Desde que existem consolas, que sempre existiu uma corrida aos gráficos. Passar de 8bit para 16bit, para 32bit, para 64bit, para HD, UHD, etc… É inegável que durante muitos e longos anos, foi esse o foco para grande parte dos developers, tornando-se eventualmente um foco ainda maior do que a história ou o gameplay!
Um bom exemplo desta situação é nada mais nada menos que o jogo The Order 1886, lançado para a PS4, que nada mais era que o Tech Demo a pedir full price.
Felizmente, muitos indie developers optaram por utilizar gráficos mais retro para contar história épicas e mostrar que não são só os gráficos que fazem um bom jogo, neste caso baseando-se num estilo 16-bit. É algo que é sempre bom para o development budget, e claro, permite a criação de projetos que de outra forma nunca chegariam a ser produzidos.
Dito tudo isto, hoje vamos analisar um destes jogos que, assim que experimentei, fez-me logo lembrar Stardew Valley, um dos meus all time favorites.
Análise: Potion Permit (Nintendo Switch)
Visto que a história é um dos pontos fortes neste jogo, vou tentar revelar o mínimo possível! Pois bem, tudo começa com a nossa personagem a caminho da aldeia de Moonbury.
É durante esta viagem de comboio que criamos a nossa personagem, damos nome ao nosso cão e ficamos a saber que somos um químico especialista em poções de cura.
Entretanto, chegando a esta terra desconhecida, cabe-nos a nós ganhar a confiança dos aldeões, curando os seus familiares e ajudando com outros tipos de problemas.
Tudo isto enquanto desbloqueamos habilidades novas, receitas, entre outros segredos que só estão acessíveis aos químicos mais dedicados.
No entanto, nada disto vai ser fácil. Existe uma grande animosidade entre os aldeões de Moonbury e a guilda dos químicos, será que é justificada? Têm de jogar para descobrir a verdade…
Gameplay
Posso dizer que me senti imediatamente em casa com o gameplay de Potion Permit, isto pois um dos meus jogos favoritos e com o qual já passei mais horas é o Stardew Valley, no qual Potion se inspira fortemente.
Desde que chegamos a Moonbury que temos acesso à nossa casa (bem, casa é um termo um pouco forte para umas ruínas com uma cama).
A boa notícia é que à medida que vamos progredindo na história, vamos conseguindo arranjar novas decorações e reparações que eventualmente tornam esta ruína num laboratório digno de um químico da guilda.
Todos os dias acordamos com duas barras no máximo, a vida e a energia. A vida fala por si, no entanto, para quem nunca jogou jogos deste género, a barra de energia dita o número de ações que podemos realizar por dia antes de ser necessário voltar a casa para descansar.
Por vezes mecânica como estas podem tornar-se demasiado invasivas, mas neste caso é implementado de uma forma equilibrada, sendo que apenas certas ações (cortar árvores, partir pedra, combate, etc) consomem energia. Permitindo caminhar e explorar à vontade sem medo de cair para ao lado.
É através desta exploração que vamos descobrindo novos ingredientes para as nossas poções e formas de curar os residentes de Moonbury.
Gráficos e Performance
No que toca aos gráficos, este RPG tem um charme inegável. As cores saltam do ecrã e as sprites usadas para os NPC/inimigos estão muito bem desenhadas! Felizmente, cada personagem tem a sua própria personalidade que é espelhada no seu design.
Sendo baseado num estilo 16-bit, a performance é super suave durante a maior parte da experiência. Existem algumas problemas nas transições entre zonas de jogo. Mas, muito sinceramente, posso dizer que é uma situação que não estraga de todo a experiência de jogo.
Conclusão
Em suma, Potion Permit é um jogo cheio de charme e alma como é difícil encontrar nos dias de hoje. Isto mesmo dentro dos jogos “retro modernos” que infelizmente já há algum tempo que estão a ser produzidos em massa.
Para quem gostou de Stardew Valley e é fã de RPG com exploração e uma boa história… Sem dúvida que Potion Permit é uma excelente aquisição!
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