Mastodon: a rede que ganha com o afundar do Twitter

A Mastodon, a plataforma gratuita, de código aberto e muito semelhante ao Twitter, ultrapassou pela primeira vez na sua história um milhão de utilizadores ativos mensais. O crescimento explosivo da plataforma foi hoje anunciado por Eugen Rochko, o criador desta rede social. Segundo ele quase metade dos novos utilizadores (489.000) aderiram à plataforma desde 27 de outubro de 2022. Ou seja, quando Elon Musk confirmou a compra do Twitter.

Mastodon: a rede que ganha com o afundar do Twitter

De facto, o súbito afluxo de utilizadores à Mastodon surge por uma notável onda de migração do Twitter. Isto porque utiliza um formato de interface e feed muito semelhante.

Entretanto a Mastodon apresenta posts de 500 caracteres chamados “toots”. Todos dispostos num feed cronológico. Entretanto podemos marcar utilizadores (menções), criar publicações fechadas, temos um sistema de hashtags, e muito mais.

Lembro que algumas pessoas estão a deixar o Twitter porque o seu novo proprietário, Elon Musk, decidiu impor mudanças controversas na verificação da conta e na liberdade de expressão, anunciando-as quase imediatamente após a conclusão da aquisição.

As novas políticas trouxeram um aumento mensurável do discurso de ódio e da agressividade. Isto à medida que vários partidos testaram os limites da moderação sob a gestão de Elon Musk.

Entretanto uma segunda, ainda mais, volumosa onda de migração para a Mastodon surgiu quando o Twitter anunciou os despedimentos maciços do pessoal. Algo que impressionou muito negativamente a comunidade.

Uma forma de funcionar bem diferente

Embora o Mastodon pareça semelhante ao Twitter, é fundamentalmente diferente, operando numa rede de servidores auto-hospedados (instâncias) em que cada um tem os seus próprios termos, opções de privacidade e políticas de moderação de conteúdo.

A rede de servidores individuais une-se sob uma rede de instâncias co-existentes graças a um sistema de federação, praticamente permitindo que os utilizadores de Mastodon de qualquer servidor interajam entre si.

Graças a esta abordagem descentralizada, o Mastodon não pertence a uma única pessoa ou empresa, e não é operado para lucro, por isso não há anúncios, embora as pessoas ainda possam promover serviços de forma independente.

No entanto, tal como o Twitter, as mensagens diretas para outros utilizadores num servidor não são encriptadas. Assim podem ser visualizadas pelos administradores do servidor que hospeda as mensagens. Por conseguinte, os utilizadores não devem utilizar as mensagens diretas para enviar informações privadas ou sensíveis.

Pode aceder a esta nova rede aqui.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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