm também a possibilidade de utilizar uma mão cheia de aplicações, normalmente as mais populares no mundo das redes sociais, sem gastar dados móveis.
Pessoalmente, que sou cliente Yorn, apps como o WhatsApp, Facebook, Instagram e Spotify, não contam para o tráfego mensal. Além disto, tenho ainda 5 GB adicionais para YouTube e Netflix.
Como é óbvio, isto é tudo muito giro, mas temos alguns problemas associados, que acabam por afetar o mercado de várias maneiras. Primeiro, isto faz com que não exista um clima de “necessidade” de mais tráfego no lado dos mais jovens, que pensam ter dados suficientes, apesar do limite de dados não subir há vários anos. O que por sua vez cria a segunda dificuldade, no campo da desigualdade entre utilizadores (jovens vs normais). Mas além de tudo isto, existe um outro problema que provavelmente ainda não notou… Estas operadoras permitem o acesso a apps previamente definidas, mesmo sem saldo de dados mensal.
Isto mexe com a neutralidade da Internet! Afinal, as operadoras não podem bloquear o acesso a certo conteúdo, enquanto permitem entrada noutro.
Em suma, tudo isto significa que este tipo de plano favorece certas empresas relativamente aos seus concorrentes. Aliás, tudo isto acaba por influenciar a escolha do consumidor, que mesmo que tenha saldo, vai sempre preferir usar aquele grupo de apps, porque sabe que nunca lhe vão falhar, nem vão gastar os tão preciosos GBs.
Assim, para contrariar tudo isto, a ANACOM recomenda às operadoras que os tarifários sejam modificados, nomeadamente na quantidade de dados disponíveis. Ou seja, acabar com as “borlas”, mas compensar na quantidade de dados, que verdade seja dita… Em Portugal, é risível. Contudo, isto é apenas uma sugestão, as operadoras fazem o que quiserem.
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