Hoje em dia, quase tudo o que nos rodeia tem uma bateria, seja o nosso smartphone, o nosso portátil, o nosso relógio inteligente, os nossos earbuds sem fios, ou até mesmo o nosso automóvel ou bicicleta. As baterias estão em todo o lado!
No entanto, apesar de estar em todo o lado, é quase sempre o maior fator limitador de todos os produtos mencionados. É um autêntico calcanhar de Aquiles. Especialmente no campo dos smartphones, portáteis, e carros elétricos.
O mundo precisa de baterias mais eficientes, com maiores capacidades, mais compactas, menos pesadas, e acima de tudo, capazes de serem facilmente recicladas.
Muitos desafios a ultrapassar, num curto espaço de tempo. Mas vamos por partes, porque já existe muito a ser feito.
O mundo precisa de baterias melhores! E agora?
A atual bateria de iões de lítio começou a fazer das suas no agora distante década de 90, onde foi simplesmente revolucionária. Afinal de contas, foi nesta altura que os telemóveis, e computadores, ficaram realmente portáteis, em vez de apenas transportáveis, com a possibilidade de carregamentos em apenas algumas horas, e autonomias incríveis, para os aparelhos da altura. Ainda se lembra dos aparelhos Nokia capazes de aguentar 1 semana, sempre ligados e em utilização?
Eram uns belos tempos, no entanto, 30 anos depois, apesar de várias evoluções, ainda não tivemos uma outra revolução a sério, capaz de nos elevar a outros níveis. Algo que o mercado precisa como de pão para a boca, especialmente agora, que além dos telemóveis e portáteis, temos também automóveis sedentos de energia.
É que ao contrário de tecnologia para consumo, o automóvel elétrico precisa de baterias gigantescas para alcançar bons níveis de autonomia e performance. O que além de evidenciar ainda mais os problemas da atual tecnologia, levanta outra questão… Onde é que se vai arranjar baterias para tudo e todos? Como é que vamos substituir o atual parque automóvel, por veículos elétricos? Simples! Não vamos. Se não existem mudanças, não vai acontecer.
Afinal, além do problema dos ciclos de carga/descarga finitos, e do seu peso bruto, temos também o problema do facto do lítio ser escasso, e ainda por cima, de mineração complicada, como temos tido a oportunidade de ver em Portugal, um país francamente pobre em recursos naturais, que apesar de ter bastante lítio, não o consegue tirar do chão.
De forma muito resumida, a tecnologia das baterias baseadas nos iões de lítio chegou ao seu limite.
Assim, se a revolução dos automóveis elétricos é para continuar, as baterias têm de melhorar… Muito! Mas calma! Existem esforços nesse sentido!
Algumas fabricantes como a LG Energy estão a tentar reinventar a roda, ao mudar alguma da química fundamental das atuais baterias, para tentar resolver alguns dos problemas daquilo que podemos encontrar hoje em dia no mercado. Além disso, temos também a Ford, VW e GM, a fazerem gigantescos investimentos, para tentar ultrapassar outras fabricantes de baterias, como a Tesla.
As baterias são o novo ouro! Isso é quase garantido, e por isso mesmo, o nível de investimento para encontrar a nova, e melhor solução, está ao rubro.
Novos materiais? Melhores baterias?
É possível trocar alguns materias base das baterias, sem ser necessário reinventar a roda. No entanto, uma troca não é automaticamente algo positivo. Alguns materiais têm vantagens, mas também desvantagens.
Num futuro próximo, uma bateria para um automóvel, pode ser bem diferente da bateria de um smartphone, porque foi possível encontrar uma combinação mais vantajosa para aumentar a autonomia, potência, ou eficiência de um automóvel elétrico. Além de tudo isto, para garantir que a revolução elétrica tem sucesso, é também necessário garantir que estas trocas e baldrocas resultam num produto mais barato.
Caso não saiba, já existem alguns resultados no meio de todas as experiências, com baterias capazes de aumentar a sua capacidade em quase 10x.
Baterias sólidas = Ideia sólida?
Esta é uma outra ideia, que também se baseia na troca de alguns materiais base. Contudo, aqui, o objetivo é chegar a uma massa mais compacta, o que claro está, além de maior densidade de energia, é possível ocupar menos espaço, ao mesmo tempo que se baixa o peso do automóvel. Curiosamente, também é possível poupar no sistema de refrigeração, porque esta tipo de bateria não aquece tanto.
Contudo, são mais caras no campo da produção, e também complexas. Especialmente porque ao mais leve defeito, pode existir um curto-circuito. Elas já estão no mercado, em produtos como pacemakers, mas até chegarem em grande, ainda temos que esperar algum tempo.
Mudar a forma da bateria, para poupar espaço e peso?
Se uma bateria é essencial num automóvel, porque não mudar o formato desta, para se assemelhar mais a componentes críticos deste mesmo veículo, como a sua própria estrutura?
Isto é algo, que em parte, já está a ser aproveitado por algumas fabricantes, como a Volvo, ou a Tesla.
Conclusão
Para existir uma revolução no mundo automóvel, é quase obrigatório que também exista uma revolução no mundo das baterias. Isto vai acontecer, quando? Ainda não sabemos, mas estão a ser feitos muitos (e bons) esforços.
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