Existem muitas histórias de sucesso utilizando plataformas como o Kickstarter, como é o exemplo de Bloodstained e Yooka-Laylee, que são dois jogos excelentes, e que claro está, não existiriam sem o financiamento dos fãs.
Porém, existem também muitos outros projetos que se mostram ser vaporware (um jogo que é anunciado porém nunca chega a ser desenvolvido/concluÃdo), onde o objetivo é bem mais sinistro.
A realidade é que situações como Chronicles of Elyria, Dreamworld, entre outros, criaram, e continuam a criar, uma mancha gigante no mundo do crowdfunding. Infelizmente, a população tende a prestar mais atenção aos fracassos do que aos sucessos.
“Early access” ou simples aproveitamento dos publishers?
Portanto, ao refletir nos últimos anos, consegui chegar à conclusão que já passei mais tempo a jogar jogos Indie, ou AA, do que jogos AAA, usando como exemplo Stardew Valley, onde já investi centenas de horas.
Assim, enquanto as grande empresas no mundo do gaming têm dezenas de milhões para gastar num mega projeto, seja boa ou má ideia (vou usar o DMC: Devil May Cry 2013 como exemplo, apesar de haver quem goste), existem pequenas empresas Indie com ideias fenomenais e, mais importante ainda, paixão pelo projeto em questão.
Mas, claro que falta algo essencial na grande maioria destes casos, o dinheiro.
Nestas alturas, estas empresas podem seguir um de dois caminhos! Primeiro, assinar um contrato com um publisher, ao mesmo tempo que comprometem a integridade do projeto (We Happy Few, que começou indie mas acabou por vender a alma à Gearbox com consequências pesadas), ou então, tentar arranjar financiamento através de Crowdfunding, de forma a manter o controlo total do projeto.
Escolhendo a segunda hipótese, existem empresas que lançam a versão mais básica possÃvel do jogo em Early Access, prometendo updates até à esperada versão 1.0. Infelizmente, muitas das vezes, são updates que nunca chegam e o projeto é simplesmente abandonado.
Isto aconteceu com Chronicles of Elyria por exemplo, que conseguiu adquirir quase 1.5M dólares, vindos de cerca de 11 mil pessoas, mas que mesmo assim, anda há anos a empatar o desenvolvimento, sendo claro que nunca passará de Alpha.
Se o intuito sempre foi ficar com o dinheiro, ou se essa mentalidade se desenvolveu ao longo do tempo… O que é certo é que estas situações colocam potenciais investidores de pé atrás.
Cada caso é um caso! Por isso, não devemos de desistir deste tipo de plataformas. Muito pelo contrário, temos de tentar dar hipótese às empresas indie de mostrarem aquilo que valem. Isto, ao mesmo tempo que dizemos não a um futuro dominado por Live Services. Ou a projetos sem coração, desenvolvidos por grandes empresas com um novo lançamento todos os anos (existindo exceções claro).
É importante que exista espaço para tudo, e que claro, nós, como jogadores, saibamos filtras o trigo do jóio.
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